O técnico preferido de Koff

Baixou o bicho carpinteiro em mim nesta terça-feira, dia seguinte ao anúncio de que Luxemburgo será o timoneiro na travessia do mar agitado e traiçoeiro do Brasileirão.

Inquieto e intrigado, fui atrás de algumas informações sobre o Grêmio e suas circunstâncias – parafraseando a dupla de atacantes da seleção espanhola da década de 50, Ortega y Gasset.

Brincadeirinha à parte, o fato é que saí por aí fazendo perguntas para algumas pessoas que vivem nas entranhas do clube e também nas adjacências.

Na verdade, depois de três anos – ou serão quatro? – voltei a dar uma de repórter.

Mas por que isso, logo agora? Por dois motivos, um deles é que um velho conhecido dos tempos de reportagem me telefonou dizendo que o Jairzinho, aquele, o furacão da Copa de 70 e descobridor de Ronaldo Fenômeno, queria um contato do Damião.

Jairzinho seria portador de uma proposta milionária pelo atacante colorado. Quer dizer, mais uma proposta ‘milionária’ sem fundamento, pensei com meus botões, meus melhores conselheiros, até porque não me contestam. Bem, passei o contato do procurador de Leandro Damião.

Sei, vão me chamar de traidor. Tudo bem. Mas eu tenho certeza de que o Inter mais perde do que ganha se vender Damião. Além disso, se o negócio for concretizado eu tenho a garantia de que darei o furo.

E nada mais atiça um repórter, mesmo aposentado, do que a possibilidade de um furo, ou seja, a notícia exclusiva, muito diferente do que alguns com mente mais bagaceira podem estar pensando com um sorriso maldoso.

É claro que não levo essa história a sério. Tanto que a estou contando aqui, o que poderá fazer com que Jairzinho passe a receber inúmeros telefonemas aqui do Sul e aí o meu eventua furo – repito, notícia exclusiva, em primeira mão – vai para o espaço.

Bem, acho que isso mexeu comigo. Fui atrás de informações sobre o Grêmio.

Vou revelar agora, nas linhas a seguir, a principal delas. Talvez vocês todos a conheçam e eu vou ficar aqui de marido enganado, o último a saber. Talvez vocês achem graça e saiam por aí rindo da minha cara.

Não importa. Vou informar agora quem o presidente Fábio Koff queria para treinador.

Quem pensou ou murmurou ‘Felipão’, como eu fiz, errou.

Também errou quem disse Mano, Renato e – toc-toc-toc – Celso Roth. Nenhum deles.

O técnico dos sonhos – ou pesadelos – de Koff antes de sucumbir diante da avalanche pró-Luxemburgo – da qual eu e mais meia dúzia não participamos – era…

Tchan, tchan, tchan, tchaaaaannnnn…

Dunga!

É claro que hoje o técnico preferido dele é Luxemburgo.

A FICADA

Acreditem, o Conselho de Administração não participou da decisão sobre a ‘ficada’ de Luxemburgo.

Nem o atuante e onipresente – em termos de mídia – Nestor Hein foi consultado.

Não sei se um ou outro dos seis vices não irá pedir desligamento.

Mas sei que há descontentamento.

FOGUETE

Custou caro ao Grêmio o foguete ou sinalizador ou rojão jogado no Gre-Nal por um irresponsável, um criminoso, no último Gre-Nal do Brasileirão passado, aquele em que o Grêmio foi incompetente para vencer o Inter mesmo tendo dois jogadores a mais.

O Grêmio vai estrear no Brasileiro fora de sua casa, sábado.

Além do mais, terá de ressarcir a OAS. Sabem por que? Porque os gênios que colocaram aditivos sem consultar os conselheiros aceitaram uma cláusula dizendo que o clube terá de indenizar a empreiteira com determinado valor a cada jogo que não puder ser disputado na Arena.

Agora, imaginem se outros irresponsáveis cometerem desatinos e a Arena for interditada por mais jogos.

Não, é melhor nem imaginar.

CRIS

A folha de pagamento do Grêmio hoje é de 8 milhões de reais por mês.

A ideia é baixar esse valor para no máximo 6 milhões.

Portanto, haverá muitos negócios em seguidinha.

Ah, Cris, pelo que soube e ainda custo a acreditar, vai receber novas oportunidades.

Já Marco Antônio vai exibir seu exuberante futebol em outro lugar.

NOVO FILME

Nosso Spielberg gaudério acaba de lançar outro vídeo pra atazanar a mídia:

A briga de Zini com Luigi. Não percam:

http://www.youtube.com/watch?v=LOT6-8CRoHw

Luxemburgo, Cris e as nossas escolhas

Ficar ou não ficar com Luxemburgo, eis a questão. Lendo e ouvindo alguns comentários de fonte vermelha, que insistem em colocar o nome de Celso Roth na roda, fico inclinado a manter o técnico de passado vitorioso e presente perdedor.

Pela lei das probabilidades, depois de disputar cinco competições e não erguer nenhum troféu a sinalização é que Luxemburgo está cada mais próximo de um título.

O problema é que esse título pode não vir ainda neste ano, o que é muito provável diante do quadro de incertezas e das nuvens escuras que pairam sobre o Olímpico e a Arena.

Eu não tenho todos os elementos para uma tomada de decisão racional. Também não integro o tal conselho de administração do clube – infelizmente para o clube e também para mim -, que hoje irá reunir-se para deliberar se Luxemburgo fica ou não fica.

Se prevalecer o emocional, Luxemburgo não continua. É fácil para alguém de fora, sem compromisso maior com a gestão, dar palpite ou opinião. Não terá de arcar diretamente com as consequências.

Uma questão que deve ser pesada: o Grêmio tem como bancar uma indenização de 6 milhões de reais?

Ouvi o dirigente Nestor Hein, sempre procurado e facilmente encontrado para dar entrevistas, dizer que essa indenização não seria obstáculo porque aí seria coisa de clube pequeno.

Sendo assim, se dinheiro não é problema – o que eu duvido – e considerando o trabalho de Luxemburgo até aqui, a tendência é de que ele será mesmo demitido.

Agora, eu tenho convicção de uma coisa: não fosse a indenização, Luxemburgo só voltaria a Porto Alegre para cuidar do seu negócio com vinhos.

ORIGEM

Já escrevi muitas vezes: nós somos responsáveis por nossas escolhas e por tudo o que resulta delas. Isso vale para o futebol e para todas as coisas.

Quando algo começa mal, é improvável que termine bem.

Quando Paulo Odone manteve Renato Portaluppi como treinador mesmo querendo outro, ele deu o primeiro passo para o seu fracasso em 2010.

É preciso aprender com os erros do passado. Mas nem sempre se aprende e os erros se repetem. No futebol isso é muito comum, rotineiro.

Dois anos depois, Fábio Koff fez a mesma coisa: ficou com um treinador que ele não queria.

Nas duas situações, os dirigentes estavam respaldados pela voz das arquibancadas.

Odone ainda tinha mais razão para manter Renato, que havia pego o time ameaçado de rebaixamento e o conduziu à ponta de cima da tabela, e isso sem contratações milionárias.

Se a atual direção ouvir de novo o clamor da torcida, a mesma que gritou ‘fica Luxemburgo’ – praticamente intimando Koff a renovar o contrato do treinador -, terá de demitir Luxemburgo.

Mas, seja qual for a decisão da reunião marcada para esta segunda-feira, que seja resultado de análise e avaliação sensata e racional.

Que o torcedor que existe em cada dirigente fique do lado de fora da sala.

BOLÍVAR

A eliminação prematura da Libertadores tem várias causas. Algumas subjetivas. Outras obscuras.

Mas há as causas bem objetivas, cristalinas. Por exemplo, o pênalti desnecessário cometido por Cris no jogo de ida contra o Santa Fé.

Sem o pênalti e o consequente gol, o Grêmio estaria classificado.

Hoje, ninguém estaria lamentando o gol perdido por Vargas no finalzinho do jogo na Colômbia.

Curioso: no dia seguinte ao jogo, setores da imprensa – aqueles já muito conhecidos – especularam que Vargas não ficaria mais no clube. E isso que Vargas teve boa atuação.

Não li ninguém especulando sobre a saída de Cris, Fábio Aurélio, Marco Antônio…

BOLÍVAR

Falando em Cris: no ano passado, eu sugeri a contratação de Bolívar, que estava deixando o Inter. Houve boatos de que ele poderia ser contratado pelo Grêmio. Houve rejeição total dos torcedores gremistas.

Bem, não veio Bolívar. Veio Cris.

Cris afundou e Bolívar é campeão no Rio com o Botafogo, aquele que ‘nunca chega’, mas que com Bolívar chegou.

Nesta segunda-feira, ele pode ser eleito zagueiro da seleção do campeonato carioca.

Nós somos responsáveis por nossas escolhas.

O grande culpado

A quem culpar? Preciso de alguém para culpar pela eliminação. Os foguetes da enorme comunidade colombiana que de repente apareceu em Porto Alegre não param de explodir nesta noite fria.

Estranhamente não sinto raiva. Só um sentimento de frustração, porque porque o meu lado emocional acreditava na vitória, na classificação, e até delirava na expectativa de um tri da Libertadores.

Já o meu lado racional há muito tempo previa que o resultado seria este: a morte no meio do caminho.

O Grêmio não jogou mal. Jogou o que vem jogando em média neste ano. Teve alguns raros momentos de um futebol reluzente e outros tantos de um futebol nada condizente com a qualidade individual da equipe.

Então, nenhuma surpresa. E isso é triste. Perder sem poder culpar o goleiro adversário por ter feitos defesas milagrosas; perder sem poder responsabilizar a arbitragem, por estar na gaveta ou por ser incompetente; perder sem poder cobrar dos atacantes uma série de gols perdidos; perder sem poder xingar o técnico que substituiu errado.

Enfim, quando não há ninguém especificamente para culpar pela derrota por 1 a 0 diante do Santa Fé  é um indício de que o fracasso aconteceu ao natural, consequencia de um equívocos sucessivos que resultaram nisso: a eliminação.

Não dá nem para lamentar muito porque o Santa Fé jogou melhor. Poderia ter marcado seu gol bem antes não fosse Dida. Sim, o criticado Dida fez pelo menos duas defesas monumentais. Uma delas, pouco antes do gol colombiano, dificilmente outro goleiro em atividade faria.

Então, não dá também para culpar o goleiro. Pelo contrário.

Mas eu preciso encontrar um culpado. Poderia apontar a dupla de área que foi envolvida no gol colombiano e que em outros lances do jogo mostrou fragilidade.

Mas aí seria preciso responsabilizar também, por questão de justiça, os meias que quase nada criaram e os atacantes que pouco concluíram. Quem sabe culpar o Vargas, que perdeu o gol no minuto final?

Se é difícil apontar um ou mais culpados pela derrota nesse jogo na altitude – aliás, o time resistiu muito bem no aspecto físico -, não há maiores problemas para indicar o responsável pela trajetória vacilante e irregular da equipe nesta temporada: Vanderlei Luxemburgo.

Além de não ter conseguido dar um padrão de jogo ao time, Luxemburgo é quem trouxe o zagueiro Cris. E, como se sabe, Cris foi expulso no jogo em Porto Alegre após fazer um pênalti absolutamente dispensável, que resultou no gol dos colombianos.

O gol que tornou mais fácil a vida do Santa Fé e que, no final das contas, resultou em sua classificação.

Não fosse Cris, o Grêmio teria vencido por 2 a 0 ou até mais, porque não ficaria com um jogador a menos, e hoje estaria classificado o modesto Garcilasoper.

Chego ao final dessas linhas sem encontrar um culpado pela derrota na Colômbia, mas sem nenhuma dúvida de que o maior culpado pela eliminação prematura é o treinador Luxemburgo.

Já a minha culpa foi ter permitido que a emoção dominasse a razão. Foi ter acreditado no título mesmo tendo escrito já faz tempo que o Grêmio com Luxemburgo no comando não seria campeão da Libertadores.

Mas, o que fazer? No futebol, a emoção sempre fala mais alto.

Vem aí a Copa do Brasil e o Brasileirão. A vida continua.

Wianey, o exagerado

O colunista Wianey Carlet é um exagerado.

Ele poderia sair por aí cantando Cazuza: “Eu sou mesmo exagerado…”.

Foi exagerado – com um misto de ensandecido – quando previu que Taison seria melhor que Messi. Cada um com o seus exageros. Eu também tenho os meus e já errei muito em função disso.

Agora, meu velho parceiro dos tempos do Correio do Povo, um ser humano sensível e amigo, volta a exagerar quando, em seu blog, escreve que “a ameaça da segunda divisão é uma realidade para Dunga”.

http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/esportes/inter/noticia/2013/05/wianey-carlet-a-ameaca-da-segunda-divisao-e-uma-realidade-para-o-inter-4139593.html

Reconheço autoridade em WC para esse tipo de afirmação um tanto alarmista, que deve estar repercutindo muito negativamente entre os colorados, para quem o colunista neste momento não passa de “um gremista secador”.

Ora, como pode um time que acabou de vencer o Gauchão de ponta a ponta, com alto percentual de aproveitamento, sofrendo poucos gols e ainda por cima com um invejável comportamento que o fez sair da competição sem sofrer um cartão vermelho sequer em 21 jogos, temer uma queda para a segundona?

E agora tem essa classificação na Copa do Brasil, superando nada menos e nada mais que o flamante tricampeão pernambucano.

O Inter, com seu time titular de alto nível, vai isto sim é brigar pelo título. Vai superar, inclusive, o fato de não ter um estádio à altura para fazer valer o fator local.

Com esse time o Inter vai longe, que me desculpe o exagerado Wianey.

Vejamos:

O goleiro Muriel, pelo que ouço de alguns analistas, poderia estar na lista de Felipão;

Gabriel, há três anos, chegou a ser cotado para a seleção brasileira;

Moledo é um jovem e vigoroso zagueiro muito festejado pela crônica esportiva gaúcha;

Juan, que estava mal, cresceu muito diante dos ataques poderosos dos times do Interior;

Fabrício é tão bom que já teria propostas de clubes europeus;

Airton é um cabeça de área que impõe respeito;

Williams já é apontado por muitos colorados como superior a Guinazú, o que considero uma falta de respeito ao volante que até bonequinho ganhou;

Fred é um meia festejado por ser dos mais promissores e que até já estaria indo para o futebol alemão;

D’Alessandro virou bom moço, um líder positivo, braço direito do treinador. É o maior destaque individual do time e, segundo alguns, deveria estar na seleção argentina;

Forlán, depois de um começo discreto, chegou a ser festejado por ter feito alguns no Gauchão;

Leandro Damião é um goleador inconteste. Realmente, um jogador importante, jogador de seleção, mas é um profissional que o clube quer ver longe em troca de euros salvadores que vão ajudar a saldar dívidas como a que o clube tem com o técnico Jorge Fossati.

Enfim, com um time como esse o Inter é candidato não ao rebaixamento, mas ao título.

Acredito até que nem precisa de reforços.

Se Damião enfim for vendido depois de tantas tentativas, aposte-se no Rafael Moura, ou no Caio.

As soluções estão em casa. Além disso, em time que tá ganhando não se mexe.

O resto é exagero do Wianey.

O Oscar vai para…

Nada resume melhor o momento em que vivemos no futebol gaúcho do que esse filme do caxiense Marcos Agostini, graduando da UFSC.

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=NF8owUIWYaY

Fora isso, tem mais esses dois que integram uma série sobre o Grêmio na Libertadores, conforme twitter que recebi do Agostini, que, ao contrário do que se possa imaginar, não estuda cinema ou publicidade:

“Estou fazendo uma saga do grêmio na LA13 tb. Video 3 (youtube.com/watch?v=1ORxv7…) – Video 4 (youtube.com/watch?v=Uq-_xb…). Abraço!

A Grande Esperança Vermelha

É comovente o apreço cada vez maior dos colorados por Ronaldinho G.

Ídolo colorado desde a rasteira que aplicou no Grêmio no alvorecer deste século, o guri que quase enlouqueceu Dunga num Gre-Nal com dribles desconcertantes só ficou em baixa entre os colorados na decisão do mundial de clubes, porque havia temor do que ele seria capaz de fazer. Bastaram 90 minutos para que a idolatria voltasse.

Sua atuação bisonha – conseguiu ser anulado por Ceará – no jogo que eternizou Gabirú na história do Inter só fez aumentar seu prestígio com a metade vermelha do Rio Grande.

Agora, com o Atlético Mineiro despontando como o melhor time da América do Sul, Ronaldinho G., apontado como a estrela mais reluzente na Libertadores, é festejado por gente que ocupa microfones e páginas de jornal. Gente que não enrubesce ao afirmar que Ronaldinho G. é injustiçado em razão daquele episódio que o colocou no posto mais alto do pódio dos inimigos da torcida gremista. Os mesmos analistas consideram que também durante a lamentável negociação para sua volta ele não teve qualquer responsabilidade. Seria, portanto, um inocente, uma vítima das circunstâncias.

No fundo, mas nem tão no fundo assim, está claro que o Atlético e Ronaldinho G, são a grande esperança daqueles que torcem para que o Grêmio afunde na Libertadores.

Mesmo que o Grêmio não esteja bem, eles, os secadores, reconhecem que o time tem jogadores de alto nível e um treinador vitorioso, e que a qualquer momento pode ‘dar liga’.

A vitória sobre o Santa Fé, jogando boa parte com um jogador a menos, foi preocupante para metade do Rio Grande.

Os colorados estão inquietos, talvez até mais que os gremistas.

Afinal, se o Grêmio passar pelo time colombiano, pode acontecer que as coisas enfim se ajustem e o time embale rumo ao tri da América.

A preocupação aumentou com a classificação do Real Garcilasoper, que, pelo que se viu contra o Nacional, pratica um futebol modesto, de pouca técnica, baseado no esforço.

Então, o caminho para chegar às quartas da competição não é tão áspero. E aí, meus amigos, restarão apenas dois adversários a serem superados para colocar a mão no troféu.

Entre eles, provavelmente, a ‘Grande Esperança Vermelha’: o Atlético Mineiro, o que só pode ocorrer na decisão.

E aí veremos aumentar vertiginosamente no RS o fã-clube de Ronaldinho G e as vendas das camisas do clube mineiro, todas, é claro, com o nome do ‘incompreendido e injustiçado’ jogador que o Grêmio lançou para o mundo.

ROUPA SUJA

Seguidamente há informações na mídia de que o Grêmio está deficitário. Bem, não lembro o ano em que não esteve. Leio que alguns gremistas reclamam da imprensa que só vê o Grêmio com dificuldades financeiras. Esquecem do Inter.

Quero dizer que não há parcialidade da imprensa ao menos nesse aspecto.

É óbvio que o Inter também está ‘matando cachorro a grito e jacaré à botinada’. A última esperança para equilibrar um pouco as finanças é negociar Damião.

A questão é que, ao contrário do Grêmio, não aparecem conselheiros ou dirigentes para vazar o que é discutido e revelado nas reuniões do Conselho Deliberativo e nos corredores do Olímpico.

O Grêmio hoje é o que o Inter foi nas décadas de 80 e 90 e início deste século.

Uma enorme lavanderia pública de roupa suja.

O exótico Gauchão de 2013

O Gauchão entra para a história como o mais exótico de todos os tempos.

Aconteceu de tudo. Só faltou dançar homem com homem e mulher com mulher. Ou não faltou?

Aquele abraço forte de um juiz no D’Alessandro pra impedir que o baixinho invocado se metesse numa briga –  e acabasse expulso – até pareceu uma tipo de dança.

Não tem nada a ver, mas isso me faz lembrar o Luxemburgo, que gosta de fazer gracinha como se viu no Chile. Em 2006, Santos 1 x 3 São Paulo, Luxemburgo brincou que estava sendo paquerado por um juiz, Rodrigo Cintra. “O juiz apitava e olhava pra mim em toda a falta que marcava. Ele não parava de olhar. Eu não sou veado. Talvez seja pela minha camisa rosa”, disse o atual técnico do Grêmio após a derrota.

Resultado: indenização de 50 mil reais. Não faz nem cosquinha (cócegas pra quem não conhece essa palavra dos tempos dos meus avós) no bolso dele. Mas que incomoda, incomoda.

Feito esse aparte nada a ver, volto ao exotismo do Gauchão.

Para começar, é inaceitável que a FGF não tenha tomado o cuidado de marcar ao menos um jogo do campeonato num domingo à tarde, ou sábado, no estádio mais majestoso e imponente da América Latina e que está alojado em território sob sua jurisdição.

Tenho dificuldade para entender por que o Grêmio só jogou à noite em sua Arena quando o certo era a FGF privilegiar o local até como jogada de marketing desse campeonato que, apesar do marketing e da grana da televisão, continua sendo uma caravana da miséria.

Só o grande Lupicínio Rodrigues – em seu clássico Nervos de Aço – talvez possa explicar o sentimento do presidente da FGF – e muitos outros da praça – diante da Arena:

“Eu não sei se o que trago no peito. É ciúme, é despeito, amizade ou horror. Eu só sei é que quando a vejo. Me dá um desejo de morte ou de dor”.

Mas a coisa não termina aí. Vamos pra dentro de campo:

– o técnico Dunga reclama acintosamente da arbitragem, é expulso, insinua que existe armação contra ele, e recebe de ‘punição’ o pagamento de cestas básicas – algo inusitado nesse campeonato marcado pelo exotismo.

– em outro jogo, D’Alessandro se mete em confusão, e isso nada tem de inusitado, e é salvo pelo juiz do jogo, que decidiu abraçar o argentino para impedir uma provável troca de socos, pontapés, etc. Quer dizer, o juiz, sem querer, claro, evitou assim que fosse obrigado a expulsar o novo líder do vestiário colorado.

Infelizmente, para D’Alessandro e o Inter, acima do Mampituba não existe essa camaradagem. Em seu primeiro jogo fora do RS, D’Alessandro foi expulso depois de trocar ‘afagos’ com um jogador de um poderoso time acreano. Aqui, passou o campeonato todo sem um cartão vermelho sequer, embora tenha feito por merecer.

– Por falar em cartão vermelho, o Inter disputou todo o campeonato sem que um jogador seu fosse expulso – já seus adversários não tiveram a mesma sorte.

Imagino que seja um recorde, talvez mundial. Penso até que seja o caso de inscrever essa façanha no Guiness. Sugiro, ainda, que o Inter exija o troféu fair play da federação amiga.

– Quando eu penso que com o apito final em Caxias do Sul no clássico Inter x Juventude o Gauchão mais excêntrico de todos os tempos acabou, eis que surge a notícia de que o lateral Gabriel não assinou a súmula.

E tudo indica que vai ficar por isso mesmo.

Nada que mais uma cesta básica não resolva…

Inter campeão: estava escrito…

Estava escrito no regulamento, digo, nas estrelas. O título do Gauchão estava reservado para o Inter.

Na semana passada, com a eliminação do Grêmio pelo Juventude com uma mãozinha da arbitragem e uma mãozona anterior do técnico Luxemburgo, ficou ainda mais nítido no mapa astral colorado que o título ficaria com Dunga e seus comandados.

Hoje, mais uma vez houve participação importante da arbitragem.

A Federação não escalou os ‘suspeitos de sempre’. Mandou a campo o Márcio Chagas, que de tanto ser acusado de gremista acabou prejudicando o Juventude ao anular gol legítimo ainda no primeiro tempo.

Quem me acompanha sabe que desde o início da competição venho dizendo que Dunga condicionava descaradamente a arbitragem, reclamando até quando seu time vencia, sugerindo uma isenção na crítica. Na verdade, uma estratégia.

Não vou me preocupar em conferir, mas duvido que tenha algum time no campeonato mais beneficiado que o Inter, por exemplo, em número de expulsões do adversário. Se não me engano, são oito.

Depois de tanto reclamar, Dunga viu D’Alessandro desfilar pelos gramados sem sequer ser tocado pelos marcadores.

No jogo de hoje, uma decisão para o Juventude, o argentino, maestro e agora líder positivo do vestiário – até pouco tempo ele era acusado de ter derrubado Tite – não sofreu uma falta sequer. Nem com sopro.

Agora, não tenho a menor dúvida de que o Inter seria campeão, mesmo que fosse validado o gol do Juventude, que até teve bons momentos no jogo pela vontade de seus jogadores.

Mas da metade do segundo tempo em diante, só deu Inter. O goleiro Fernando fez grandes defesas.

Para sorte do Juventude, Damião havia saído por lesão, imagino que estiramento.

Em seu lugar, entrou Caio, um atacante rápido e… baixinho. Pois em dois lances Caio poderia ter decidido o jogo de cabeça, mas faltou-lhe a altura do titular Damião.

Nos pênaltis, o Juventude quase chegou lá. Mas lá aonde? Para onde iria o Juventude? Buscaria o título? Não, no máximo teria mais dois jogos para o técnico Lisca fazer caretas à beira do gramado e seu time se esgarçar em campo sabendo que acabaria sucumbindo diante do clube de maior porte, melhor time, melhor grupo e com um treinador que sabe os caminhos que levam ao título do campeonato arquitetado pelo sr. Noveletto.

Dunga é campeão em sua primeira investida como treinador de clube. É justo reconhecer que seu time está bem armado. Portanto, mérito do técnico também aí.

Faltam, claro, desafios maiores para avaliar o real potencial colorado.

Já o Grêmio, que abriu mão do campeonato na hora errada – na fase final do primeiro turno -, só tem uma maneira de compensar sua torcida: seguir em frente na Libertadores.

LAJEADENSE

Como lembra bem o Gunther Meyer, direto dos EUA,  o Lajeadense comemora o título de vice campeão e a classificação para disputar a Copa do Brasil de 2014.
Quem diria, hein Gunther? Hein Ricardo, nós na Copa do Brasil…

Os catastrofistas, os achistas e os pipoqueiros

O Grêmio vence o Santa Fé, segundo time de melhor campanha na fase anterior, superado apenas pelo festejadíssimo Atlético Mineiro, e o sujeito entra no clicrbs poucas horas depois da grande vitória e encontra uma matéria sobre o Bertoglio, que seria injustiçado, que não tem lesão e poderia jogar, etc.

Até acho que Bertoglio deveria estar inscrito no grupo da Libertadores, de preferência no lugar do carimbador de bola. Mas uma matéria como essa não caberia naquele momento, e sim antes, quando a lista de Libertadores estava sendo fechada.

Também na manhã seguinte ao jogo, na quinta-feira, portanto, está lá o meu amigo Reche no programa do Mendelski levantando mais uma questão contra a Arena, isso poucas horas depois da vitória sobre o forte time colombiano. Ignorou solenemente o jogo.

Na Zero Hoje de hoje, o colunista Diogo Olivier comenta sobre o problema de encontrar comida na Arena, destacando o quanto é difícil, por exemplo, encontrar pipoca. Quer dizer, não tem mais o gramado para falar, nenhuma briga ou confusão para registrar, vamos ver o que tem de ruim. Ah, tem a falta de pipoca.

Assim fica difícil. O meu amigo Ricardo Worthman, o cara do ‘cornetadorw’ me telefonou hoje comentando essas coisas. “Estou comprando uma passagem de ida sem volta para a Tanzânia, não dá pra aguentar. Esse pessoal está sempre procurando algo pra atingir o Grêmio”.

Aí, pra deixar o RW mais louco recomendei a leitura do HM no CP, no qual o colunista diz que há boatos de que Koff iria renunciar e que a OAS poderia alugar a Arena para o Inter no Brasileirão. O Ricardo quase surtou. Acho que chamaram o Samu pra ele.

Por fim, os catastrofistas de plantão dizem que o resultado de 2 a 1 no jogo de ida é muito perigoso. Que vencer por um gol de diferença é terrível. É claro que é perigoso, mas não tanto assim como eles querem fazer parecer. O ideal seria vencer por uns 3 ou 4 gols, e quem pode dizer que isso não aconteceria se o Cris ‘bomba-relógio’ não fizesse aquele pênalti?

Pois o botequeiro Klessius Berlt acaba com os achismos e traz a realidade dos números.

Confiram o que ele mandou depois de ficar irritado com os achistas:

“Eis que curioso, resolvo analisar os últimos resultados da libertadores de 2008 a 2012.

2008-2012:
Número de vezes que o time da casa venceu a primeira por um gol de diferença:
19
2×1 (8)
1×0 (11)

Número de vezes que o time da casa venceu a primeira por um gol de diferença e se classificou:
15 = 78,94% das vezes
2×1 (5) = 62,5% das vezes
1×0 (10) = 90,91% das vezes

Analisando esses números (obtidos em 10 min de pesquisa) gostaria de saber como é possível um jornalista alegar que:
“Raramente, obtém a classificação, quem vence em casa pela diferença de um gol…”
??

É pedir demais que os jornalistas busquem informação que suporte as suas alegações? Já passamos da época dos Achismos, estamos na era da informação.”.

GAUCHÃO

Domingo, no Centenário, o Inter sacramenta a conquista do título. Ou alguém acredita que o Juventude do técnico Lisca vai impedir que o Inter do técnico Dunga ganhe também o segundo turno?

BALTAZAR

Trinta e dois anos atrás eu tive uma das maiores alegrias no futebol. Depois de anos de puro sofrimento, Grêmio campeão brasileiro de 1981. Eu era setorista do Grêmio na época e acho que ajudei nessa conquista. Mas esta é outra história.

O que não dá pra esquecer é a campanha contra Baltazar feita pelo colunista Paulo Sant’Ana, já muito lido e considerado.

Baltazar sempre dizia: Deus está guardando algo melhor pra mim.

Ele nunca disse uma palavra sequer contra o colunista.

Sua resposta feio naquele inesquecível 3 de maio de 1981 com um gol maravilhoso.

Um gol que se dependesse do colunista não teria acontecido.

Grêmio devolve a esperança, apesar de Cris

Libertadores é sinônimo de sofrimento.

Foi sofrido, mas o Grêmio venceu. E isso é o que importa. Não foi a vitória dos sonhos, mas a noite se encaminhava para um pesadelo daqueles com vampiros insaciáveis, monstros tenebrosos, assassinos com serra elétrica e, o mais assustador de todos, o leão do Imposto de Renda.

E tudo por culpa de um cidadão chamado Cris. Esse zagueiro, contratado por sua experiência e liderança na área, comprometeu desde o início do jogo. Antes de levar o primeiro amarelo por uma série de faltas típicas de quem sempre chega atrasado e quer matar a jogada, eu cantei a pedra: vai levar o amarelo em seguida e depois vai ser expulso.

Não deu outra. No intervalo postei um twitter dizendo que ter um zagueiro como Cris é como guardar uma caixa de dinamite no porão da casa.

Contra o Fluminense foi aquele fiasco. Hoje, com o Grêmio jogando bem, nada de extraordinário, mas controlando o adversário, ele cometeu um pênalti ridículo. O colombiano saiu um quilômetro atrás e chegou antes da bola, numa jogada em que caberia ao zagueiro apenas cercar, nunca matar a jogada.

Quando eu vejo um jogador com tamanha experiência fazer o que Cris fez hoje e, principalmente, o que fez contra o Fluminense, minha mente poluída logo lembra coisas como a máfia das apostas, hoje uma ‘instituição’ disseminada em todo o planeta. No caso de Cris, porém, deve mesmo ser só ruindade, perna de pau, nada que um Jimo cupim não resolva.

O melhor que o Grêmio tem a fazer agora é deixar esse jogador treinando ou, se possível, rescindir o contrato. Mas nunca mais deixá-lo vestir a camisa do clube, mesmo que fique pagando seu salário até o fim do contrato

Apesar de tudo, levar o gol no pênalti – Dida continua sem defender unzinho sequer – e ainda jogar quase todo o segundo tempo com um jogador a menos, o Grêmio venceu.

Foi 2 a 1, o adversário fez um gol fora, mas com Elano e Zé Roberto, e, principalmente, sem Cris, o Grêmio tem todas as condições de arrancar um empate na Colômbia.

O Santa Fé é bom, não tem estrelas, grandes individualidades, mas é um time muito bem armado, estruturado. Não é por nada que estava invicto até encarar o Grêmio, fato que não está sendo devidamente valorizado pela mídia. O time colombiano é o segundo de melhor campanha na fase anterior.

Portanto, é uma vitória que deve ser festejada. Poderia ser mais tranquila, mas a Libertadores é assim: sinônimo de sofrimento.

DESTAQUES

Fernando foi o grande nome do jogo. Além do gol, um belo gol, ele foi o dono do meio campo, coadjuvado em alto nível por Souza. Nota 9 para os dois.

Todos os jogadores foram bem, com exceção de Cris, que, repito, desde o começo comprometeu.

Elano retornou em grande estilo, apesar de ter ficado fora quase um mês.

Gostei da entrada de Biteco quase no final. O guri entrou com vontade, com personalidade. Ele deu mais velocidade ao time, e isso está faltando.

Vargas teve atuação muito boa. Barcos ficou um pouco abaixo.

Embora André Santos tenha correspondido, sem brilho, mas foi bem, o time sentiu a falta de ZÉ Roberto. Também por isso a vitória deve ser valorizada como um grande passo rumo à classificação.