Elano devolve a esperança

Existem muitas coisas erradas no Grêmio. Todas conhecidas, nem vale a pena repetir. Os problemas começam no vestiário e terminam na direção, ou o contrário.

Houve erros graves de avaliação, como acreditar que Marco Antônio pode ser titular do Grêmio, ainda mais ocupando uma posição vital.

Poderia citar outros jogadores, mas aí me tornaria cansativo, e repetitivo.

Não se pode desprezar também a fatalidade. Lesões graves que desfalcaram o time no Gauchão com reflexos na campanha da Copa do Brasil.

Feita a introdução – no bom sentido -, quero declarar que ainda acredito no Grêmio.

Ao contrário de Luxemburgo, não descarto nem a briga pelo título.

Aqui um aparte: o treinador errou ao afirmar, depois da derrota para o Santos, que ainda vai atrás de uma vaga na Libertadores, que ele costuma chegar lá, o que é inaceitável num início de competição. Eu posso dizer isso, não ele, mesmo que essa classificação à Libertadores possa mesmo ser o máximo que o clube tenha condições de atingir.

Essa minha confiança se deve ao simples fato de que agora sim o Grêmio tem um meio de campo digno de um time capaz de ser campeão de alguma coisa realmente expressiva. Lamentável que esse meio de campo, ou alguma do mesmo nível, estivesse aqui nos jogos contra o Palmeiras.

Com Fernando, Souza, Elano e Zé Roberto é possível sonhar e ter esperança. Desde que essa formação fique disponível na maior parte dos jogos.

O meio de campo é a alma e o coração de um time de futebol.

O Grêmio só agora, com a contratação de Elano, tem um meio de campo competitivo. Ao menos no papel.

Acredito que Elano vem decidido a jogar e a mostrar que ainda é aquele meia que marca, organiza e conclui. Um meia completo, uma raridade. Estrela maior da seleção armada por Dunga. Se ele não tivesse se lesionado numa entrada criminosa o Brasil poderia ter sido campeão. E quem sabe, ele Elano, eleito o melhor do mundial?

Posso estar exagerando, mas eu penso assim, e não bebi nenhuma Mazembier ainda.

Tampouco estou febril, delirando. Se Forlan é um grande jogador, Elano também é. Elano era titular absoluto da seleção brasileira, que é superior a do Uruguai.

Os dois jogadores vêm de mau momento, tanto que seus clubes os liberaram com extrema facilidade. Elano trocado por um argentino desinteressado – só o Grêmio encontra um jogador argentino assim – e Forlan liberado de graça pela Inter, que, segundo o Inter, nem quis indenização pelo investimento feito. Os italianos fizeram as contas e viram quanto custaria bancar o uruguaio por mais dois anos e preferiram se livrar esse ônus. Essa é a versão que nos foi passada pelo Inter e pelo jogador.

Arrumado o meio de campo, resta esperar que Marcelo Moreno volte a jogar o futebol de seu começo no Olímpico. Hoje ele negou que seja festeiro. Se não é festeiro, é aquele jogador pesado, sem velocidade e explosão que vimos contra o Santos e em outros jogos recentes? Agora está errado, e eu confio nas minhas fontes. Ele que se emende.

Depois, a defesa. Continua faltando um zagueiro realmente competente, principalmente um que se imponha e que não deixe um moleque subir em suas costas para cabecear.

Nessas horas eu penso que até no Pereira. Mas o que há é um veterano volante improvisado. Gilberto Silva não pode ser titular da zaga.

Outro problema: as laterais. Resta torcer pelo Anderson Pico e acreditar em Tony, ou no Edilson.

A linha de defesa é inconfiável, mas ainda assim acredito que ela também irá melhorar com esse meio de campo, com dois jovens e dois veteranos.

É fundamental, também, que Luxemburgo pare de inventar.

FACUNDO

O argentino Facundo Bertoglio insiste com o o seu clube, o Dinamo. Quer continuar no Grêmio. Se ele vier, será o jogador de velocidade para atuar no ataque e ajudar a compor a articulação. Uma excelente opção que até pode se tornar titular. Torço ainda mais por esse jogador: ele quer jogar no Grêmio. E se esforça para isso, mais até que os doutos homens do comando gremista.

INTER

O Inter está armando uma seleção. Nome por nome, do meio para a frente, tem a melhor equipe do país, sem dúvida. E pode ficar ainda melhor. Giovani Luigi não vai sossegar. Ele quer provar que pode ser tão bom quanto foi Fernando Carvalho. Quer mostrar que é muito mais que a sombra do ex-presidente.

Luigi segue, sem querer é claro, o exemplo de todos os dirigentes que ocuparam a presidência do Grêmio depois de Fábio Koff. Todos, sem exceção, tentaram superar o mestre. O resultado foi desastroso, como todos nós sabemos.