Pensamento mágico e contratações polêmicas

O pensamento mágico anda de mãos dadas com os dirigentes da dupla Gre-Nal. E seus treinadores.

Não vejo mal algum em acreditar na magia e nos mistérios da vida, em duendes, nos deuses do futebol, etc. Faz parte.

O problema é quando a racionalidade, a pesquisa, o planejamento, a lógica e o estudo são colocados em segundo plano, em detrimento de devaneios, delírios e, claro, do pensamento mágico.

Por exemplo, acreditar que Negueba, jogador de biografia discreta e raros gols assinalados, possa ser um reforço, é quase como crer na inocência do ex-presidente Lula.

Negueba é uma aposta, mas uma aposta com chances pequenas de dar certo. 

Vale o mesmo para Leandro Almeida, zagueiro que o Inter está contratando do Palmeiras. Ariel é outro que entra nesse pacote.

Nessas ocasiões sempre tem quem lembre de Jardel, Paulo Nunes e outros que chegaram desacreditados e acabaram fazendo carreira, conquistando títulos.

Poucos destacam que esses nomes são, na realidade, as exceções.

Sei que os cofres estão raspados. Mas isso não justifica.

Ao contrário. É mais um motivo para fazer aquilo que está caindo de maduro: investir na prata da casa.

Tem uma lição básica, que muitas vezes é pisoteada: jogador para compor grupo a gente encontra na base. Jogadores medianos servem mesmo é para truncar os jovens formados no clube.

O Grêmio tem hoje esperando uma oportunidade – colocar Batista aos 43 do segundo tempo contra a Ponte Preta não é exatamente uma oportunidade – uma série de jovens promissores: Iago, Tontini, Kaio, Jailson, entre outros.

Dificilmente algum deles terá tão cedo a sequência de jogos que Negueba irá receber assim que pisar no CT tricolor.

Se dessem uma chance (real) para Tontini, por exemplo. Não, isso não passa pela cabeça dos dirigentes aqui no Sul.

O negócio deles é buscar fora o que já tem em casa.

Aproveitar de fato a gurizada somente na hora do desespero, quando os titulares estão fora por lesão, seleção brasileira, cartões, caxumba, etc

É o que acontece agora. São vários desfalques para o jogo contra o Fluminense. Será que o técnico Roger conhece o verdadeiro potencial da gurizada para ali encontrar substitutos confiáveis? 

Com certeza teria mais firmeza nas escolhas se tivesse testado melhor esses jogadores. A não ser que para ele bastem os treinos. Mas jogo é jogo, treino é treino.

Assim, na hora do aperto, por falta de amostragens mais seguras dos jovens, o recurso é apelar para os mesmos que faz tempo nada resolvem.

CÁSSIO

Quem me acompanha sabe que há muito tempo venho dizendo que Cássio é o melhor goleiro no país.

É Cássio e os outros. Grohe é um baita goleiro, mas Cássio é superior.

O Grêmio estaria tentando contratar Cássio, em situação de litígio no Corinthians.

Para isso, precisa negociar Grohe. Não tem como ficar com os dois. 

Mas há informações de que Marcelo Grohe está sendo negociado, abrindo caminho para a volta de Cássio.

Se isso acontecer espero que Dunga – ele ainda estiver na seleção – não o convoque.

 

Golaço de Luan: prêmio pela insistência do time

Vitória por 1 a 0, com gol nos acréscimos, é quase uma goleada.

Foi um jogo sofrido, com a Ponte Preta se defendendo de qualquer jeito e explorando contra-ataque também de qualquer jeito.

Para completar, o Grêmio atacando de qualquer jeito. Na maioria das vezes abusando do toque-toque improdutivo. Depois, mesmo com um jogador a mais, abusando da bola erguida para a área de qualquer. O antigo ‘chuveirinho’ ressurgiu das trevas. Ou do desespero. 

Lembrei-me do velho Olímpico, lá pelos anos 70/80, quando a bola rifada para a área da intermediária, pegando a defesa rival de frente, em posição de superioridade perante o ataque.

Tanto o toque-toque como o ‘chuveirinho’ são irritantes, especialmente quando se abusa desse tipo de jogada.

E não é que na tarde iluminada, com o sol já se pondo sobre o Guaíba, um lançamento despretensioso, aquele ao qual o jogador recorre quando já não sabe o que fazer para penetrar na área, resultou no gol da vitória? O gol que anulou teses e opiniões ditas definitivas sobre este ou aquele atleta, e até, claro, sobre o treinador Roger Machado.

Maicon lançou para a área, o zagueiro afastou e Luan pegou o rebote, ajeitou e chutou forte no ângulo superior direito. Sem chance para o goleiro. Um golaço do craque do time.

Um golaço de Luan, que mesmo com dor na sola do pé pediu para jogar, contrariando o departamento médico.

INSISTÊNCIA

O principal é que o Grêmio, sem ter feito uma boa partida, mas também longe de ser ruim, é que o os jogadores nunca se entregaram.

O time venceu pela indignação diante de um empate que não refletia o que acontecia em campo. Venceu pela garra e pela insistência. 

Contra o Palmeiras, na derrota por 4 a 3, o time já havia mostrado a mesma determinação, a mesma entrega.

Com certeza, é reflexo de um trabalho que está sendo feito pelos novos gestores do futebol tricolor.

A vontade de vencer, até para compensar a derrota na semana, era tanta que alguns jogadores abusaram das entradas viris, como Luan e principalmente Lincoln, que conseguiu ser expulso com poucos minutos em campo.

Seria interessante uma análise do comando a esse respeito.

Daqui a pouco não vai faltar gente, em especial aqui na aldeia, para rotular o Grêmio de time violento.

ESTREIA

Gostei muito de Wallace. Mostrou segurança, firmeza, domínio do setor. Jogador experiente, que joga sério. Posso estar enganado, mas o Grêmio encontrou um bom companheiro para Geromel, que se sentiu tão seguro que foi várias vezes ao ataque.

COTAÇÃO

Em relação aos demais jogadores:

Bruno Grassi: quase não foi exigido.

Edilson: uma recaída

Geromel: um gigante

Hermes: esforçado apenas

Ramiro: não comprometeu, mas o time perde sem Wallace

Maicon: outra atuação muito boa. Parece estar incorporando a alma tricolor.

Giuliano: muita movimentação, muita vontade e poucos acertos ofensivos

Luan: alguns bons lances, outros nem tanto. Poderia ter sido expulso. Mas o gol apaga tudo de negativo.

Douglas: uma metidinha para Éverton e só. Que eu me lembre.

Éverton: precisa urgente colocar o pé na forma. 

SELEÇÃO

Falha de Alisson teve repercussão mundial. Só não foi maior porque o juiz, seguindo seu bandeirinha, anulou o gol. Mas a bola estava em cima da risca da linha de fundo quando Miller Bolanos chutou rasante, sem maior pretensão. Alisson acabou mandando a bola para a rede.

O lance lembrou muito esse:

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2016/06/internacional-0x1-gremio-brasileiro-1987.html

Erros coletivos causaram a derrota em SP

Fazer terra arrasada da derrota por 4 a 3 diante do Palmeiras, em SP, é uma demasia. É coisa de quem espera demais de um time mediano, do nível de todos os demais candidatos a título do Brasileirão.

Esse time que fracassou na Libertadores, no Gauchão e na Liga estava fazendo demais, acima do que previam os mais otimistas. 

Dói mais quando a realidade despeja um balde de gelo sobre a empolgação.

Se não houvesse uma CBF no meio do caminho, com seu preposto Dunga para tornar a caminhada ainda mais espinhenta, até seria possível projetar uma disputa pelo título.

Hoje, o grupo do Grêmio é modesto, mal dá para formar um time competitivo. Um time que perde força e se fragiliza quando cede jogadores para a seleção passear nos Estados Unidos.

A direção tem muito trabalho pela frente. Precisa qualificar o time.

Já no primeiro jogo sem Marcelo Grohe a defesa menos vazada, com zero gol em quatro jogos, escancarou as deficiências conhecidas anteriormente.

Bruno Grassi levou quatro gols. Tenho dúvidas se Grohe evitaria os gols, talvez o segundo, onde me parece ter ocorrido uma falha técnica de Grassi. Ele, acredito, poderia ter dado um passo para trás para só então tomar impulso e afastar a bola que o encobria. 

Mas a falta de Grohe se deu principalmente pelo entrosamento com os companheiros. É muito importante o goleiro estar alinhado especialmente com seus zagueiros. E isso estava acontecendo. A zaga vinha bem.

Nesses quatro jogos ninguém ergueu a voz para criticar Bressan, que estava dando conta do recado.

Com os quatro gols sofridos, sobrou para Bressan. Vi erro de posicionamento e descuido coletivo nos gols de cabeça.

Vi erro no primeiro gol do Palmeiras, numa bola metida por Dudu, que depois daria outras duas metidas preciosas, contra nenhuma de Douglas, figura apagada no jogo.

Ali me pareceu que Bressan foi desatento e lento, mas velocidade nunca foi seu forte. 

No segundo gol, baixou um capeta verde que levou a bola para a rede tricolor. Gol de Roger Guedes, um guri de Ibirubá, que ganhou uma disputa com Wallace, frouxo no lance.

A entrada do inquieto Guedes, que tem apenas 19 anos, no lugar do aipim Alexsandro, melhorou muito o Palmeiras. Outro jogador que chamou minha atenção foi Moisés, um volante que faz área a área.

O terceiro gol foi de Vitor Hugo, notório cabeceador na área alheia. Um perigo. Pois ele cabeceou sozinho metendo-se entre Bressan e Geromel. Aí houve falha de Luan que estava ao lado do zagueiro na risca da grande área e não o acompanhou. Colocar Luan para marcar o melhor cabeceador do Palmeiras é um desatino.

No quarto gol, a bola voou sobre a área, dois metros acima de Bressan, e alcançou Thiago Santos, que escapou de Marcelo Hermes para cabecear.

Como se percebe, muita gente cometeu erros. Alguns começaram bem antes de o jogo começar.

EDILSON

Grande partida do Edilson. Eu critiquei muito sua contratação. Ele fez a belíssima jogada para o segundo gol de Giuliano. Depois, marcou um gol em jogada individual, cheia de iniciativa e indignação. Gostei, apesar de alguns descuidos defensivos, mas nada significativo.

Só espero que ele não tenha uma recaída.

PONTE PRETA

Só existe uma maneira de exorcisar essa derrota em SP.

É vencer a Ponte Preta neste domingo, 16h, e continuar somando pontos rodada após a rodada para ver no que dá.

Para isso, é importante que a torcida siga acreditando e não se encolha.

É isso que ‘eles’ querem.

 

 

 

 

 

Dunga enfraquece o Grêmio na luta pelo título

Não tem ninguém neste país com mais poder que o técnico da seleção brasileira. Ele faz e desfaz, convoca e desconvoca.

Nada mais autoritário, prepotente.

Se o técnico da seleção quiser ele convoca um reserva desconhecido, com fez o atual ao chamar, no ano passado, o jovem Géferson, que chama mais a atenção apenas por ter seu nome iniciado com G, não com J, como seria de se esperar.

Géferson é jogador do Inter, clube do coração do treinador. Sua convocação foi festejada no BRio. Afinal, era um patrimônio do clube que poderia resultar em muito dinheiro ao clube pelo simples fato de vestir a amarelinha.

Naquele momento Dunga estava dando, mesmo sem ter essa intenção, um presente ao Inter. 

Agora, o técnico da seleção, do alto de seu poder inabalável e critérios questionáveis, dá outro presente ao seu ex-clube. Enfraquece o maior rival na corrida pelo título do brasileirão ao convocar dois expoentes do time tricolor, titulares absolutos. Primeiro, Marcelo Grohe; agora, Wallace.

Se por um lado os dois se valorizam no caso de algum negócio, por outro, o que é mais importante no momento, a equipe fica fragilizada na competição.

DESMANCHE

Dunga está fazendo um desmanche do sistema defensivo gremista, o único não vazado em quatro rodadas.

Penso que a direção gremista deveria emitir uma nota oficial de repúdio ao treinador.

Afinal, ele desfalca o Grêmio de dois titulares fundamentais. Wallace e, principalmente, Grohe, vão ficar na reserva num torneio que sai do nada para lugar algum, um torneio que não se justifica nesses tempos de profissionalismo exacerbado no futebol, que movimenta em torno de R$ 500 bilhões por ano.

No caso de Wallace, a situação é ainda pior. Ele já está relacionado também para defender o Brasil nos jogos Olímpicos.

O Grêmio poderia fazer como fez o Barcelona, que fincou pé e só liberou Neymar para um dos torneios.

Bem, o estrago está feito. Outros clubes também perderam jogadores importantes. O Inter, mesmo com o título reluzente de campeão gaúcho, foi poupado dessa.

LEVANTE

Ah, se Dunga inventar de convocar Geromel e/ou Luan, penso que caberá um levante armado.

CÁSSIO

O goleiro do Corinthians visitou ontem a concentração do Grêmio. É goleiro formado no clube.

É o goleiro que eu convocaria para a seleção brasileira. E isso já faz tempo. É o melhor de todos.

Cássio está meio brigado com Tite.

Quem sabe o Grêmio não devolve Douglas, que era quarto reserva do Corinthians, e contrata Cássio?

Fica a ideia. 

Dunga desfalca a defesa ‘zero gol’ do Brasileirão

Marcelo Grohe foi o meu goleiro no Cartola nos quatro jogos do Brasileirão. Fora isso, é o goleiro da defesa ‘zero gol’ da competição, a defesa de melhor desempenho até agora no período dos pontos corridos.

A convocação do goleiro titular do Grêmio para esfregar o banco de reservas – ou simplesmente para torcer ao vivo – da seleção brasileira na Copa América, um torneio que deveria ser extinto para o bem dos clubes e de suas torcidas. 

A convocação de Grohe e a de outros jogadores causa desequilíbrio na competição.

Até agora o Grêmio era beneficiado pela caneta do técnico Dunga. Outros clubes, no entanto, foram sacrificados.

Já o Inter poderá seguir em frente sem sofrer essa sangria. É outro benefício ao Inter, que já conta com uma tabela de jogos muito favorável para quem busca armar e dar confiança ao time, além de acumular pontos para enfrentar tempos provavelmente mais difíceis, quando os clubes hoje penalizados terão de volta seus melhores atletas.

Imagino que Dunga não tenha feito essa convocação de propósito.

Mas alguém que quisesse prejudicar o atual líder do Brasileiro não faria melhor. Foi um corte com precisão cirúrgica.

Pior que isso só se Geromel fosse extirpado do time neste momento para defender a seleção do Dunga, como defendem muitas vozes de vários tons.

De minha parte, tenho sempre a esperança de que os jogadores do Grêmio sejam esquecidos pela CBF.

Além de desfalcar o time, essas convocações muitas vezes mexem com a cabeça do jogador. Alguns não conseguem mais se aprumar depois de vestirem a amarelinha.

O fato é que o Grêmio fica sem Grohe por sete jogos. Nesse período, Grohe basicamente ficará apenas treinando. Enquanto isso, o Grêmio precisando dele, a começar já por esse jogo de quinta-feira contra o Palmeiras.

Sei que muitos gremistas estão vibrando, curiosamente como toda a torcida colorada.

Os colorados porque percebem o maior rival mais fragilizado.

Já os gremistas que consideram Grohe, digamos, insuficiente para o Grêmio por ter ‘braços curtos’, por ‘sair mal do gol’, por ‘não saber jogar com os pés’, etc., podem respirar aliviados.

Grohe está fora. Não era isso que queriam? 

Chance para Bruno Grassi e Douglas. Se um deles for bem, ninguém sentirá falta de Grohe.

Nem eu.

Mas no momento estou lamentando muito a ausência desse goleiro que, como outros também erra, mas que sempre honra e dignifica a camisa tricolor.

CONSELHO DELIBERATIVO

Quem quiser apoiar minha candidatura ao CD do Grêmio ainda há tempo. Sei que perdi votos com os ‘carrascos’ do Grohe, mas é do jogo…

Então, quem acredita que eu possa dar alguma contribuição ao nosso clube é só mandar nome completo, matrícula de sócio com mais de dois anos de contribuição, telefone e cidade.

Plantadores de ‘aipim’ sofrem duro golpe

Aqueles que insistem – acredito que muito mais por birra do que por convicção – em querer Bobô como titular tiveram um duro golpe neste domingo.

Não tenho a pretensão de que eles tenham aprendido a lição, porque para esse pessoal o Centroavante Aipim está na gênese do futebol.

São analistas/torcedores -tão em extinção quanto o CA, o tal Centroavante Aipim –  que encontram dificuldade para reconhecer que é possível jogar bem, vencer e ser campeão sem um atacante centralizado.

Na rodada anterior, foi Luan quem mostrou que não é preciso ficar na área esperando cruzamentos para fazer gols, com o acréscimo de participação efetiva na armação de jogadas e ‘metidinhas’ para os companheiros.

Neste domingo, quem iluminou o setor ofensivo do Grêmio na vitória por 2 a 0 sobre o Coritiba foi outro atacante de movimentação, que joga tanto pela direita como pela esquerda e, quando necessário, aparece como um típico centroavante.

Trata-se de Éverton, um jogador ainda em fase de afirmação. Éverton, jogando mais pelo setor direito, apareceu duas vezes com perigo pelo meio, numa delas, a segunda, mandou para a rede ao antecipar-se ao zagueiro após cruzamento precioso de Marcelo Hermes (outro que precisa de sequência), em jogada iniciada por Giuliano.

No segundo tempo, quando o Grêmio realmente acertou e se impôs depois de um primeiro tempo preocupante, Éverton fez a grande jogada da partida, ao arrancar em velocidade pela direita, do campo defensivo – coisa que CA algum consegue fazer -, até ser derrubado na área, num pênalti bem assinalado pelo juiz, e convertido pelo goleador Luan.

Roger Machado voltou ao esquema que deu certo no ano passado com as lesões de Bobô e Henrique Almeira.

Resta saber se Roger irá manter a estrutura atual, ou terá outra recaída.

REFORÇOS

Roger arrumou a cozinha. São quatro jogos sem levar gol, e mais, praticamente sem dar chances de gol aos adversários. A defesa que vazou tanto na Libertadores parece ajustada.

Agora, precisa ser reforçada porque o campeonato é longo. Talvez a contratação de Wallace resolva o problema na zaga.

Edilson voltou bem, mas não confio nele – respeito opiniões contrárias. Na esquerda, os dois jogadores da posição são inconfiáveis, embora Hermes tenha feito boa partida, demonstrando mais segurança e confiança em si mesmo.

Penso que falta um volante do nível dos dois titulares. Edinho é no máximo um quebra-galho.

Fora isso, Roger deveria dar mais oportunidades aos jovens da base.

CLASSIFICAÇÃO

O campeonato é longo. É cedo para se emocionar com a liderança. O importante é ficar no topo da tabela.

Hoje, o Grêmio é líder isolado pelos critérios. Em pontos, iguala-se ao Inter do tão contestado – pelos colorados – técnico Argel.

Vamos ver como a imprensa gaudéria vai abordar essa história da classificação. 

 

Grêmio é vice com show de Luan em Minas

O título do meu último comentário foi ‘Roger reencontra seu esquema vitorioso’. Fazia referência à substituição de Bobô no intervalo do jogo contra o Flamengo por Éverton, um atacante de velocidade e movimentação.

Escrevi, ainda, que continuava acreditando no Roger Machado dos 5 a 0 no Gre-Nal e da campanha exitosa no Brasileirão/2015.

Contra o Atlético, Roger não começou o jogo com Éverton (podia ser Lincoln ou Pedro Rocha), optando por outro centroavante, o Henrique Almeida. Mas o noticiário apontava que Bobô seria escalado, até que apareceu uma providencial lesão muscular. 

Duvido dessa lesão, que pode ter sido ‘estratégica’. Quero crer que Roger queria mesmo alguém com mais movimentação na frente. Então, começou com Henrique Almeida, não com Éverton/Pedro Rocha. Ficou no meio do caminho.

Os deuses do futebol, no entanto, decidiram dar uma ajuda ao noviço treinador. Henrique Almeida se lesionou ainda no primeiro tempo e aí sim jogou o time do ano passado. Aquele que tinha Luan mais próximo da área, um ‘falso centroavante’.

Nada de Bobô ou Henrique Almeida: Luan.

O grande nome da vitória maiúscula sobre o Atlético Mineiro (o terceiro time potencialmente candidato ao título que o Grêmio enfrenta em sequência) foi Luan, contestado por alguns, louvado por uns poucos, mas o jogador que é, sem dúvida, a maior referência técnica do time desde o ano passado.

Era um time desfalcado de nove titulares, mas ainda assim um adversário de respeito. O Atlético tem talvez o melhor grupo da competição, e segue se reforçando, ainda mais agora com o vitorioso Marcelo Oliveira no comando.

O JOGO

O primeiro gol gremista foi uma pintura. Henrique Almeida deu um toquezinho genial para Marcelo Oliveira (sim, o Marcelo Oliveira tão odiado por uns), que vinha de trás, desviar com habilidade do goleiro Victor.

Até ali o jogo estava indefinido, embora o Grêmio já tivesse uma bola na trave (nas traves), num lance de Luan.

O Grêmio ampliou através de Luan, após lançamento de outro ‘cristo’, o Maicon, que roubou a bola do adversário. Nos acréscimos, Luan fez 3 a 0.

Ainda no primeiro tempo, até aos 36 minutos, o time perdeu três jogadores por lesão, HM, Fred e Marcelo Oliveira.

No segundo tempo, o Atlético tentou reagir, mas encontrou o Grêmio bem posicionado. Geromel um gigante na área. Edilson muito bem.

Nos contra-ataques, o Grêmio foi criando mais situações para ampliar, mas abusou demais, foi pouco objetivo.

Com a vitória, o time de Roger Machado assume o segundo lugar pelo critério de desempate.

Aproveitamento de 77,8%.

Quem armou uma tabela para prejudicar o Grêmio se deu mal, porque os resultados positivos contra três grandes clubes logo na largada aumentam a confiança do time e dão tranquilidade para Roger Machado seguir seu trabalho.

INTER

Na segunda-feira, o jornal ZH deu em manchete que o Grêmio havia conseguido uma vitória ‘magrinha’, ou algo assim, com o 1 a 0 sobre o Flamengo, desconsiderando o fato de que o Grêmio teve inúmeras chances para ampliar.

Curioso para ver qual a manchete que será aplicada para definir o mesmo placar do Inter sobre o Sport Recife, clube sem um décimo da tradição e da relevância do Flamengo no futebol brasileiro.

O fato é que hoje Grêmio e Inter estão igualados na tabela.

A diferença é que o Grêmio teve dois jogos fora de casa e contra adversários de maior porte.

Roger reencontra seu esquema vitorioso

O Grêmio do segundo tempo contra o Flamengo tem todas as condições de fazer campanha e ainda brigar pelo título do Brasileirão.

Ainda á preciso melhorar alguma coisa, mas qual time na competição que não precisa melhorar? Não existe nenhum favorito.

Em duas rodadas não aparece nenhuma equipe com duas vitórias. É um indicativo de que não há bicho-papão no campeonato.

Então, o Grêmio está naquele bolo dos que vão disputar ponto atrás de ponto para chegar na reta final com habilitação para o título.

Se estou parecendo exagerado é porque quero fazer um contraponto aos torcedores pessimistas e aos terroristas vermelhos que questionam Roger e duvidam da capacidade do grupo tricolor, como se houvesse grupo superior nas imediações ou até mesmo Acima do Mampituba.

O Grêmio enfrentou os dois clubes de maior torcida. Somou quatro pontos em seis.

A defesa, peneira na Libertadores se transformou numa muralha. É a única que não sofreu gol. Incrível!

Sinal de que Roger Machado trabalhou muito bem ali, o que significa dizer que merece crédito, que aqueles que o querem longe da Arena talvez estejam sendo exagerados por conta de anos e anos de frustrações acumuladas.

Para mim, Roger ainda é o técnico dos 5 a 0. O técnico que arrumou o time herdado de Felipão.

Mas, por ser um técnico em formação, Roger acabou cometendo erros.

Talvez por ouvir e levar em alta conta conselhos de pessoas que ainda não saíram da década de 90, pessoas que ainda sonham com Arce cruzando e Jardel cabeceando.

Pessoas que defendem o típico centroavante, mesmo que esse centroavante seja um jogador muito limitado como é Bobô. O grande centroavante sempre terá um esquema voltado para si.

Não existe chance de armar um esquema para Bobô. 

O jogo contra o Flamengo foi emblemático. O intervalo um divisor de águas.

A troca de Bobô por Éverton elevou o time que estava em campo a um patamar superior.

O time do segundo tempo é o time que muitos torcedores querem. Foram criadas inúmeras situações de gol.

É o time que defendi no comentário na véspera do jogo. Um time sem Douglas e sem Bobô.

O próprio gol é um sinal de a mudança deve ser mantida. Quem bateu o escanteio para Fred marcar foi Éverton. Nem Douglas, nem Luan, os cobradores de sempre.

Veio um cobrador novo e deu-se o milagre: um gol de cabeça em escanteio.

Coincidência ou não, quando Roger não resistiu e mandou Douglas para o campo, o Grêmio decaiu. O Flamengo cresceu nos minutos finais e por pouco não empatou.

O grande goleiro Marcelo Grohe cometeu uma falha bisonha. Mas nada que ofusque sua biografia. Aliás, Grohe quase não trabalhou. Fez uma defesa muito difícil e só.

Foi uma vitória mais do que justa. Li e ouvi comentários de gente querendo diminuir a importância da atuação e do resultado.

Vitória ‘magrinha’, dizia uma manchete. Lamentável.

O fato é que o time ganha moral para enfrentar outra pedreira: o Atlético Mineiro, na quinta-feira.

Não terá Bolaños. Pedro Rocha deve ser o substituto.

Bobô pode ficar no banco como alternativa de jogo.

EDILSON

Fez um estreia auspiciosa. O primeiro tempo foi muito bom. Seu grande lance foi uma metida para Giuliano, que se atrapalhou na jogada.

No segundo tempo, foi mais discreto, até porque o Flamengo começou a jogar mais pelo seu lado.

Foi driblado por Alan Patrick (que jogou muito bem ) no lance em que Grohe quase fez gol contra.

Nota 7.

ARGEL

Grande vitória do Inter sobre o São Paulo. Aqueles que diziam que Argel havia armado o esquema chama-derrota fizeram um recuo estratégico.

Argel conhece o grupo que tem, diferente de muitos analistas esportivos.

O Inter humilde resistiu à pressão do adversário e aproveitou as duas chances de gol que teve nos 90 minutos.

Em caso de derrota, Argel estaria hoje ouvindo poucas e boas.

De retranqueiro e covarde para baixo.

 

 

 

Roger e os outros culpados

Por mais que a gente goste de apontar um culpado e transformá-lo numa Geni, jogando-lhe todas as pedras como cantava meu ex-ídolo Chico Buarque, essa instabilidade inquietante do Grêmio deve ser atribuída a muita gente.

Nem todos estão dentro de campo ou em suas imediações. Fora isso, há atenuantes como a falta de dinheiro para buscar no mercado jogadores com melhor qualidade. Edilson, por exemplo, veio por uma questão de custo/benefício, conforme ouvi do sr Alberto Guerra.

Até aí tudo bem, o problema é que o passado nos ensina que não adianta empilhar jogadores razoáveis, porque a resposta deles nunca será aceitável e aí se busca outro e mais outro. Tem sido assim especialmente na lateral-direita tricolor. 

Trazer de volta jogador insuficiente tem um preço. Vejam o quanto custou caro a volta de Bressan. 

Tudo isso quando há na base um guri, o Raul, de inúmeras convocações para a seleção brasileira sub isso, sub aquilo. Será Raul um jogador de empresário influente na CBF, que joga tão pouco que não merece uma chance sequer em treino no grupo principal? Será? Não acredito.

Então, quando a gente vê, há culpados em tudo que é lado.

De quem seria a culpa pelo fato de o Grêmio ter desandado, por exemplo. Onde está aquele Grêmio de boa parte do Brasileirão passado, aquele Grêmio que deslumbrou o país, inclusive colorados, e alçou o noviço Roger Machado ao grupo dos melhores treinadores?

É possível pulverizar responsabilidades. Mas eu me detenho nos nomes mais visíveis. Não são os únicos, mas talvez sejam os principais.

Primeiro, Roger Machado; segundo, Bobô; terceiro, quem o contratou.

O Grêmio desandou, ou melhor, deixou de empolgar, quando Roger começou a escalar Bobô.

Aí bagunçou a casa, da cozinha à sala, passando pelo banheiro.

Roger cedeu à pressão dos defensores do aipim enfiado na área. Não sou contra aipim, ainda mais frito, mas precisa de ser boa qualidade. 

Não me parece ser o caso de Bobô, um jogador mediano conforme prova seu currículo de escassos gols.

Com a chegada de Bobô, Roger se perdeu. O ataque de movimentação intensa, velocidade e com Luan chegando de trás e sempre mais próximo da área, se perdeu.

Está até hoje perdido. Roger não o encontra mais, e insiste na ideia do centroavante.

O ataque tão efetivo antes já não marca há três jogos.

A insistência com Douglas e o quase ‘abandono’ de Lincoln’ também contribuem para a queda de rendimento.

Aqueles que defendiam apaixonadamente Douglas ‘Metidinha’ durante a Libertadores, agora nem questionam o fato de ele ter ficado no banco na estreia do time no Brasileirão. Estão aí, assoviando com as mãos nos bolsos,olhar de paisagem, como se não fosse com eles.

Esses todos que defenderam Douglas também são culpados pela derrocada em três competições seguidas. 

E aqueles, então, que acreditaram que Fred poderia substituir Erazo, o que dizer eles?

Há muitos culpados, mas o importante agora é tirar ensinamentos do que aconteceu e buscar uma retomada do caminho das vitórias.

Minha esperança é que Roger aproveite mais os guris da base, em especial Lincoln.

Mas tem outros, como o Tontini, que foi abandonado como uma cueca velha.

 

Outra coisa: Roger poderia pensar num esquema alternativo.

 

O esquema dele já mostrou ser bom, mas não ganhou nada até agora, além de elogios que hoje são cada vez mais raros.

Eu pensaria num esquema alternativo: o clássico 4-4-2, usado por grandes equipes do mundo.

Na frente, dois atacantes de movimentação.

Aipim só como aperitivo, digo, só para entrar no final, ali pelos 44 minutos…

Coloradismo ‘entorno’ da Arena

A notícia do dia é que o sr Raul Pont será candidato a prefeito de Porto Alegre.

Acho que é por isso que voltou a circular no twitter esse texto que ‘cometi’ no dia 31 de janeiro de 2012. Nem me lembrava mais.

Recebi uma retuitada com esse conteúdo. Acho que vale a pena mostrar para os novos botequeiros.  

Segue conforme foi publicado:

 

‘O deputado Raul Pont está vociferando contra a aplicação de dinheiro público nas obras, indispensáveis, no entorno da Arena.

Está no seu direito. Só tenho lá minhas desconfianças se ele o faz por ser um político realmente preocupado com o dinheiro público ou por puro coloradismo.

Ele já andou retrucando (em resposta ao conselheiro Giuliano Vieceli, que enviou sólidos argumentos contra a posição do deputado petista igualmente publicada no blog de Hiltor Mombach, no CP), que a segunda hipótese é risível, cheia de preconceito e fanatismo.

Não foi por preconceito e algum tipo de fanatismo que a Ford foi embora do Rio Grande do Sul?

Sempre respeitei o Sr. Pont. Raramente concordei com suas idéias no campo da política, mas as respeitei porque via nele um homem honesto, com sólidos princípios éticos. Um homem digno, enfim.

Mas tudo mudou com o episódio do Mensalão, aquele dos 40 ladrões conforme denúncia da Procuradoria Geral da República. Entre eles, homens do alto escalão petista. Gente que era a esperança de milhões de brasileiro.

Peixes graúdos nas malhas da corrupção.

Naquele momento, esperei que os petistas que eu respeitava fossem seguir os passos de Heloísa Helena e Luciana Genro, que tiveram a coragem de abandonar o aconchego do ninho do partido mais poderoso do país pela aventura de criar um novo partido. Luciana, se tivesse imitado Maria do Rosário, talvez hoje fosse ministra.

Sinceramente, mas sinceramente mesmo, eu não tive dúvidas de que a essas jovens idealistas, defensoras ardorosas da doutrina do antigo PT, logo se juntaria o Sr. Raul Pont. Não esperava isso do Olívio, da Maria do Rosário, do Tarso, do Paim.

Mas o Pont, sim. Ele levantaria a bandeira da ética às alturas em meio ao mar de lama de atingia o partido que cresceu combatendo a corrupção e os corruptos.

O Sr Pont oPTou. Foi só mais uma decepção na vida, nem foi das grandes. Pior foi ser goleado pelo Boca Jrs tempos atrás, ou cair pra segundona duas vezes.

O deputado, ao posicionar-se contra dinheiro público investido na Arena, afirma: “O dinheiro público, do Orçamento Público, sempre escasso diante de tantas prioridades deve ser gasto com muito zelo”.

Eu não me lembro de ele ter dito algo sequer parecido quando o governador do seu partido criou 975 contratos emergenciais no ano passado, causando uma repercussão financeira, em 2012, de uns R$ 33 milhões, mais uns R$34 milhões em 2013. Sem falar nas centenas de CCs.

Faltam, pelo que soube, R$ 30 milhões para concluir a obra de ‘mobilidade urbana’ na área da Arena.

Se depender do deputado Raul Pont, a obra não sai. Por preocupação com o dinheiro público ou por coloradismo?

Eu não tenho dúvida. Tenho a coragem de assumir meu ‘preconceito’ e meu ‘fanatismo’.

E ponto.’