O fator Éverton

Éverton, que Tite teimosamente não colocou em sua lista para o Mundial, conforme sugeri faz mais de um mês – ele ainda vai se arrepender, anotem aí -, foi o diferencial do Grêmio em relação aos seus jogos mais recentes.

No primeiro tempo, ele protagonizou o único lance de perigo na área do Ceará, que, diferente de Inter, Defensor e Paraná não armou retranca. Aos 4 minutos ele acertou a trave direita.

No segundo tempo, aos 30 segundos, ele foi derrubado na área, pênalti que o juiz assinalou, mas acabou voltando atrás. Aos 3, Éverton foi calçado na risca da grande área, mas o juiz marcou falta fora da área. Aos 31, ele obriga Éverson a uma grande defesa.

Na verdade, sem exagero, Éverton fez a diferença em relação aos jogos modorrentos contra Defensor e Paraná. O restante do time foi burocrático, com exceção ainda de um lance ofensivo de Kannemann, que saiu de trás a dribles, lembrando seus tempos de lateral esquerdo.

Aos 35, o lance do gol, que saiu de uma arrancada de Éverton desde o campo defensivo até a área cearense, no único contra-ataque rápido do Grêmio, que nas outras oportunidades de fazer isso foi muito lento, devagar quase parando. O infernal atacante, que jogava também para seus familiares, cruzou na medida para Thony, que recém havia entrado, fazer de cabeça.

Curioso, ele que já mostrou não ter vocação para centroavante, marcou um gol de… centroavante.

Aliás, falando em centroavante, não me lembro de ter visto André. Só soube que ele estava jogando quando foi anunciada sua substituição por Thaciano. O guri entrou bem de novo. Em poucos minutos fez mais que seu antecessor, obrigando o goleiro a fazer duas importantes defesas.

Individualidades

Maicon não foi bem. Cadenciou o jogo -demais para meu gosto – como sempre, mas não acertou as bolas enfiadas para os atacantes. Outro que jogou menos do que pode é Ramiro, que até me pareceu nervosinho demais. Levou um amarelo e logo em seguida deu duas entradas que poderiam resultar num segundo cartão.

Não gostei também do Cortez. Depois de Maicon é o que mais pega na bola. Só que de seus pés praticamente não saiu nada de efetivo para o time. Faltou acabamento em suas jogadas. Do lado direito, Léo Moura também esteve abaixo, pareceu-me cansado, sem força, sem criatividade.

Chuteiras

Nunca vi um time com tantos jogadores escorregando. Não contei, mas foram mais de 15 escorregadas, inclusive de Grohe. Do lado do Ceará, que eu me lembre, nenhuma.

Deve ser chuteira com travas baixas demais, não sei.

Inter

Por falar em escorregada, o jovem Mantuan deu a vitória ao Inter no BR, escorregar diante da grande área, deixando a bola à feição para Rossi empurrar para a rede, já que o goleiro foi enganado pela falha do companheiro e ficou batido no lance.

Champions

Agora, o troféu ‘entregada’ vai para o goleiro Karius, que ferrou o seu time, o Liverpool, contribuindo com dois dos três gols do Real Madrid. No primeiro, um lance que nem na várzea acontece, e se acontecer um dia o goleiro não sai vivo de campo. No segundo, aceitou um chute de fora da área, no centro da goleira. Gol típico de goleiro ‘mão de alface’.

Bem, graças a ele temos a chance de uma revanche com o RM.

Deslealdade

O zagueiro Sérgio Ramos teve uma atitude criminosa no lance que resultou na lesão de Salah, na metade do primeiro tempo e que resultou na substituição do atacante, talvez o principal jogador do time inglês. Ele prendeu o braço direito de Salan e não o soltou mesmo em queda, correndo o risco de provocar uma lesão importante no adversário, o que acabou acontecendo.

Em outro lance, ele acertou uma cotovelada sem bola no goleiro Karius, conforme vi nas redes sociais.

Dói lembrar que esse mesmo jogador cometeu pênalti sobre Ramiro no Mundial de Clubes, e o juiz nada marcou.

Sérgio Ramos, pode esperar, a tua hora vai chegar…