Roger sinaliza que descarta rodízio no Grêmio

‘O desgaste é natural e é para todos’. Foi com essa frase singela e serena que o técnico Roger resumiu seu pensamento sobre a maratona de jogos do Grêmio.

Espero que com isso as vozes que já estão pregando rodízio de atletas deem um tempo e silenciem. E aqueles que ficam se lamuriando pelos cantos e nas redes sociais em função do excesso de jogos se aquietem.

É fácil reduzir o número de jogos: é só perder do Coritiba. Alguém quer? Que eu saiba só os colorados. Nem os torcedores do Coritiba querem, porque para eles o foco neste momento é fugir do rebaixamento. Para eles, a Copa do Brasil é um estorvo, já que o título é algo inatingível para o time paranaense.

Alguém já disse: o excesso de jogos no futebol brasileiro é o ônus do clube grande.

É fato que os jogadores sentem. Ah, mas Messi joga sempre e se ele pode os outros também podem, alegam. Contra esse argumento, lembro apenas que as viagens aqui são muito mais longas, com enervantes esperas em aeroportos e coisa e tal.

Como diz o Roger, sabiamente, o desgaste atinge a todos. Mais, é claro, aos times que disputam competições paralelas, como é o caso do Grêmio e de alguns outros clubes, entre eles fortes candidatos ao título. Rivais que terão de ser superados. Se o Grêmio enfrenta problemas com lesões, dores musculares e até estresse, os outros clubes passam pela mesma situação. 

O importante é saber administrar esse problema, planejar bem para chegar nos jogos decisivos, em especial os mata-mata da Copa do Brasil com o time mais completo possível.

Está certo o Roger em escalar força máxima para enfrentar a Ponte Preta domingo, 11h, em Campinas. Até Luan está de volta, o que é garantia de mais qualidade ao time.

E também estará certo o treinador gremista se decidir poupar alguns titulares que, segundo avaliação médica, poderiam estar necessitando de uma pausa para meditação.

Agora, se todos estão cem por cento, o que eu  duvido, que volte a jogar o time titular completo.

O mais sensato mesmo será poupar quem está precisando de um descanso, porque daqui pra frente os jogos serão ainda mais duros na Copa do Brasil, que é a competição ser vencida depois de tantos e penosos anos de seca.

Grêmio vence e encaminha classificação

O Grêmio voltou a sentir falta de Luan. Repetiu a atuação pobre de domingo, mas foi o suficiente para vencer o Coritiba por 1 a 0, encaminhando sua classificação à próxima fase da Copa do Brasil. Agora, basta um empate na Arena no jogo da volta.

O resultado foi bom até para o Coritiba, que ao perder poderá dedicar-se inteiramente ao que realmente lhe interessa: fugir do rebaixamento no Brasileirão. O técnico Ney Franco provavelmente virá de time misto a Porto Alegre, muito mais para cumprir regulamento. O grande título do Coritiba neste segundo semestre é mesmo escapar da segundona.

Já o Grêmio precisa manter o foco na Copa do Brasil. É a competição a ser vencida, o título ao alcance de um time titular forte, mas de grupo insuficiente. Prova disso é que o time mostrou-se Luan-dependente. Sem Luan, o Grêmio se transforma num time comum, capaz de conseguir no máximo uma vaga na sul-americana de 2016.

Sem Luan, o Grêmio escapou por pouco de uma derrota diante do Joinville. E nesta quarta, em Curitiba, o time não mereceu mais do que um empate. Em ambos os jogos venceu. Para seguir vencendo, o Grêmio terá de jogar mais do que jogou no Couto Pereira. Foi praticamente um chute a gol, e um gol. Aproveitamento fenomenal. O Grêmio jogou por meia bola.

O sistema defensivo foi bem, melhor do que domingo ao menos. O Coritiba dominou, mas poucas vezes levou perigo ao goleiro Marcelo Grohe.

O problema foi a criação e as conclusões. Douglas teve duas boas chances de chutar com a esquerda e preferiu dar o passe. 

Giuliano se movimentou muito, mas visivelmente sentiu a falta de Luan para tabelar. O mesmo vale para Douglas.

Na frente, Bobô penou pela falta de jogadas de linha de fundo. Mas em próprio não se ajudou. É cedo para uma avaliação definitiva, mas por enquanto ele está mostrando que não pode ser mais que um reserva. 

Pedro Rocha caiu de rendimento. Fernandinho entrou em seu lugar e deu nova vida ao ataque. Agora, com pouca efetividade. Muitos dribles, muita agitação, e pouca objetividade. 

Vitinho foi lembrado por Roger. Sinceramente, difícil de entender a entrada desse jogador, principalmente quando havia Lincoln no banco.

O importante, contudo, é que o Grêmio venceu e tem tudo para avançar na Copa do Brasil.

Contra a Ponte Preta, em Campinas, é preciso ir com força máxima. Se for o caso, poupar um ou dois jogadores, não mais do que isso.

O título do Brasileirão é muito difícil, mas terminar no G-3 é possível.

Portanto, não é hora de priorizar esta ou aquela competição.

Grêmio em busca do título mais ao seu alcance

O título a ser conquistado é o da Copa do Brasil. Venho dizendo isso faz tempo. Foco na Copa do Brasil, mas sem descuidar do Brasileirão. Afinal, quem não arrisca não petisca (esta é do meu tempo de guri de calça curta).

A escalada rumo ao título segue nesta quarta-feira. O Grêmio precisa garantir ao menos o empate em Curitiba. É jogo pra vencer. O Coritiba vai jogar com alguns desfalques importantes e ainda por cima tem coisas mais importantes para preocupar-se, como fugir do fantasma do rebaixamento.

Portanto, sem subestimar o adversário – como ensinou o Joinville -, o Grêmio deve ir para cima, se possível marcar sob pressão e encaminhar a vitória cedo para evitar maiores sofrimentos.

A notícia alvissareira (acho que é a primeira fez que uso essa palavra tão comum até meados do século passado) é a presença de Lincoln na delegação.

 

Tenho a impressão que o técnico Roger chegou à conclusão que eu cheguei depois do jogo de domingo na Arena: Maxi Rodriguez não é o cara para ser alternativa ao Douglas ou ao Luan. É preciso investir em outro jogador. E não vejo outro melhor que o Lincoln. E se Roger buscou o guri é porque está confiando nele como uma alternativa real. É ou nao é uma notícia alvissareira?

Essa iniciativa do Roger mostra também que ele está atento ao pessoal da base. O que é muito bom.

A lamentar apenas que Luan está fora do jogo por motivo de doença. Luan fez falta contra o Joinville. 

Gostei que o Roger mantém Bobô na equipe. Sei que muitos querem Fernandinho desde o início. Mas não se enganem: Fernandinho é jogador de um tempo só, no máximo um tempo só, de preferência no segundo tempo aproveitando o desgaste físico do adversário. 

Fernandinho tem se revelado uma arma poderosa quando entra. É um trunfo do treinador.

Fora isso, é importante que Bobô pegue ritmo, se adapte ao time. O Brasileirão é longo. E a droga da seleção olímpica vai  retirar do Grêmio o seu maior talento individual. Curioso é que há quem vibre quando Dunga e seus parceiros desfalcam o Grêmio.

Por fim, nova chance para Edinho. Eu que não acreditava mais nesse jogador, admito que ele pode ser útil. O fantástico é que esse volante estilo ‘brucutu’, espécie em extinção no futebol, participou, e bem, da melhor atuação do Grêmio nos últimos anos: a goleada de 5 a 0 no Gre-Nal.

Edinho está mordido. Primeiro por ter sido escanteado no Grêmio; segundo, porque nesse período o Inter não o acolheu. A resposta Edinho deu depois dos 5 a 0 – não me canso de repetir esse placar -, quando declarou que foi o maior jogo de sua vida, uma alfinetada naqueles parceiros colorados que não o ampararam no momento difícil. Sem proposta do Inter, Edinho foi pescar.

Agora, ele está no time. É um jogador vitorioso. Um time para ser campeão precisa de jogadores com histórico de grandes títulos. Nem que seja para compor o grupo e entrar de vez em quando. 

ARGEL E OS CELULARES

Enquanto isso, o Inter recebe o Ituano. É preciso vencer a fazer saldo, porque o jogo da volta não será fácil. 

Argel está iniciando seu trabalho no clube que o projetou no futebol. 

Apesar de ser um técnico novato, ele me parece ter métodos superados. Tem essa história de cartilha. Que ele nega.

Mas proibiu o uso de celulares. Grande erro. Se isso fosse determinante no futebol outros clubes iriam aderir. Na verdade, é o tipo de coisa que só irrita os jogadores. Pior que tirar o celular de um jogador de futebol, só mesmo atrasar salários, prêmios, etc.

Bem, vamos dar tempo ao tempo.

Sem Luan, Grêmio sofre para somar três pontos

Com gols de dois jogadores que até bem pouco tempo eram apenas tolerados pela torcida, aceitos com ressalvas, o Grêmio fez o que tinha de fazer contra o Joinville. Venceu por 2 a 1. Somou três pontos e segue na disputa pelo título do Brasileirão.

Já escrevi que não acredito em título, e já me darei por satisfeito se o Grêmio ganhar um vaga direta para a Libertadores. Aliás, hoje isso estaria na mão. Corinthians lidera, Atlético Mineiro está em segundo ao lado do Grêmio, vencendo por saldo de gols. Bem que eu achei que 5 a 0 no Gre-Nal seria insuficiente.

Brincadeira à parte, foi uma atuação frustrante do time que vinha de uma goleada histórica sobre o seu maior rival e de uma vitória entusiasmante sobre o Atlético em pleno Mineirão.

Eu imaginava que o time perderia em qualidade sem Luan, hoje o melhor jogador do campeonato. O pior é que ele vai desfalcar o time em três jogos por causa da seleção. Neste domingo, a ausência do guri só foi superada no segundo tempo.

No primeiro, só deu Joinville, um time esforçado, com alguns bons jogadores. Destaque para Marcelinho Paraíba, saudado pela torcida tricolor com toda a justiça. Pois Marcelinho fez alguns lances que nos remeteu para aquele maravilhoso 2001. Ao deixar o campo, no início do segundo tempo, por cansaço, ele foi aplaudido com entusiasmo pelos gremistas. Bela homenagem.

Não foi só o veterano Marcelinho que cansou. Eu previ no meio do primeiro tempo que o Joinville não teria resistência física para exercer a marcação forte que impunha ao Grêmio e que a reação poderia vir daí.

Se no primeiro tempo o Joinville foi melhor e merecia até ter vencido por 2 a 0, no segundo o Grêmio foi muito superior. Fernandinho entrou bem no lugar de Pedro Rocha. O time ganhou uma boa jogada pela esquerda.

Agora, é importante admitir que o Grêmio ganhou muito mais pela bravura de seus jogadores do que pela técnica superior. Erazo empatou de cabeça e consolidou-se como um dos nomes principais desse time armado por Roger. 

Ninguém, porém, foi melhor que Gallardo no jogo. Antes mesmo de marcar aquele golaço cobrando falta ele já chamava a atenção pela eficiência defensiva e principalmente pela qualidade em seus avanços ao ataque. 

Gallardo, tão contestado, firmou-se como titular sob muita desconfiança. Hoje, penso que ninguém mais duvida de que finalmente o Grêmio tem um lateral muito bom, exorcizando o fantasma Pará.

A questão é que se Gallardo foi o melhor é também porque referências técnicas como Douglas, Maicon e Wallace não conseguiram manter o nível elevado dos últimos jogos. 

Com certeza, pela falta de Luan.

O Grêmio venceu na superação, na pressão da torcida e muito pelo melhor preparo físico.

Sobre Bobô, a dizer apenas que ele como qualquer camisa 9 de ofício vai penar com o tipo de jogo do Grêmio. Mesmo assim, Bobô poderia ter jogado melhor. Ao contrário, protagonizou um lance bisonho. Braian, que entrou em seu lugar, também pouco acrescentou. Só foi mais guerreiro.

Maxi Rodrigues entrou e fez um ou outro lance bom. Talvez com sequência e mais tempo para jogar ele mostre mais futebol. Por enquanto, o banco é um lugar quente e acolhedor para ele. 

ARGEL

O Inter conseguiu um bom empate contra o Cruzeiro. Esse Cruzeiro que levou 3 do Joinville na rodada anterior. Aliás, o Cruzeiro é uma caricatura do que foi no ano passado.

Para Argel, foi ótimo. Dá mais tranquilidade para realmente começar o seu trabalho.

Árbitro de ‘casa’ x árbitro de ‘fora’

Reproduzo material publicado no blog do combativo e incansável RW. Primeiro, porque é oportuno. Segundo, porque faz justiça à minha pessoa. Sou mesmo um defensor de juiz de fora em grenais desde 1909.

Depois de lerem o texto abaixo, verifiquem os gráficos esclarecedores através do link.

 
Este post é em homenagem ao Ilgo Wink.
Grande batalhador por árbitros “de fora” em Grenais.
Os números não mentem.

Grande RW,
 
Primeira vez que te escrevo, tô sempre de olho no blog.
Fiz um rápido levantamento sobre a arbitragem dos últimos 20 Grenais( anexo) e gostaria de compartilhar contigo.
Resumindo. 

Entre Gauchão e Brasileiro, o Inter NÃO GANHOU NENHUM dos 6 Grenais em que o árbitro foi de fora do RS. 3 vitórias do Grêmio e 3 empates.

Já o Tricolor só ganhou 2 dos 14 Grenais com árbitro Gaúcho. Enquanto o Inter ganhou 8 e houve 4 empates.
Depois a IVI quer me dizer que sou paranóico,que sou passional. E não é pra ser?
A saudar a postura da direção em exigir arbitro de fora no Brasileiro. Vamos ver quem vai chorar mais no Grenal do 2º turno.
Ainda bem que o Presidente Conselheiro Isento não tem mais trânsito livre na CBF.
Abraço.
FV- Canoas – Bairro Fátima
 
Agora confiram:

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2015/08/arbitro-de-casa-x-arbitro-de-fora.html

Grêmio: por 90 minutos um time de craques no Mineirão

Quando há tanta dificuldade para escolher o melhor em campo, como é o caso desta vitória fantástica sobre o então líder do campeonato e time quase imbatível no Mineirão, só resta uma saída: o melhor é o técnico do time vitorioso.

Roger Machado é o grande responsável por essa atuação brilhante do Grêmio, a melhor que vi do tricolor nos últimos tempos. Roger armou o time de uma maneira que transformou todos os jogadores em craques por 90 minutos.

A grandeza do adversário valoriza ainda mais esse trabalho coletivo.

Começando pelo goleiro. Marcelo Grohe foi o salvador nos raros momentos em que a defesa foi superada pelo envolvente ataque atleticano, principalmente no segundo tempo.

Gallardo, Geromel, Erazo e Marcelo Oliveira foram soberbos. Em especial os dois zagueiros. Soberbos!

E a dupla de volantes? Simplesmente sensacional. Jogaram por música. Quase podia ouvir um violino ao fundo a cada roubada de bola.

Depois, a linha ofensiva. Douglas recuou mais e foram de seu pé esquerdo mágico que saíram os lançamentos que originaram os dois gols.

O primeiro gol foi uma pintura, vinheta de programa esportivo. A bola foi roubada por Geronel na linha de fundo, passou por toques precisos e rápidos, chegou até Douglas no círculo central. Ele lançou Giuliano, que recebeu na corrida, enveredou para o meio atraindo a marcação e tocou com genialidade para Douglas, que mandou um chute forte e rasteiro para fazer o gol da jogada mais bonita do ano. Douglas fez o lançamento e correu para marcar o gol, como se um guri fosse.

No segundo gol, Douglas viu Giuliano solto pela esquerda. Giuliano avançou em velocidade e quando chegou em condições de chutar, optou por encostar uma bola carinhosa e mansa nos pés de Luan: 2 a 0. O Mineirão, por instantes, mas só por instantes, calou. Foi um silêncio de surpresa e de reverência, de respeito a um grande adversário. 

Luan foi mais discreto, mas também em nível elevado no jogo. Pedro Rocha foi útil puxando alguns contra-ataques e perturbando a marcação.

Por fim, aquele que em campo em considerei um pouco acima dos demais: Giuliano.

O que ele fez nos lances de gol foi coisa de craque. Sobrou inteligência, visão de jogo e técnica apurada.

Já não sei mais até onde pode ir esse Grêmio. Até o jogo desta noite no Mineirão eu acreditava que o título seria impossível.

Ainda acho muito, muito difícil, mas já não vejo como impossível.

 

A ÉTICA DE CONVENIÊNCIA

Os defensores da ética nas negociações no mundo da bola devem estar indignados com o Inter. Deixou o Figueirense, que luta para não afundar os pés na lama da zona do rebaixamento, sem pai nem mãe. Ou pelo menos sem treinador.

A direção colorada, que sai do 80 para o 8 rapidamente – deixou vazar que pretendia um top, Sampaoli, e acabou ficando com um emergente que não entusiasma sua torcida – manteve contato com o treinador Argel e não deu a mínima para o clube catarinense. Faltou ética e sobrou cara-de-pau.

A mesma ética que o Inter e setores da imprensa exigiram de clubes que negociaram diretamente com o chileno Aranguiz faltou no caso Argel. Sem falar o caso Doriva/Vasco.

O presidente do Figueira manifestou sua indignação durante entrevista coletiva de Argel no final desta quinta-feira. Reclamou – sem muita ênfase, é verdade, quase pedindo desculpas – que o Inter não teve a gentileza de ao menos informar interesse no profissional.

É claro que Argel sairia do Figueira de qualquer jeito, assim como Aranguiz conseguiu o que queria.

Aguardo agora críticas da imprensa ao comportamento do Inter nesse caso. Depois, espero que parem com essa indecência de cobrar ética de todos que de uma forma ou de outra prejudicam o Inter, sem exigir o mesmo quando acontece o contrário. Como é o caso Argel. É a ética da conveniência, muito comum neste país.

Justiça seja feita: Maurício Saraiva, na rádio Gaúcha, criticou a direção colorada logo que ouviu a entrevista do dirigente do Figueira.

Sobre a decisão de Argel de trocar o Figueira pelo Inter. Fez muito bem. Argel sabe que o Figueirense o demitirá sem dó nem piedade caso o time comece a desandar mais no Brasileirão, o que não é difícil de acontecer.

Aconteceu isso com Doriva, que recusou proposta do Grêmio e semanas depois estava no olho da rua, o que, aliás, eu  previ na ocasião. Ninguém dura nesse time do Vasco. Assim como não tem anjo no futebol, nem dentro nem fora de campo.

Grêmio estabilizado e o pesadelo vermelho

Pergunte a um GREMISTA qual a escalação do seu time titular. É possível que até os colorados mais antenados saibam. Se não sabem, é essa:

Marcelo Grohe; Galhardo, Geromel, Erazo e Marcelo Oliveira; Walace, Maicon; Giuliano, Douglas e Pedro Rocha; Luan.

Este é hoje o time titular do Grêmio. O time que estará em campo para enfrentar o líder Atlético Mineiro, grande favorito ao título do Brasileirão.

Estamos em agosto, no meio do campeonato, e o Grêmio tem uma equipe formada, estruturada e, o que é importante, em ascensão, em crescimento. Impossível prever até aonde pode ir essa equipe treinada por Roger Machado depois do massacre de domingo na Arena.

No futebol, nunca se sabe exatamente os limites de uma equipe, nem para o alto, nem para baixo.

Enquanto o Grêmio se estabiliza, ganha corpo e dá impulso violento na autoestima de sua imensa torcida, o Inter se desestrutura.

Pergunte a um COLORADO qual a escalação do time do Inter. Até ser triturado pelo tigre mexicano o torcedor colorado sabia de cor e salteado o seu time, apesar das surpresas do uruguaio Diego Aguirre.

Hoje, depois dos 5 a 0 no Gre-Nal, e com os boatos que envolvem conflitos internos, o Inter é uma incógnita.

A pouco mais de quatro meses do final da temporada, o Inter não tem treinador, tem um time indefinido e um grupo desestabilizado, e, o mais grave de tudo, um presidente que ainda pensa que as coisas no futebol podem ser decididas com um pontapé na porta do vestiário. 

Um PRESIDENTE que acumula equívocos desde sua posse e demonstra delírios de grandeza que o fazem acreditar ser capaz de tudo.

Um presidente que sonha com a grife Armani e que, em meio a enorme crise financeira do clube, pensa em nomes milionários para comandar o futebol.

Se perdesse por instantes a soberba e a arrogância, o presidente colorado não ignoraria o que gritam os números divulgados no próprio site do clube, conforme publicado em ZH desta terça-feira, na página de economia assinada por Marta Sfredo. Os números são alarmantes. Assustadores.

De janeiro a maio, o passivo circulante (contas, dívidas, impostos e empréstimos que vencem logo) foi de R$ 226,38 milhões, enquanto o ativo circulante (dinheiro em caixa, aplicações, contas a receber), ficou  em R$ 64,55 milhões. Conforme esses números, faltariam R$ 160 milhões para o Inter quitar as dívidas de curto prazo.

Há muito tempo venho alertando para a gravidade da situação financeira colorada – a do Grêmio também não é lá essas coisas, com a diferença de que o presidente Romildo implantou uma exemplar política de pés no chão -, mas não imaginava que a crise fosse tão ameaçadora.

Então, diante desse quadro, como pensar num treinador como Jorge Sampaoli?

A continuar assim, a goleada no clássico marcou apenas o começo do pesadelo vermelho.

Goleada secular e demolidora na Arena: 5 a 0

Uma goleada secular. A última goleada de 5 a 0 sobre o Grande Rival foi em 1910. São 105 anos. A continuar nesse ritmo, nenhum de nós estará aqui para ver outra goleada tão demolidora. Só isso já demonstra o peso desse resultado estrondoso, um resultado que ficará na memória das duas torcidas por muitos e muitos anos.

O momento não é de explicações, teses e tudo mais. O torcedor gremista só quer saber de festejar. Não me surpreenderia se grande parte da torcida tomasse de novo a avenida Goethe. Mas ninguém imaginava que poderia ocorrer uma goleada. Afinal, o time gremista vinha de algumas atuações preocupantes e resultados frustrantes.

Então, ninguém se preparou para uma grande festa, neste momento restrita às redes sociais, com muita gozação saudável e brincalhona.

O Grêmio, claro, entrou como favorito. Arena tomada de gremistas, Inter em turbulência. Técnico substituído por um interino, D’Alessandro fora do jogo. Favoritismo tricolor, sem dúvida. Mas em Gre-Nal tudo pode acontecer. O pior ganhar do melhor é algo comum, o que é raro mesmo é uma goleada como essa: 5 a 0. E poderia ser mais.

O Grêmio começou a ganhar quando foi escalado um árbitro de fora. Algo que defendo desde que me conheço por gente, e mais nos últimos com a federação gaúcha comandada por um colorado que parece não ter noção do cargo que ocupa.

A arbitragem do sr Dewson Freitas da Silva foi impecável, importante para a vitória. Ele deixou o jogo correr, não fez cena, foi contido nos gestos e nas decisões. É preciso levar em conta que ele não teve a parceria do dublê de jogador e juiz, o D’Alessandro. Agora, duvido que o argentino ousasse tomar o apito do sr Dewson.

Duvido também que um árbitro gaúcho marcasse o pênalti do goleiro Alison em Giuliano, um pênalti que Douglas desperdiçou, mas que procurou compensar depois com muita dedicação e aplicação tática. É óbvio que Douglas seria crucificado se a vitória não viesse. Eu mesmo colocaria o primeiro prego.

Feito o destaque da arbitragem, vamos aos verdadeiros protagonistas do grande espetáculo apresentado pelo Grêmio em sua casa, perante o seu povo.

Começo com Luan, definido pelo técnico Roger Machado como um ‘jogador impressionante’. Luan marcou dois gols e deixou tonta a marcação colorada.

No mais, todos os jogadores do Grêmio estiveram em nível elevado. Na linha defensiva, destaco Erazo. Todos foram bem, mas Erazo foi vítima de muito preconceito, e eu sempre o defendi. E mais, torço por ele, que praticamente pediu para vestir a camisa tricolor. Erazo foi espetacular na defesa e ainda participou do segundo gol com técnica e força.

No meio de campo, impossível não elogiar a dupla Maicon e Edinho. Confesso que temia a presença de Edinho. Mas o ex-volante foi como um ‘tigre’ na frente da área. Lembro que o jogo estava indefinido e ele impediu um gol de Lisandro. No final do jogo, vibrava como se gremista fosse.

A goleada começou com um gol do segundo maior destaque do jogo: Giuliano. Jogou demais e foi compensado com um belíssimo gol, aos 34 minutos. Logo depois, Marcelo Grohe salvou numa conclusão de Wellinton. No finalzinho do primeiro tempo, o gol de Luan, chutando de fora da área, rasteiro, sem muita força, mas bem no cantinho direito. Penso que Alison saltou tarde. O Grêmio foi para o vestiário com uma vantagem tranquilizadora.

Ninguém poderia imaginar que nos 45 minutos seguintes aconteceria o massacre.

Logo aos 3 minutos, Luan ampliou, após cruzamento da esquerda de Pedro Rocha, outro que infernizou a marcação em alguns lances. Luan demorou a concluir, mas acabou mandando a bola para a rede. A jogada começou com um chute de Edinho, que desviou na zaga.

Esperto, Roger colocou Fernandinho para aproveitar os espaços que o Inter deixava atrás no desespero para reagir. Fernandinho foi lançado e entrou livre pela direita, driblou o goleiro e fez 4 a 0. O quinto gol saiu de uma jogada de Fernandinho. Rever tentou interceptar o cruzamento e marcou contra.

Com os 5 a 0, a torcida gritou olé várias vezes. Ficou evidente que se o Grêmio apertasse mais poderia ampliar a vantagem. 

A Arena está incorporando a alma gremista e começando a fazer história.

Copa Sul-Minas e o esvaziamento do Gauchão

Ao articular a retomada da Copa Sul-Minas, o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan, começa a esvaziar – mesmo que não seja essa a intenção – o poder do presidente da FGF, muito criticado recentemente pelo dirigente gremista. 

No começo de abril, Bolzan atacou aquilo que estava entalado na garganta de todos os gremistas: os favorecimentos das arbitragens no Gauchão ao Inter.

O presidente tricolor não deixou pedra sobre pedra, não colocou panos quentes. Foi enfático e incisivo na crítica ao comandante maior da federação, o sr Francisco Noveletto Primeiro e Único. Foi de lavar a alma dos gremistas.

Confiram o que disse Bolzan, conforme publicado no clicrbs de 10 de abril:

“É natural que esse ambiente seja criado, mesmo porque nós temos uma questão institucional da federação, onde se tem que presidir um campeonato com uma posição de total isenção. No jogo em Erechim (contra o Ypiranga), foi o presidente da federação que fez o contraditório com o Felipão (polêmica com o árbitro Francisco Neto), antes mesmo do tribunal. O mesmo na questão do Fabrício. Quem fez a pauta de defesa do Internacional? O presidente da federação. Minimizou a situação, fez comparativos, criticou o jogador. Quem preside os processos tem que ter equidistância das questões que dizem respeito ao futebol.”

Romildo disse ainda que o Grêmio “está atento” às atitudes da federação:

“O Grêmio fica constrangido com estas atitudes inadequadas por um contexto de quem comanda esse campeonato. E aqui fica esse alerta. Se a torcida do Grêmio queria uma mensagem em relação a esses fatos que têm beneficiado o Internacional sistematicamente, nós estamos muito atentos. Acompanhamos passo a passo as absolutas e reiteradas situações indadequadas que o presidente da federação vem cometendo de uma forma muito particular, uma única pauta: contra o Grêmio. E isso gera nas arbitragens: se lá na chefia está uma situação de muito desconforto, gera nos subordinados uma situação de absoluta normalidade em fazer qualquer atrocidade.”

No mês seguinte, Bolzan recusou-se a assinar apoio à chapa do sr Noveletto, mais uma vez candidato único à presidência da entidade.

Guerra declarada!

Agora, o Grêmio é um dos protagonistas da volta da Copa Sul-Minas – foi anfitrião na reunião realizada nesta sexta-feira -, cujos jogos serão realizados justamente no período do Gauchão.

Se o torneio sair mesmo, a dupla Gre-Nal (não sei se o Inter vai aderir em função de sua afinidade com o presidente da FGF) terá de jogar com um time B no regional.

Com isso, diminuirá muito o interesse da TV em transmitir os jogos do Gauchão. As cotas ficarão bastante reduzidas. Até o patrocínio será atingido.

De minha parte só me resta lamentar, porque não gostaria de ver o nosso campeonato definhando. O mesmo deverá ocorrer com os outros regionais.

O fato é que tudo isso vai resultar em menos receita para a FGF.

Com o tempo, começará a faltar dinheiro para manter a suntuosa sede erguida às margens do Guaíba, enquanto a grande maioria dos clubes resiste bravamente para não fechar as portas.

Vamos ver o que fará o sr Noveletto.

Queda de Aguirre não é boa para o Grêmio

A queda de Aguirre a três dias do Gre-Nal não é boa para o Grêmio.

Com o uruguaio, o Inter muito provavelmente jogaria com esse esquema faceiro, com apenas um volante de ofício, e, com isso, o Grêmio ganharia o meio de campo e por consequência encaminharia uma vitória.

Agora, tudo mudou. Vai entrar um técnico interino, querido pelos jogadores. Jogador tem disso: tem costume de fechar e jogar a vida pela figura de salário modesto. Acho que até o D’Alessandro que andou se queixando de alguma dor é capaz de jogar. 

Roger, quando assumiu de treinador interinamente, contou com esse apoio dos jogadores e venceu dois clássicos dos três que disputou.

Em 1978, o Inter foi campeão gaúcho com o grupo colorado fechado com Cláudio Duarte, naquele momento obrigado a parar de jogar em função de uma grave lesão.

Então, prevejo um Inter mais fechadinho, compenetrado, com os jogadores dando tudo de si para superar o Grêmio e ajuda o interino, que normalmente é um amigão dos atletas.

Bem, nesse meio tempo o Inter precisa contratar um técnico. Mano Menezes é o mais cotado. Falam também no Osvaldo Oliveira, no Cuca, no Muricy.

Não vejo a brigada vermelha da crônica esportiva levantando aqueles nomes que ela costuma sugerir para o Grêmio:

LISCA E ARGEL.

Pois eu venho aqui sugerir esses dois nomes, técnicos promissores, ambos identificados com o Inter e já com uma boa história no futebol.

Agora, se querem um mais experiente, por que não Celso Roth, também sempre muito indicado para o Grêmio.

TÉCNICO ESTRANGEIRO

Como eu sempre disse aqui, e fui muito contrariado, técnico estrangeiro não dá certo no Brasil.

Aguirre é mais fritado.