Resta a luta por vaga na Libertadores

Depois de uns dias de folga, volto com a dupla Gre-Nal fracassando na rodada.

O Grêmio que havia dormido na vice-liderança no meio da semana, acordou no sábado para a dura realidade de que realmente não tem time, ou um grupo, para ser campeão brasileiro. Levou 3 a 1 do Corinthians e escapou de levar mais.

Eu, que costumo repetir que Elano e Zé Roberto juntos tornam o Grêmio quase imbatível, fiquei com a minha convicção muito abalada. E isso que Tite não contava com alguns titulares importantes como Émerson e Paulinho.

O Grêmio foi envolvido. Tite não deixou Elano livre para criar. Zé Roberto foi muito marcado também. Kléber, sim, mesmo sofrendo o bafo na nuca como sempre, conseguiu se destacar.

Então, quando o técnico olha para o banco e manda Marco Antônio entrar para tentar uma virada, mais minha certeza fica fortalecida: o Grêmio tem um time titular muito bom, na média, mas que desaba para o razoável quando Luxemburgo insiste com velhas alternativas que só contribuiram para o time fracassar no Gauchão e na Copa do Brasil.

Não se pode exigir que o time razoável consiga reverter um resultado negativo se os titulares foram incompetentes para um enfrentamento digno de uma equipe que pensa em título.

Após os 3 a 1, Luxemburgo, como costuma fazer nas derrotas, fez questão de lembrar que o objetivo do clube é basicamente uma vaga na Libertadores. E, na falta de uma explicação melhor para os dois gols sofridos em 10 minutos, disse que o Grêmio tem um time em formação.

Quando acumulou uma série de resultados positivos logo após a chegada de Elano, ele não fez essa ressalva, querendo dizer que ele, Luxemburgo, está formando o time – o que não deixa de ser verdade -, mas colocada dessa forma a frase parece muito mais uma desculpa esfarrapada.

Agora, Luxemburgo está sendo sensato numa coisa: conhecendo o grupo que tem, ele sabe que o título – que não é impossível, diga-se – é muito improvável. E nisso nós concordamos. Luxemburgo não cria falsas ilusões, até para que não o cobrem depois se ficar ‘apenas’ em terceiro lugar.

Se no sábado o Grêmio frustrou expectativas, no domingo o Inter não foi melhor. Está certo que mais uma vez o técnico Fernandão não contou com titulares como Damião e D’Alessandro, mas a torcida colorada esperava mais do jogo contra o Fluminense.

Eu não tenho mais nenhuma dúvida que o Inter já não tem chance de título. O Grêmio, que setá posicional mais acima, ainda pode sonhar, mas o Inter só pode projetar agora uma briga por vaga na Libertadores.

Se não sofrer tanto com ausências importantes, é possível o Inter venha a disputar uma dessas vagas tão cobiçadas com o próprio Grêmio. Mas para isso terá de jogar muito mais do que vem jogando, inclusive quando conta com todos os titulares. E aí a responsabilidade é do treinador.

PELOTÃO DE BLINDAGEM

Foi só eu escrever que Marcelo Grohe havia falhado no gol do Atlético-GO, quando defendeu a bola para a frente, que o mundo desabou na minha cabeça. Até de cria do Paulo Santana me chamaram. Sem contar o ‘viúva’ de Victor.

No mesmo texto destaquei que Marcelo fez grandes defesas. Na semana anterior havia dado nota 10 para ele. Mas foi só opinar aqui neste espaço que havia sido falha do goleiro que apareceu um pelotão de blindagem do Marcelo, que já mostrou que não precisa disso.

Marcelo falhou. É a minha opinião. Se alguém pensa o contrário, tudo bem. Faz parte. No futebol também não há unanimidade, consenso.

Agora, é preciso respeitar quem pensa diferente da gente, sem começar a aplicar rótulos.

Rótulo pra mim só os das minhas cervejas.

No mais, vou continuar escrevendo o que penso, que é afinal de contas a razão desse espaço existir.

Aqui, só funciona uma patrulha: a minha consciência.

Mas podem continuar me rotulando. Isso também faz parte do jogo democrático.