Grêmio vence e Roger Machado ganha sobrevida no cargo

“O time esteve muito firme e seguro no primeiro terço com a dupla Geromel/Kannemann; teve o controle do jogo no segundo terço e foi mais criativo e efetivo no terço final”.

A explicação poderia ser do Roger Machado, mas é minha. Estou tentando me adaptar à linguagem do técnico, que ao vencer o Novo Horizontino por 2 a 0, não só tirou sua cabeça da guilhotina como ganhou crédito para seguir na função.

Portanto, preciso mergulhar no universo do vocabulário rogiano, porque pressinto que o pior já passou e que talvez Roger tenha vida longa no clube. Prometo acompanhar suas entrevistas coletivas, com um dicionário nas mãos, claro.

No momento em que escrevo, antes da meia-noite, Roger dá uma coletiva, agora sem a pressão que havia e que mobilizava grande parte da torcida a ‘convocar’ Renato a voltar à Arena.

Bem, não sei o que ele está dizendo, mas não deve ser muito diferente das linhas iniciais desse texto.

O que importa mesmo é que o Grêmio venceu. O adversário é fraco, mas o Grêmio, que não é lá essas coisas como deixa claro sua posição na tabela, fez o que tinha de fazer: somou três pontos.

Roger manteve o esquema com três zagueiros. Dois deles são de série A, enfrentando atacantes da série B. Levam vantagem. Os dois laterais são insuficientes. Edilson joga na malandragem, na experiência, e o Nicolas está provando que é um bom lateral para disputar a segundona.

Então, temos uma defesa sólida. Mas ela depende da marcação no meio. E aí destaque para Thiago Santos, que tomou o lugar de Alisson como principal alvo da torcida gremista. Pois TS fez grande partida. Calou os torcedores menos raivosos – os raivosos mesmo não mudam de opinião nunca.

Ao lado de Bitelo ele parece que ficou mais tranquilo. Os dois se complementaram. Enfatizando sempre que o adversário não é parâmetro para uma avaliação mais consistente e realista.

Agora o ataque. Essa dupla que faz o lado no terço final, ajudando a marcação no segundo terço (influência do Roger) é cômica. Tirando a raiva e a irritação, eles chegam a ser engraçados. E jogam parecido nos erros, que são muitos, e nos poucos acertos.

Entre eles, Diego Souza, o goleador do time e da série B, salvo engano. DS está pagando seus pecados, porque é raro sair uma jogada em que a bola sobre para ele saída dos pés de um deles, o Biel e o Janderson. Elkeson, que o substituiu na metade do segundo tempo, nem viu a cor da bola.

Mas quem acompanhou o jogo também pelas redes sociais, meu caso, sabe que a dupla foi criticada duramente até que foi protagonista de uma boa jogada, que resultou no segundo gol. Ah, o primeiro foi de DS, de pênalti.

Vamos lembrar esse gol que vai para o DVD deles, sem dúvida. Nicolas lançou Biel, que deixou a bola passar (sem querer, mas isto é detalhe, não?), enganando a marcação. Jandersonn, que entrava por trás, em velocidade, chutou rasante no canto direito.

Foi um gol de lavar a alma para esses dois jogadores. Até acho que começar o jogo com um deles é válido, por falta de coisa melhor, mas sair com os dois me parece uma demasia.

Bem, o Grêmio venceu, e isso, no momento, é o que importa. Já está encostando no g-4. Não é muito, mas pode ser o começo de uma arrancada.