As melancias na carroça gremista

Quando o sujeito bebe além da conta acaba enxergando tudo em dobro.

Pois eu não preciso beber para ver dois times do Grêmio neste momento da temporada. Um time é o do Gauchão, que vai bem agora sob o comando de Luxemburgo e se habilita a disputar o título do campeonato com o Caxias, que já é finalista.

Sinceramente, esse time que conseguiu perder o primeiro turno para o Caxias, um time modesto, esforçado apenas, realmente não me interessa. Tanto faz conquistar o Gauchão. É claro que é bom, mas é algo que eu não coloco como prioridade, longe disso.

Meus olhos estão fixos, na verdade, é no outro time, o que disputa a Copa do Brasil.

E aí é que eu não consigo ficar tranquilo. Muito pelo contrário. Eu sei que é no andar da carroça que as melancias se ajeitam. Eu sei que é preciso paciência, que o técnico precisa de tempo, etc.

O problema é que algumas melancias são insossas como muitas que comi neste ano. São aguadas, sem sabor. São melancias que já ao abrir – só pelo estalo da peça ao ser partida – a gente percebe que irão nos frustrar.

Se Marco Antônio fosse uma melancia, ele seria desse tipo que a gente desiste na primeira mordida. Léo Gago é da mesma safra.

Os dois jogam no setor mais vital de um time de futebol. Ambos são esforçados, dedicados, mas quando aumentar o nível de exigência a gente sabe que eles não irão dar conta do recado. Agora mesmo, contra esses times esforçados do Gauchão, eles não conseguem convencer. Ao menos a mim.

Eu sei que alguns vão dizer que sou muito duro, amargo, negativo, pessimista. E eu vou concordar. Sou mesmo. Não me iludo mais com uma ou outra atuação, até porque nunca deixo de avaliar contra quem esse ou aquele jogador foi bem.

Então, resumindo: o Grêmio com Marco Antônio e Léo Gago juntos no mesmo time, um de cada vez ainda é tolerável; e com apenas dois volantes  na marcação e combatendo forte, não vai longe na Copa do Brasil.

Hoje, o Grêmio goleou o Veranópolis, de boa campanha no Gauchão. Fez 4 a 0 no primeiro tempo. Percebi que algumas pessoas ficaram impressionadas, encantadas, entusiasmada. Felizmente, não é o caso da maioria.

Com o futebol que o time jogou no primeiro tempo não vence nem o Bahia do Falcão. Já o do segundo, vejam só, conseguiu perder para o mesmo VEC, porque levou 1 a 0.

O gol logo a um minuto foi altamente negativo para o VEC, que se abriu em busca do empate. O Grêmio poderia ter feito mais, mas o VEC até que levou perigo. Teve um gol anulado, corretamente, porque o atacante, um baixinho cri-cri jogou o corpo sobre o grande Victor impedindo que ele fosse na bola cruzada. Depois, o grande Victor fez uma defesa sensacional quando um outro atacante entrou passeando na área.

O Grêmio teve bom volume ofensivo, mas nem assim o articulador do time, o sr MA, conseguiu aparecer. É um fenômeno. Confesso, nunca vi nada igual em 30 anos de reportagem esportiva. Ele não é mau jogador, só não é jogador para ser titular do Grêmio. Na realidade, nem para reserva ele serve. Aliás, ele foi reserva do glorioso Juventude – que de carrasco virou saco de pancadas do Inter – tempos atrás.

Então, se é verdade que as melancias se ajustam, também é fato que apenas as boas melancias nos satisfazem.

Inegavelmente, faltam melancias realmente de qualidade nessa carroça gremista na Copa do Brasil.

SHOW

Nunca vi nada igual: o Inter planeja transformar em show a assinatura de contrato com a Andrade Gutierrez – empreiteira que a mídia colorada, desesperada com a possibilidade de a Copa de 2014 parar na Arena, satanizou.

A informação é de que haverá um telão não sei aonde para exibir o ato. Não duvido que as emissoras de rádio mandem seus melhores narradores para transmitir o grande momento. Pensei até no Paulo Brito gritando ‘Feitooooo’ quando Luigi sacramentar o acordo.

Pena que não dá mais tempo, mas seria legal um show no Gigantinho com Ivete Sangalo e outros artistas tão ou mais talentosos, como o Pedro Ernesto.

Essa iniciativa colorada me parece uma cópia piorada de alguns lances do Grêmio em relação à Arena.

Agora, depois de tudo que a AG já fez, eu assinaria o contrato discretamente.

Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

Ah, estou curioso para ver se não vai aparecer um projetinho de última hora envolvendo a construção de prédios no entorno do Beira-Rio. Duvido que a AG não ganhou algo mais nessa negociação.