O que aprendi com Luxemburgo

Espero que Luxemburgo continue no Grêmio. Aprendi muito com ele nesses poucos meses.

Estou certo que aprenderei muito mais, eu, a crônica esportiva e os torcedores de modo geral.

O que aprendi nesse curto período vale por muitos anos de atuação profissional na área esportiva, leia-se futebol.

Quero compartilhar com os amigos esse aprendizado e, ao mesmo tempo, manifestar minha gratidão ao sr. Vanderlei Luxemburgo e explicar por que eu quero que ele renove com o Grêmio.

– Porque com Luxemburgo aprendi que tanto faz ganhar ou perder o Gauchão, que até pouco tempo até derrubava treinador. Vejam só que absurdo! Bem coisa de gaúcho mesmo, faca na bota;

– Porque com Luxemburgo aprendi que perder uma Copa do Brasil dentro de casa para um time rebaixado para a segunda divisão do futebol brasileiro não é motivo para vaias e gritos de ‘burro’, essas coisas que revelam o lado insano e animal do torcedor, que não perde essa mania superada de querer ganhar tudo;

– Porque com Luxemburgo aprendi que a derrota no futebol deve ser encarada como natural. Se o nosso time perde é porque o outro foi superior, e precisamos aceitar, conviver com isso, viver em harmonia tanto com a vitória, o que é mais fácil, como com os empates e as derrotas, o que ainda estou tentando assimilar praticando Yoga e meditação transcedental. Enfim, sendo zen (zen vitória, zen título, zen Goethe, mas com o sorriso largo do velho Luxa nas sempre animadas entrevistas coletivas.

– Porque com Luxemburgo aprendi que é preciso insistir – mesmo que isso resulte em atuações ruins e/ou resultados negativos – com os comprovadamente incapazes de dar uma resposta positiva, como forma de incentivo para que seus espíritos sejam iluminados e consigam sair das trevas da mediocridade técnica. Afinal, todos merecem uma segunda chance. No caso de alguns no Grêmio, infinitas chances, o que evidencia a magnanimidade da alma luxemburguiana, mais uma lição que estou engolin…, digo, assimilando.

– Porque com Luxemburgo aprendi a ser mais leniente, mais tolerante. Reduzi meu nível de exigência para suportar as muitas atuações irritantes do time ao longo do ano. Devo ao Luxemburgo grande economia no consumo de calmantes aos quais apelava logo nos primeiros minutos de jogo;

– Porque com Luxemburgo aprendi que pijama training faz parte da preparação física, um conceito inovador e revolucionário que o Renato Portaluppi, em seus tempos de jogador, sempre defendeu, mas nunca foi entendido. Era um jogador à frente de seu tempo. Quando se dizia que ele matava treinos, estava na verdade fazendo pijama training.

– Porque graças a Luxemburgo tenho agora uma desculpa para usar quando a patroa lá em casa pede que eu feche o boteco e vá malhar. Graças ao Luxa, eu respondo pra nega véia:  “Depois, meu bem, agora estou fazendo pijama training, tu sabes, é aquele treino recomendado pelo nosso técnico”.

Enfim, fica Luxa! Por favor, mas só por um ano. Dois anos é demais.

Não vou conseguir assimilar tanto conteúdo.