Goleada secular e demolidora na Arena: 5 a 0

Uma goleada secular. A última goleada de 5 a 0 sobre o Grande Rival foi em 1910. São 105 anos. A continuar nesse ritmo, nenhum de nós estará aqui para ver outra goleada tão demolidora. Só isso já demonstra o peso desse resultado estrondoso, um resultado que ficará na memória das duas torcidas por muitos e muitos anos.

O momento não é de explicações, teses e tudo mais. O torcedor gremista só quer saber de festejar. Não me surpreenderia se grande parte da torcida tomasse de novo a avenida Goethe. Mas ninguém imaginava que poderia ocorrer uma goleada. Afinal, o time gremista vinha de algumas atuações preocupantes e resultados frustrantes.

Então, ninguém se preparou para uma grande festa, neste momento restrita às redes sociais, com muita gozação saudável e brincalhona.

O Grêmio, claro, entrou como favorito. Arena tomada de gremistas, Inter em turbulência. Técnico substituído por um interino, D’Alessandro fora do jogo. Favoritismo tricolor, sem dúvida. Mas em Gre-Nal tudo pode acontecer. O pior ganhar do melhor é algo comum, o que é raro mesmo é uma goleada como essa: 5 a 0. E poderia ser mais.

O Grêmio começou a ganhar quando foi escalado um árbitro de fora. Algo que defendo desde que me conheço por gente, e mais nos últimos com a federação gaúcha comandada por um colorado que parece não ter noção do cargo que ocupa.

A arbitragem do sr Dewson Freitas da Silva foi impecável, importante para a vitória. Ele deixou o jogo correr, não fez cena, foi contido nos gestos e nas decisões. É preciso levar em conta que ele não teve a parceria do dublê de jogador e juiz, o D’Alessandro. Agora, duvido que o argentino ousasse tomar o apito do sr Dewson.

Duvido também que um árbitro gaúcho marcasse o pênalti do goleiro Alison em Giuliano, um pênalti que Douglas desperdiçou, mas que procurou compensar depois com muita dedicação e aplicação tática. É óbvio que Douglas seria crucificado se a vitória não viesse. Eu mesmo colocaria o primeiro prego.

Feito o destaque da arbitragem, vamos aos verdadeiros protagonistas do grande espetáculo apresentado pelo Grêmio em sua casa, perante o seu povo.

Começo com Luan, definido pelo técnico Roger Machado como um ‘jogador impressionante’. Luan marcou dois gols e deixou tonta a marcação colorada.

No mais, todos os jogadores do Grêmio estiveram em nível elevado. Na linha defensiva, destaco Erazo. Todos foram bem, mas Erazo foi vítima de muito preconceito, e eu sempre o defendi. E mais, torço por ele, que praticamente pediu para vestir a camisa tricolor. Erazo foi espetacular na defesa e ainda participou do segundo gol com técnica e força.

No meio de campo, impossível não elogiar a dupla Maicon e Edinho. Confesso que temia a presença de Edinho. Mas o ex-volante foi como um ‘tigre’ na frente da área. Lembro que o jogo estava indefinido e ele impediu um gol de Lisandro. No final do jogo, vibrava como se gremista fosse.

A goleada começou com um gol do segundo maior destaque do jogo: Giuliano. Jogou demais e foi compensado com um belíssimo gol, aos 34 minutos. Logo depois, Marcelo Grohe salvou numa conclusão de Wellinton. No finalzinho do primeiro tempo, o gol de Luan, chutando de fora da área, rasteiro, sem muita força, mas bem no cantinho direito. Penso que Alison saltou tarde. O Grêmio foi para o vestiário com uma vantagem tranquilizadora.

Ninguém poderia imaginar que nos 45 minutos seguintes aconteceria o massacre.

Logo aos 3 minutos, Luan ampliou, após cruzamento da esquerda de Pedro Rocha, outro que infernizou a marcação em alguns lances. Luan demorou a concluir, mas acabou mandando a bola para a rede. A jogada começou com um chute de Edinho, que desviou na zaga.

Esperto, Roger colocou Fernandinho para aproveitar os espaços que o Inter deixava atrás no desespero para reagir. Fernandinho foi lançado e entrou livre pela direita, driblou o goleiro e fez 4 a 0. O quinto gol saiu de uma jogada de Fernandinho. Rever tentou interceptar o cruzamento e marcou contra.

Com os 5 a 0, a torcida gritou olé várias vezes. Ficou evidente que se o Grêmio apertasse mais poderia ampliar a vantagem. 

A Arena está incorporando a alma gremista e começando a fazer história.

Copa Sul-Minas e o esvaziamento do Gauchão

Ao articular a retomada da Copa Sul-Minas, o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan, começa a esvaziar – mesmo que não seja essa a intenção – o poder do presidente da FGF, muito criticado recentemente pelo dirigente gremista. 

No começo de abril, Bolzan atacou aquilo que estava entalado na garganta de todos os gremistas: os favorecimentos das arbitragens no Gauchão ao Inter.

O presidente tricolor não deixou pedra sobre pedra, não colocou panos quentes. Foi enfático e incisivo na crítica ao comandante maior da federação, o sr Francisco Noveletto Primeiro e Único. Foi de lavar a alma dos gremistas.

Confiram o que disse Bolzan, conforme publicado no clicrbs de 10 de abril:

“É natural que esse ambiente seja criado, mesmo porque nós temos uma questão institucional da federação, onde se tem que presidir um campeonato com uma posição de total isenção. No jogo em Erechim (contra o Ypiranga), foi o presidente da federação que fez o contraditório com o Felipão (polêmica com o árbitro Francisco Neto), antes mesmo do tribunal. O mesmo na questão do Fabrício. Quem fez a pauta de defesa do Internacional? O presidente da federação. Minimizou a situação, fez comparativos, criticou o jogador. Quem preside os processos tem que ter equidistância das questões que dizem respeito ao futebol.”

Romildo disse ainda que o Grêmio “está atento” às atitudes da federação:

“O Grêmio fica constrangido com estas atitudes inadequadas por um contexto de quem comanda esse campeonato. E aqui fica esse alerta. Se a torcida do Grêmio queria uma mensagem em relação a esses fatos que têm beneficiado o Internacional sistematicamente, nós estamos muito atentos. Acompanhamos passo a passo as absolutas e reiteradas situações indadequadas que o presidente da federação vem cometendo de uma forma muito particular, uma única pauta: contra o Grêmio. E isso gera nas arbitragens: se lá na chefia está uma situação de muito desconforto, gera nos subordinados uma situação de absoluta normalidade em fazer qualquer atrocidade.”

No mês seguinte, Bolzan recusou-se a assinar apoio à chapa do sr Noveletto, mais uma vez candidato único à presidência da entidade.

Guerra declarada!

Agora, o Grêmio é um dos protagonistas da volta da Copa Sul-Minas – foi anfitrião na reunião realizada nesta sexta-feira -, cujos jogos serão realizados justamente no período do Gauchão.

Se o torneio sair mesmo, a dupla Gre-Nal (não sei se o Inter vai aderir em função de sua afinidade com o presidente da FGF) terá de jogar com um time B no regional.

Com isso, diminuirá muito o interesse da TV em transmitir os jogos do Gauchão. As cotas ficarão bastante reduzidas. Até o patrocínio será atingido.

De minha parte só me resta lamentar, porque não gostaria de ver o nosso campeonato definhando. O mesmo deverá ocorrer com os outros regionais.

O fato é que tudo isso vai resultar em menos receita para a FGF.

Com o tempo, começará a faltar dinheiro para manter a suntuosa sede erguida às margens do Guaíba, enquanto a grande maioria dos clubes resiste bravamente para não fechar as portas.

Vamos ver o que fará o sr Noveletto.

Queda de Aguirre não é boa para o Grêmio

A queda de Aguirre a três dias do Gre-Nal não é boa para o Grêmio.

Com o uruguaio, o Inter muito provavelmente jogaria com esse esquema faceiro, com apenas um volante de ofício, e, com isso, o Grêmio ganharia o meio de campo e por consequência encaminharia uma vitória.

Agora, tudo mudou. Vai entrar um técnico interino, querido pelos jogadores. Jogador tem disso: tem costume de fechar e jogar a vida pela figura de salário modesto. Acho que até o D’Alessandro que andou se queixando de alguma dor é capaz de jogar. 

Roger, quando assumiu de treinador interinamente, contou com esse apoio dos jogadores e venceu dois clássicos dos três que disputou.

Em 1978, o Inter foi campeão gaúcho com o grupo colorado fechado com Cláudio Duarte, naquele momento obrigado a parar de jogar em função de uma grave lesão.

Então, prevejo um Inter mais fechadinho, compenetrado, com os jogadores dando tudo de si para superar o Grêmio e ajuda o interino, que normalmente é um amigão dos atletas.

Bem, nesse meio tempo o Inter precisa contratar um técnico. Mano Menezes é o mais cotado. Falam também no Osvaldo Oliveira, no Cuca, no Muricy.

Não vejo a brigada vermelha da crônica esportiva levantando aqueles nomes que ela costuma sugerir para o Grêmio:

LISCA E ARGEL.

Pois eu venho aqui sugerir esses dois nomes, técnicos promissores, ambos identificados com o Inter e já com uma boa história no futebol.

Agora, se querem um mais experiente, por que não Celso Roth, também sempre muito indicado para o Grêmio.

TÉCNICO ESTRANGEIRO

Como eu sempre disse aqui, e fui muito contrariado, técnico estrangeiro não dá certo no Brasil.

Aguirre é mais fritado.

 

 

 

Grêmio cobra até quarto árbitro de fora no Gre-Nal

Faz muito bem o presidente Romildo Bolzan ao cobrar arbitragem de fora do Estado para o Gre-Nal 407, esse de domingo na Arena.

Bolzan vai além e até sugere um nome: Luís Flávio de Oliveira, irmão do Paulo César.

O presidente gremista não se omite e manifesta a opinião de 99% dos gremistas antenados, gremistas ressabiados com o que tem acontecido nos campeonatos gaúchos nos últimos anos.

Gremistas revoltados com tantos ‘erros humanos’ quase sempre contra o Grêmio, como aconteceu sábado diante do Fluminense. TODAS as decisões principais foram a favor do Flu.

Sobre isso, Bolzan disse, na rádio Grenal, que o clube estaria encaminhando documento à CBF em protesto contra arbitragens danosas ao Grêmio.

Não sei se irá surtir algum efeito, mas ao menos temos um presidente que não teme o confronto contra essas pessoas que comandam o futebol no RS e acima do Mampituba. Algumas dessas pessoas com vínculos muito estreitos com indivíduos que hoje são até procurados pela Interpol e outros que temem sair do Brasil com medo de receber ordem de prisão.

Não dá pra aceitar tudo pacatamente, morrer sem espernear, sem brigar.  

O Grêmio não está levantando suspeição sobre a honestidade dos árbitros gaúchos. Muito menos eu. Ocorre que existe um condicionamento natural. É difícil esse pessoal não ser influenciado de alguma forma pelo clima e pelo ambiente que se cria em torno do nosso maior clássico.

Além do mais, não compactuo com aqueles que dizem seguidamente que Daronco e Vuaden, por exemplo, estão entre os melhores ou são os melhores árbitros do País.

Eles erram e acertam tanto quanto a maioria. 

Já nos grenais, não há gremista que não lembre algumas atuações emblemáticas de Vuaden, com erros grosseiros contra o Grêmio.

Tudo que nós queremos, gremistas ou colorados, é arbitragens isentas, neutras.

Então, nada melhor do que começar trazendo árbitro de fora, inclusive o quarto árbitro, conforme enfatizou o presidente tricolor.

Pra quem esqueceu, Roger foi expulso por um quarto árbitro recentemente.

COPA DO BRASIL

O Grêmio pega o Coritiba na próxima fase da Copa do Brasil, a única competição que ainda pode vencer neste ano, algo que tenho escrito faz horas para estranheza de alguns gremistas.

Hoje, o contingente de quem pensa assim aumentou em função de que o time está caindo perigosamente no Brasileirão.

Agora, mata-mata é mata-mata, tudo pode acontecer.

O primeiro jogo será fora e o segundo em casa. Ótimo.

O adversário sempre complica em Curitiba, mas hoje é um clube muito mais preocupado em não ser rebaixado.

Dificilmente irá priorizar a Copa do Brasil.

Enquanto isso, o Inter terá pela frente o Ituano, campeão paulista no ano passado. Perdeu alguns jogadores, mas joga tranquilo, sem fantasmas a atormentá-lo.

De qualquer modo, são jogos que requerem todo cuidado.

Afinal, mata-mata é mata-mata.

Bobô tem aval do melhor técnico brasileiro

Desde que Tite saiu do Grêmio por causa do episódio patético das ‘ovelhinhas’, há mais de dez anos, eu defendo a volta dele. Fiz isso no Correio do Povo sempre que tive espaço e no meu primeiro blog, além de eventuais participações em programas de rádio e de TV.

Respeito o Tite por seus conhecimentos de futebol e por sua postura sempre retilínea, correta, honesta e séria.

Já escrevi até que ele seria meu Alex Ferguson, contrato de dez anos pra começar.

Então, se um treinador que eu respeito tanto – responsável pelo melhor Grêmio dos últimos 15 anos – chega e diz que indicou Bobô para substituir Guerrero no Corinthians, quem sou eu para ainda ter alguma dúvida sobre a qualidade desse atacante?

Tite não indicaria Bobô para ter algum ganho financeiro no negócio – ele não faz esse jogo sujo. Se ele indicou é porque conhece o potencial do jogador. Bobô tem o aval do melhor técnico brasileiro.

Assim, só me resta concluir que Bobô pode ser o atacante que o Grêmio está precisando há anos. Pelo menos desde a saída de Jonas.

Pois Bobô está inscrito no BID e, portanto, apto a disputar o Gre-Nal.

É um grande reforço a esse ataque que abusa de perder gols.  

ESCALAÇÃO

Se estiver em boas condições físicas e técnicas, Bobô deve começar o jogo. Eu faria o ataque com Bobô, Luan e Pedro Rocha, com os dois últimos recuando mais.

No meio-campo: Marcelo Oliveira, Maicon e Douglas.

Agora, se Giuliano puder jogar, sai Douglas. Mas desconfio que Roger iria sacar Pedro Rocha.

A defesa permanece como está, entrando Marcelo Grohe, claro.

SUL-MINAS

Depois dessa notícia aí abaixo passei a torcer pela copa Sul-Minas. 

http://www.cornetadorw.blogspot.com.br/2015/08/o-presidente-conselheiro-isento-e-o.html

Grêmio e Inter em situação parecida no clássico

Grêmio e Inter vão para o Gre-Nal de domingo, 18h30, em condições parecidas. O Grêmio tem vantagem de seis pontos sobre o Inter na tabela, mas assim como o rival está devendo mais futebol ao seu torcedor.

O Grêmio tem a vantagem de jogar em casa, apoio maciço da torcida. E só.

No mais, os dois times estão nivelados.

O Inter vem de um empate por 0 a 0 com a Chapecoense em pleno Beira-Rio. Quer dizer, não conseguiu vingar os 5 a 0 do ano passado. Seu ataque, aliás, é sofrível: média inferior a um gol por jogo. 

Diego Aguirre perdeu seu crédito e dificilmente irá escapar da degola se for derrotado no clássico. Se vencer, ganhará sobrevida.

Já o técnico Roger Machado ainda tem gordura pra queimar em função de seu início excelente. Roger conta com o apoio da torcida, mas dificilmente terá condições de brigar pelo G-4 se continuar com seu ataque perdendo tantos gols.

A esperança da vez é Bobô, que deve estrear. Ele talvez resolva o problema ofensivo. 

Por fim, espero que 0 Gre-Nal tenha apito de fora. De erros ‘humanos’ bastam os que ocorreram sábado no Maracanã.

IMPERÍCIA E ERROS DE ARBITRAGEM

O Grêmio não resistiu à arbitragem tendenciosa e aos seus próprios erros, em especial de conclusão. Mais uma vez o que se viu foram chances de gol serem desperdiçadas por absoluta falta de pontaria.

No primeiro tempo, Luan teve condições de marcar e chutou desviado e fraco, como quase sempre. Pedro Rocha teve duas oportunidades de marcar, mas da mesma forma pecou na conclusão.

Minha sugestão é que os dois treinem chute a gol já no alvorecer da segunda-feira. Como a gente dizia nos tempos de guri, vão colocar esses pés na forma.

Mas Pedro Rocha ainda teria uma chance rara de se redimir. Foi quase no final, nos minutos derradeiros. O Grêmio lutando bravamente com um jogador a menos – Wallace não merecia o segundo amarelo e talvez nem o primeiro – e a bola cai nos pés do guri, após cabeceio de Geromel. Pedro Rocha conclui por cima da goleira.

No mesmo lance, Edinho foi puxado claramente por trás. Welinton Paulista quase arrancou a camisa de Edinho quando a bola cruzava a área e caía nos pés de Pedro Rocha. O juiz, claro, nada marcou.

Foi mesmo uma arbitragem tendenciosa, matreira, compensando o prejuízo que o Fluminense havia tido na rodada anterior por causa de erro do árbitro.

Em resumo, o que eu e boa parte da torcida gremista temia aconteceu. O Flu acabou beneficiado.

Mas se o Grêmio fosse mais competente nas conclusões teria passado por cima dos erros humanos do juiz.

Se eu não estivesse tão indignado, estaria até agora rindo do narrador da SportTV. Bola com Maicon na intermediária de ataque, ele arma o chute. O narrador diz: Maicon chuta muito bem de fora da área. Terminou a frase e a bola passou voando rumo às estrelas da noite carioca.

Maicon é outro que precisa treinar chute a gol, assim como Wallace e Douglas. Enfim, todo o time.

O que ficou claro depois de mais esse festival de chutes tortos é que Bobô, se chutar medianamente, será titularíssimo.

Pode até escolher a posição.

O Grêmio precisa, e já faz tempo, de alguém que aproveite melhor as oportunidades de gol que são criadas. No futebol atual, de marcação ferrenha, é proibido perder tantos gols.

Fica ao menos o consolo de que o time foi valente, foi pra cima mesmo com um jogador a menos em boa parte do segundo tempo.

NOS ACRÉSCIMOS

Outro erro do juiz: RG deu uma voadora em Geromel, que se não salta na hora certa poderia ter fraturado a perna. RG levou apenas o amarelo. 

CORNETA

Outro erro humano:

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2015/08/o-garfo-humano.html

 

 

Grêmio e as diferenças no tratamento da mídia

O Grêmio é mesmo uma referência. Para o bem ou para o mal. E cada vez mais uma referência.

Hoje, nesses noticiários repetitivos sobre o trânsito, a Arena virou referência. Não há boletim de rádio que não diga ‘acidente próximo à Arena do Grêmio’, ‘trânsito fluindo lentamente perto da Arena’, e por aí vai.

Aliás, notícias sobre o trânsito só perdem em quantidade para informações sobre o tempo. As vezes eu imagino o Cléo Kuhn dormindo ao lado de um microfone no estúdio principal da rádio Gaúcha, de tantas vezes que ele entra no ar. No mesmo programa…

Mas a questão é a referência. Aqui no Estado, se um ex-jogador do Grêmio, ainda na ativa ou aposentado, se envolve em algo negativo, como um acidente ou é flagrado dirigindo alcoolizado ou sem documento, o nome dele vem acompanhado da palavra ‘Grêmio’. 

A frase ‘ex-jogador do Grêmio’ vem na esteira do nome do indivíduo. Já poderia ser até sobrenome. Exemplo: “João Santos da Silva Ex-jogador do Grêmio, 38 anos, foi detido…”. Se o jogador está em atividade e cai no antidoping. Meus Deus!

Vira manchete em sites e jornais nos veículos Abaixo do Mampituba e até acima – lá por uma questão de despeito e rancor: “Fulano de tal, do Grêmio, é pego no exame antidoping”. E eu acho isso certo. Agora, tem de valer para todos.

Mas, infelizmente, o que vale para uns não vale para outros. 

No caso de Fred, flagrado no exame durante a Copa América – confirmação de doping na contraprova -, não há nos sites nesta sexta-feira nenhuma referência ao Inter, clube que o revelou e de onde ele saiu para jogar na Ucrania. Há motivos, portanto, para citar em algum trecho da matéria que ele defendeu o Inter. Espero que isso ocorra nos jornais de sábado. Só por uma questão de equilíbrio na terra da grenalização.

Não tenho nenhuma dúvida que se fosse ex-jogador do Grêmio nessa situação, digamos, desconfortável, a referência ao tricolor seria automática, talvez com direito até a foto com a camisa gremista. Fora o título.

Não que eu desconfie de alguma intenção deliberada de chamuscar a imagem do Grêmio, claro que não.

Vou pelo lado positivo: é uma questão de grandeza. O Grêmio é grande demais. Por isso, é e sempre será referência em qualquer situação. 

PAGODE E FUTEBOL

Giuliano, Marcelo Grohe e Marcelo Oliveira são os desfalques contra o Fluminense. Sem contar o próprio Roger Machado, suspenso. Uma suspensão, aliás, absolutamente injusta.

As perdas são amenizadas pela ausência do goleador Fred. Veterano, já longe das melhores condições físicas, mas sempre perigoso, sempre goleador.

Ainda a favor do Grêmio, a estreia de RG, hoje um misto de pagodeiro e boleiro.

Vejo essa triste figura e mais me convenço de que o dinheiro é bom, muito bom, mas que é muito importante preservar a amizade, o carinho, o respeito e uma eventual admiração das pessoas que cruzam nosso caminho. RG não fez isso com a torcida do Grêmio. Pelo contrário. 

O resultado é esse: um andarilho patético vendendo – por preço cada vez menor – o que resta do seu talento. 

Sobre os desfalques: Marcelo Grohe é um goleiro superior, mas Tiago já mostrou que tem qualidades. Falhou no último jogo, mas tem crédito.

Marcelo Oliveira faz falta, embora Marcelo Hermes venha num crescendo.

Ausência a lamentar mesmo é a de Giuliano. Lesão muscular. Oportunidade para Schuster, que é da função. Sem a mesma qualidade, mas é do lugar, como diria o Rui Ostermann.

Pelo que soube, o ex-jogador do NH é mais marcador que Giuliano. Com isso, Douglas e Luan ficam mais liberados para atividades ofensivas.

Enfim, um grande jogo neste sábado, 18h30, no Maracanã.

ESTRANHO AMOR

Nilmar estreou levando uma goleada estrondosa e vexatória: 5 a 0 para a Chapecoense. Lembro que ao deixar o campo ele sorria.

Jogar por ‘amor’ dá nisso: a gente fica leve, feliz mesmo depois de um balaio de gols no lombo.

Agora, menos de um ano depois, na véspera de um reencontro com o algoz do Indio Condá, Nilmar está de novo deixando o clube do coração.

O amor suporta levar goleada e eliminação da Libertadores, mas não aguenta remuneração atrasada.

Nilmar vai jogar por amor em outro lugar. 

Recorro ao título do polêmico filme da Xuxa, da década de 80: 

Amor estranho amor.

Treino de finalizações deveria estar no currículo básico

Aquilo que há muito tempo defendo aqui começa a ser implantado no Grêmio: treinamento de finalizações. Luan, que tem sido pé-murcho muitas vezes, poderia fazer como Falcão em seu início. Ele ficava mais de uma hora treinando cobrança de falta ao lado do técnico Ênio Andrade, que batia na bola como poucos.

Hoje, com seus celulares – sim, os jovens jogadores têm no mínimo dois celulares – sempre a mil e carrão do ano, assediados pelas maria-chuteiras loucas para engravidar, esses  atletas de enorme potencial ficam na deles. Batem o cartão-ponto como funcionários comuns. Posso estar sendo injusto, mas duvido que fiquem batendo bola após os treinos normais, aqueles obrigatórios.

Quem acompanha futebol sabe que tem muito jogador de nível médio que acaba se destacando por habilidades como cobranças de falta e de escanteio; outros pelo chute forte, demolidor. 

Cabe ao clube, que remunera muito bem essa gurizada – Luan acaba de renovar contrato até 2018, providencial atitude do presidente Romildo – exigir um tempo extra, até para compensar o tal direito de imagem que quase não é utilizado na prática.

Treino de finalizações no futebol deveria ser matéria curricular, não simplesmente eletiva. 

Agora, os resultados sem dúvida são melhores se o próprio atleta toma a iniciativa ou se não fica contrariado com mais essa obrigação, com tanta ‘mina’ lá fora a esperar por ele.

Essa iniciativa do Roger de treinar finalizações e passes vem tarde, mas antes tarde do que nunca. Há outros fundamentos a serem treinados, mas o mais urgente é realmente esse de ajustar a pontaria. É importante, também, que durante o trabalho o técnico oriente o jogador sobre o tipo de conclusão em situações específicas do jogo.

Luan, e eu insisto com ele porque se trata do maior talento revelado pelo Grêmio nos últimos tempos, talvez até desde o… Bem, deixa pra lá!, precisa aprender a discernir melhor o tipo de conclusão, se bola colocada ou uma porrada. Ou um misto das duas. Nunca aquela bola molenga, gelatinosa, sem cor nem sabor, que os goleiros tanto apreciam.

Tem horas que o aprendiz craque precisa esquecer sua técnica apurada e agir como um volante raivoso, batendo forte, de preferência num dos cantos.

O legal, ainda, é que os jogadores aparentemente gostaram da ideia, pelo menos a julgar pela entrevista de Wallace, que elogiou a decisão. Desconfio que Wallace gostou, como todos nós, principalmente porque será uma oportunidade para Luan calibrar sua pontaria e a potência do arremate.

A BOAZINHA

A empreiteira boazinha caiu na vala comum. Leiam a notícia: 

“A Justiça Federal abriu ação penal nesta quarta-feira,contra o empresário Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez e mais 12 investigados na Operação Lava Jato. A Procuradoria da República atribui ao empreiteiro e aos outros acusados os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A decisão é do juiz federal Sérgio Moro”.

Acho que mais cedo ou mais tarde essa operação vai desvendar alguns mistérios que cercam a construção da Arena e a reforma do BR. E aí tudo pode acontecer.

Quem acredita que o Grêmio ainda pode ser campeão do Campeonato Brasileiro dá uma bela e comovente demonstração de fé. O problema é que no futebol como na vida é preciso mais do que fé.

Vamos supor que o Grêmio tivesse contratado o atacante francês do Tigres, o Gignac. Aí até eu acreditaria no título do Brasileirão. Mas o reforço é Bobô. Então…

Então, o negócio é lutar pelo título da Copa do Brasil: são oito jogos.

Se não der, tem ainda a sul-americana. Mas Brasileirão com o time atual é impossível.

BOBÔ

Discutem quem sai para entrar Bobô. Em primeiro lugar Bobô não vai ganhar a posição por decreto. Terá de mostrar futebol. Lembro pouco dele, mas deve ser um bom atacante pelo currículo. É um acréscimo, sem dúvida, em termos de grupo. O tempo e os jogos dirão se ele pode ser titular. Em princípio, penso que ele pode entrar no lugar de Douglas. Giuliano e Luan podem muito bem cuidar da armação, da articulação. Bobô faria o ataque com Pedro Rocha.

Mas acho que Roger, num primeiro momento, vai sacar Pedro Rocha. Mas é só um palpite.

O atacante azarão e o pé-murcho

O Grêmio merecia ter vencido o Sport. Jogou muito mais, criou situações de gol e seu goleiro foi pouco exigido. Já o goleiro adversário, Danilo, como a maioria dos goleiros rivais nos últimos anos, se consagrou.

Tem sido assim e assim será até que algumas coisas aconteçam, a começar pela contratação de um atacante perito em fazer gols. Nem precisa jogar grande coisa, desde que meta a bola na rede adversária com assiduidade. Bobo vem aí, e pode resolver ou pelo menos amenizar o problema. Com um goleador o Grêmio estaria na liderança no Brasileiro, ou disputando pau a pau com o Atlético Mineiro.

Aliás, o Atlético é o meu time no Brasileirão. Quero que dispare de vez e conquiste o título, impedindo que um certo outro clube que sofre pesadelos com tigre o conquiste. Mas e o Grêmio? Não, o Grêmio pode no máximo beliscar uma vaga na Libertadores, mas isso se esse Bobo der boa resposta.

Agora, revelo aqui uma descoberta que fiz assistindo ao jogo pela TV com apenas um olho. Explico: fiz cirurgia de catarata no olho esquerdo, que não pode pegar luminosidade – neste momento estou diante da tela do computador contrariando recomendação médica. Quem tem um olho é rei, diz o ditado. Não chego a tanto, mas  vi o suficiente para afirmar que o problema da falta de gols não é somente falta de um goleador.

É mais grave, quase insolúvel. O fato é que o Grêmio tem em sua linha ofensiva o maior perdedor de gols do futebol brasileiro: Luan. Mas não fica por aí: tem também o atacante mais azarão, o Braian Rodrigues.

Nada disso impede que eu continue acreditando no uruguaio e, principalmente, no Luan, um dos melhores jogadores em atividade no país. Quem joga o Cartola, no qual vou muito bem, obrigado, sabe que Luan é o atacante mais valorizado, superando Fred e Guerrero.

O problema do Luan é que ele é um perdedor de gols. Contra o Criciúma perdeu um daqueles imperdíveis, e que por pouco não eliminou o Grêmio da Copa do Brasil. Aliás, esta é a competição a ser vencida. Insisto. Parem de sonhar com Brasileirão. É como sonhar com aquela morena do ‘vai verão, vem verão’. Frustração garantida.

Lembro que nos anos 70/80- havia um meia que jogava muito. O Renato, do Guarani de Campinas. Apelido dele: Renato pé murcho. Luan é jovem e tem tempo para evoluir. Mas precisa treinar muito. Dentro da área tenta aquelas colocadas telegrafadas, manjadas por goleiro de categoria de base, e ainda por cima dá pouco peso na bola, quando não chuta para fora. De longe, quando chuta forte,ele insiste em acertar o pipoqueiro na arquibancada superior. Agora, quem bate falta com a qualidade que ele bate tem potencial para evoluir.

Já o Braian, exemplo típico do centroavante aipim, precisa de uma benzedeira. Mas aí nós já entramos no…

JOGO

Braian recebeu sua melhor bola do ano. Veio do cruzamento de Fernandinho – sim, eu também não gostei quando ele entrou, mas ele acabou fazendo alguns bons lances -, um cruzamento para consagrar centroavante aipim, rabanete ou beterraba. Braian fez como manda o Manual Prático do Centroavante Aipim: cabeceou forte no lado oposto ao do deslocamento do goleiro. Mas o ‘desgraçado’ defendeu. Um cabeceio de qualquer outro atacante menos azarão seria gol.

Agora, uma boa notícia, pelo menos para quem acredita em astrologia: em agosto Braian completa 29 anos. Estará fechando o círculo de 29 anos de Saturno. A vida dele vai mudar. Anotem aí. Na verdade, começa a mudar semanas antes. Ainda veremos um novo Braias, o Sortudo.

Ainda sobre o jogo. O Grêmio mereceu vencer. O goleiro Thiago pouco trabalho, prova do trabalho eficiente do sistema defensivo, em especial da dupla Maicon/Wallace. A linha de defensores também esteve em alto nível. Todos eles, inclusive Thiery.

Dos meias, gostei mais do Douglas. Sejamos justos. Foram dos pés de Douglas que saíram os melhores lances de ataque. Luan ciscou, ciscou e, além de perder duas boas chances de marcar, foi pouco efetivo. Giuliano se esforçou muito, mas acho que ele cai de rendimento jogando pela direita. Acho que ele deveria aparecer mais vezes pelo meio. 

Depois, Fernandinho entrou bem, mostrando que pode ser útil como opção; Braian é uma alternativa ainda insuficiente, mas uma alternativa que vai crescer nos próximos jogos, podem apostar; e Maxi Rodriguez, que pouco acrescentou, mas que merece oportunidades e até uma sequência de jogos. Na verdade, o time ficou meio perdidão com a saída de Douglas e a entrada do uruguaio.

O melhor do jogo foi o goleiro Danilo Fernandes. O melhor do Grêmio foi, claro, Pedro Rocha. Mas o time de modo geral esteve em nível muito bom.

Sim, Thiago falhou no gol do Sport. E agora? Grohe não serve, Thiago também não. E agora? Pra mim, são dois ótimos goleiros. O Grêmio está bem servido de goleiros.

Pelo menos é como eu vejo com esse meu olho direito.

Uma história de horror: a eliminação colorada

Eu sou um covarde. Abri mão de ver o jogo. Troquei por um episódio do seriado American Horror Story. Foi o último da terceira temporada. Recomendo.

Muita morte, muito sangue, muito susto. Mas nada que se compare ao horror que tem sido esperar por uma derrota do Inter nos últimos tempos. Por isso, fiquei com o filme de terror, uma novela água com açúcar em comparação com o que eu esperava que fosse Tigres x Inter.

Não acreditei em mim mesmo, que previ que seria 3 a 0 para o Tigres em função de uma cerveja que comprei: a TRÊS TIGRES. Pensei, esse 3 tem um significado. Quem sabe o Inter não irá perder por 3 gols?

E não é que foi 3 mesmo! No final, o Inter descontou. Poderia ter sido mais. Sobis perdeu um pênalti. Alguém acreditou que ele faria gol em seu ex-clube?

Quando terminou o episódio, sempre com muita carnificina e sangue jorrando, passei para o jogo. Estava lá escrito: Tigres 2 x 0 Inter.

É claro que vi o restante. 

O time de Diego Aguirre, de tanto ser poupado, decidiu poupar-se na decisão contra o Tigres. Quem pensando no jogo contra o River Plate pela decisão da Libertadores?

O fato é que o Inter desmoronou. Não será fácil juntar os cacos.

A direção colorada vai viver agora um pesadelo pior que os pesadelos vividos pelos personagens do seriado de terror.

Onde arrumar dinheiro para pagar os atrasados? Os salários que chegam a mais de 15 milhões de reais por mês?

Não há Drácula que assuste mais. 

Resta saber quanto tempo mais vai durar Diego Aguirre com os colorados da crônica esportiva querendo sua cabeça?

Aguardemos os próximos episódios desse filme de horror, muito mais assustador do que o meu American Horror Story.

Agora, falando sério, esse time mexicano já deveria ter deixado o Beira-Rio ao menos com um empate. Questão de justiça.

Mereceu a classificação. Foi mais time.

PAUSA

Vou me afastar uns dias por razões pessoais. Volto sábado, se tudo der certo, após o jogo contra o Sport.