Grêmio joga mal, mas arranca empate fora

Foi uma das mais pobres atuações do Grêmio neste ano. Mesmo assim, arrancou um empate por 0 a 0 diante do Cruzeiro, que melhorou como equipe sob o comando de Mano Menezes.

Então, se num jogo em que praticamente não levou perigo ao goleiro Fábio, e se levasse ele defenderia, simplesmente porque ele sempre defende tudo quando enfrenta o Grêmio, ainda assim conseguiu não perder, é um feito. ‘Sirvam novas façanhas de modelo…’

A verdade dura e honesta é que o Grêmio mereceu perder. Jogou mal. A defesa vazou, o meio-campo nada criou e o ataque morreu à míngua.

Como explicar uma atuação tão deprimente? Penso que não há um motivo apenas. Começo por considerar que o time está de ressaca pela eliminação na Copa do Brasil; passo pelo desgaste físico e emocional; e chego ao ponto que todos nós antecipamos já faz tempo: o Grêmio tem um time titular muito forte e competitivo, mas não tem um banco capaz de suprir à altura titulares em várias posições. Na maioria delas.

Chegou a hora de pagar essa conta. 

Comecemos pelo goleiro. Os reservas até dão conta do recado, mas não são Marcelo Grohe. A diferença é pequena se considerarmos que um gol sofrido por vacilo do substituto é pouca coisa.

Lateral-direito: Gallardo, ele mesmo é contestado. Que é o reserva dele? Deixa assim.

Zagueiros: a dupla Geromel/Erazo é muito boa. Aliás, Geromel mostrou contra o Cruzeiro o quanto ele fez falta nos jogos recentes. Thyere e Bressan são zagueiros jovens, por enquanto apenas medianos. 

Lateral-esquerda: gosto de Marcelo Oliveira. É flagrante que ele está sentindo o peso de tantos jogos. Antes ele marcava e saía para o ataque com a mesma eficiência. Não mais. O reserva Hermes é bonzinho, mas apenas isso. Um time para ser campeão não pode ter muitos jogadores medianos e bonzinhos.

Meio-campo. Edinho tem se destacado. Ele mesmo cresceu, mas até na comparação com Wallace, que decaiu. É evidente a falta de Maicon. Mas será Maicon tudo isso? Não faz muito tinha gente querendo vê-lo fora do time. Bem ou mal, Maicon faz falta, dita o ritmo, mas só sua ausência não explica o que está acontecendo com o meio-campo.

Chegamos ao trio de criação: Giuliano é único que manteve um nível bom, mas ele não não consegue carregar Luan e Douglas, que disputam para ver quem está sendo mais ausente e ineficiente.

Ataque: Pedro Rocha, é lógico, sente falta de mais bolas enfiadas, jogadas que aproveitem sua velocidade.

Aí, entram os outros. Fernandinho entrou no começo do segundo tempo. Ele também decaiu muito nos últimos jogos. Neste, no Mineirão, ele foi de uma nulidade irritante. Um cone teria melhor rendimento.

Por falar em cone, Bobô entrou e teve uma conclusão boa, de média distância, que Fábio defendeu sem maior esforço. Depois, nada mais faz. Diferente de Fernandinho, recebeu poucas bolas. Mas as que recebeu em nada resultaram de positivo.

Diante disso, prevejo muita dificuldade nos jogos seguintes. A não ser que Roger Machado aproveite a folga e consiga, com o seu preparador físico, ajeitar o time para a reta final do Brasileirão. Ele há de conseguir, porque já mostrou ser muito competente. 

O objetivo continua sendo garantir presença no G-3. 

INTER

O Inter segue em sua escalada por uma vaga à Libertadores de 2016. Não é fácil, porque são vários candidatos.

Venceu o Sport de Falcão, que mereceu perder porque nada jogou. Torço pelo Falcão, que conheci como setorista do Inter na década de 70. Agora, não sei se esse jeito intelectualizado e sério dele funciona nos vestiários.

Houve um gol muito polêmico de Lisandro. O juiz validou, é o que importa. 

Agora, imagino que a torcida colorada nem se preocupe com o futuro do time agora. Afinal, ela não cansa de repetir que não comemora vaga.

Claro que é só da boca pra fora…