Instabilidade do Grêmio ameaça até a presença no G-4

Até o jogo contra o Santos eu acreditava que o Grêmio poderia disputar o título do Brasileirão, ou pelo menos uma vaga no G-4. Hoje, até essa vaga, na minha opinião, está complicada.

Além do gol bizarro na virada santista, destaco dois aspectos que me deixaram assustado: o cartão amarelo de Reinaldo numa cobrança de lateral logo no começo do jogo – depois ele viria a ser expulso ; e a entrada do baixinho Soteldo, atacante rápido, um desarrumador de defesa, ou ‘quebrador de linhas’, pra ficar mais moderninho.

Ora, quem conhece futebol sabe que não se deixa um atacante como Soteldo impunemente livre como aconteceu nesse jogo na Vila Belmiro, local, aliás, onde o Grêmio costuma se dar mal. Pois o pequeno Soteldo, que eu queria na Arena no começo do ano, fez a festa em cima da marcação frouxa e distante que recebeu. Isso ajuda a explicar a facilidade com que os adversários fazem gol no Grêmio. São raros os jogos em que o tricolor não ficou sem ser vazado, apesar das estupendas defesas de Gabriel Grando.

Temos, então, um time um tanto faceiro na marcação e pouco efetivo nas conclusões a gol. Mais até que o sistema defensivo, me preocupa a imperícia ofensiva, com muitos gols perdidos, problema que se agravou com a crise existencial do Suárez, um fazedor de gols que está se transformando em perdedor de gols.

O que será que está ocorrendo com o uruguaio? Estaria sendo boicotado? Ou estaria desanimado depois que o clube vetou sua saída? Enfim, há algo estranho ocorrendo no vestiário.

Se Renato não consegue administrar a situação é porque realmente é algo grave. Cabe à direção agir forte ao lado do seu treinador.

O que não dá é ficar sofrendo gols estranhos, espíritas, como o de domingo, uma desatenção coletiva inaceitável.

O fato é que nesse ritmo, nesse perde-ganha, o Grêmio está deixando de melhorar sua posição na tabela. Essa instabilidade é que me faz jogar a toalha em relação à conquista do Brasileirão..

Sei, há um turno inteiro pela frente, mas o grupo atual (muita quantidade e pouca qualidade) não me entusiasma. Pelo contrário, me deixa desolado, desesperançado e descrente.