No Brasileirão, que parece uma suruba daquelas em que todo mundo come todo mundo, o que importa é vencer. Ou comer, lembrando aquele jogador do Santa Fé, que prometeu e cumpriu.
Se além de vencer por um placar minguado, como esse 1 a 0 contra o Vitória, o time ainda jogar bem, criar inúmeras situações de gol e deixar o adversário na seca, quase sem chance de fazer gol, aí é quase para comemorar.
Foi o que aconteceu na Arena, na volta de geral.
Eu fui ao jogo. Fui na inauguração da Arena Monumental e depois larguei. Voltei com a geral do Grêmio, e posso garantir que ela faz a diferença. Sem ela, a Arena, que tinha umas 15 mil pessoas apenas, parece uma sala de teatro, conforme frisou o Luxemburgo num desabafo ao final do jogo, e com o qual eu concordo plenamente.
A interdição daquele espaço Arena foi um crime. Contribuiu decisivamente para a eliminação prematura do Grêmio na Libertadores. Nesse aspecto, em termos de importância, a ausência da geral só perde para os pontapés do Cris.
Sobre o jogo: o Grêmio mereceu vencer com mais tranquilidade: 3 a 0 não seria exagero. O goleiro Wilson foi o melhor em campo. Grandes defesas.
Gostei muito do zagueiro Victor Ramos. Está aí um grande zagueiro. Alto, boa técnica, imposição física, chega junto, es não comete pênalti idiota como uns e outros. Fui ver a ficha dele: 1m89, 24 anos, começou no Vitória, jogou na Bélgica e no Vasco, e agora voltou. Jogou na seleção brasileira sub-20.
Ah, e o mais importante: namorou a panicat Nicole Bahls. Baita zagueiro!
Voltando ao Grêmio.
O Kleber começou sonolento e brigão como sempre. Ali pelos 20 minutos acordou e começou a jogar. Ele e Barcos se entenderam muito bem a partir daí. No segundo tempo, Kleber jogou mais alguns minutos e depois foi parando, parando. Ele, na forma ideal, vai deixar o semi-peladeiro Vargas no banco.
Com Kleber, até o Barcos cresceu, ficando mais próximo da área.
Sobre peladeiros, lembro que foi assim que rotulei Escudero há uns dois anos. Teve gente que me xingou aqui.
Ver futebol ao vivo, e de pertinho como eu estava é diferente. Dá para avaliar melhor o jogador. Saliento isso porque agora vou elogiar o Pará. Tirando um chutão que acertou o pipoqueiro fora do estádio e uma entregada nos acréscimos, o Pará foi outro jogador. Não foi o Pará. Nota 8 pra ele. Grande atuação.
Eu fui ao jogo para levar meu genro, um norte-americano que já é gremista. Ele ainda não havia visto o Grêmio jogar. Fui para o sacrifício.
Assim que começou o jogo eu disse: o número 10, Zé Roberto, é o melhor do time. Já esse de cabelo moicano é o pior.
Pois o ‘pior’ jogou demais, só perdeu para o melhor mesmo. Gostei também muito do Adriano. Aliás, foi ele quem impediu o gol de Dinei numa escapada do Vitória no primeiro tempo. Sensacional o Adriano, que cansou.
Quando Elano entrou, respirei aliviado. O Biteco foi bem, mas é o Biteco. O guri não acertou uma bola parada. Foi útil taticamente, ajudando muito na marcação e liberando o Souza, que também jogou muito bem.
Mas quando Elano entrou no lugar de Biteco eu vibrei. Comentei com o genro: “Esse é o Elano, duas copas do mundo, excelente cobrador de falta”.
Quando deu aquela falta na entrada da área, falta sofrida pelo Elano, eu comentei pra ele: gol do Elano, pode comemorar por antecipação. Meu genro sorriu como se mirasse um maluco.
Gol de Elano. Golaço de Elano. Três pontos graças a Elano.
O Grêmio ainda precisa melhorar muito, ganhar mais confiança, mas nesse jogo contra o Vitória já mostrou alguma evolução.
E agora com a Arena rugindo, o time tem um aliado poderoso.
INTER
Minha previsão de que o Inter, com o time que venceu o Gauchão, ficaria no máximo na zona da sul-americana, eswtá se confirmando. E até mais cedo que eu imaginava. Afinal, o time colorado pegou um início de campeonato para somar muitos pontos, fazer gordura, porque são adversários de série B. O empate diante da Portuguesa mostra que Dunga terá muito trabalho e que reforços são necessários.