O debate dos presidenciáveis

Fui eu.

Eu que assisti ao debate na Band entre os presidenciáveis. Não sou alienado nem nada. Vou deixar de ouvir as propostas dos candidatos ao lugar do presidente do ‘nunca antes’ para acompanhar futebol?

Ora, por favor. Tenho mais o que fazer! Sei que o Brasil inteiro estava, no mesmo horário, vendo SP e Inter no Morumbi.

Mas eu não, preferi ouvi as propostas da Dilma com seu rosto aveludado, sem nenhuma ruga apesar dos 60 anos e lá vai pedrada. Vi a candidata do presidente, que oPTou por uma estranha no ninho, oriunda do PDT, a todos os velhos companheiros de jornada, gaguejar algumas vezes. Vi a Marina com seu olhar de ‘o que é que eu vou fazer se for eleita?’ e o Serra, com seu olhar de peixe morto.

Não entendo pra que servem esses debates. As classes A, B e C já definiram seus candidatos. São elas que assistem a esses programas que são como era a Copa Sul-Americana até a edição atual: sai do nada pra lugar algum.

A grande maioria da população não está nem aí pra esses debates. Muitos já tem a bolsa família, a bolsa penitenciária, etc. Todos vão votar no governo que aí está, faça chuva ou faça sol. Os demais, aqueles que precisam trabalhar, acordam cedo e vão dormir. Ou assistir a SP x Inter.

Mesmo assim, as pesquisas vão usar o debate para justificar por que este ou aquele candidato subiu ou caiu.

Em meio ao debate, insosso como o futebolzinho do Grêmio, que continua sem vencer (já são dois meses) jogos oficiais, ouvi foguetes. No final, então, foi um foguetório.

Os colorados festejavam a primeira derrota de Celso Roth, que, por coincidência, garantiu a classificação à final da Libertadores e a presença no mundial de clubes. Aliás, conforme eu havia previsto: tudo favorece ao Inter neste ano de 2010.

O Inter será campeão da Libertadores, do Mundo e do Brasileirão.

Foi a primeira derrota de Celso Roth desde que voltou ao Inter. Mas se mesmo perdendo ele venceu, é sinal que tudo mudou.

Roth será campeão de tudo. O Universo conspira a favor de Roth e do Inter.

Aos gremistas, resta o conforto de que o arguto presidente Duda Kroeff concluiu após o empate no Serra Dourada, por 1 a 1, que o time não foi bem, que ele não gostou do futebol apresentado contra o Goiás.

Isso significa que nada significa, que tudo vai continuar igual no Olímpico até que nada mais possa ser feito para terminar a temporada de forma minimamente digna.