O triste futebol do Grêmio

O Grêmio já não me irrita, não me decepciona, não me revolta.

É triste dizer isso, mas o Grêmio me entristece. Apenas isso, me entristece.

O Grêmio me entristece porque já não tenho esperança sequer de conquistar uma vaga para a Libertadores de 2012.

O Grêmio me entristece porque li que o dirigente remunerado contratado há poucos dias concluiu que o grupo é bom e que não precisa de reforços.

O Grêmio me entristece quando vejo o presidente Odone dizendo que o time mostrou evolução contra o modesto time do Figueirense, que teve 11 escanteios a favor contra dois do tricolor. E me entristece ainda mais quando o sr. Antônio Vicente Martins ousa dizer que o clube está disputando o título brasileiro.

Quando terminou o jogo contra o Figueirense me senti como o goleiro Marcelo Grohe, de novo o melhor do time: aliviado. Grohe passou o tempo todo fazendo cera nas reposições, principalmente no final. 

Grohe que salvou o time no último minuto após pênalti idiota cometido pelo experiente Gilberto Silva.

Do outro lado, o goleiro Wilson, que salvo engano fez apenas uma grande defesa, num chute de Douglas ainda no primeiro tempo.

No segundo, o Grêmio quase não entrou na área do adversário. Seu melhor lance ofensivo foi quando Mário Fernandes, de ótima atuação, se projetou e chutou desviado.

Pouco para um time que apresentou ‘evolução’.

Vulnerável na defesa, confuso e descordenado no meio campo e inexistente no ataque. Este o Grêmio que vibrou com o ZERO contra o Figueirense. Este o Grêmio de toda a temporada.

O Grêmio não tem lateral-esquerdo realmente eficiente (nem Lúcio); não tem um meia pela esquerda que realmente satisfaça (Escudero, repito o que escrevi, se falasse português estaria disputando posição no Avaí); e na frente André Lima é muito dependente de um companheiro criativo. Nem Miralles nem Leandro estão conseguindo ser esse jogador.

Vejo que André Lima e Douglas são órfãos de um Jonas, um atacante de boa técnica, criativo e alguma lucidez e inteligência pra jogar. Douglas sofre com isso. Falta parceria. Por isso ele decaiu tanto, a ponto de eu, seu admirador, pedir a sua cabeça.

Por fim, o treinador. Julinho Camargo não responsabilidade alguma pelo fraco  futebol da equipe. Agora, acho que ele foi conservador e nada criativo em suas substituições. Trocou seis por meia dúzia.

Saiu Escudero, entrou Lúcio; saiu Leandro, entrou Miralles; saiu Douglas, entrou Marquinhos.

Ele poderia ter ousado mais Mas não o critico, porque é um técnico em regime probatório. Ele sabia que só não poderia perder para o Figueirense. Julinho precisa de tempo. Para isso, contou com a ajuda de Marcelo Grohe, que salvou o time, o técnico e a direção no final.

Julinho talvez ainda não tenha consciência plena, mas ele precisa mais do que de tempo. Precisa de time.

Renato no ano passado fez milagre (tinha Jonas). Julinho também precisará ser milagroso, mas sem um Jonas (e outros jogadores, claro) fica mais difícil.

É triste.