Os apressadinhos da crítica

Tem gente tão preocupada em criticar que o seu primeiro olhar sobre um fato é sempre negativo. A vontade de ‘dar um pau’ é tanta, que muitas vezes se despreza outras possibilidades.

Vale o mesmo para quem já sai elogiando, também sem uma análise mais criteriosa da situação, seja ela qual for.

Isso vale para tudo.

Mas vejo muito mais no futebol. Exemplo recente: o técnico Renato sofre críticas nas redes sociais porque cometeu o ‘crime’ de escalar André para começar o jogo contra o Aimoré, quarta-feira, depois de ter escalado Thony Anderson na goleada sobre o NH.

Nesse aspecto, sobrou também para Marinho, que voltou a entrar no decorrer do jogo em São Leopoldo.

São dois jogadores de custo elevado que a torcida não aceita mais. Todos os gremistas que conheço, ou quase todos, querem os dois fora da Arena, exceto na condição de visitantes.

Bem, esses mesmos que rejeitam André – um pouco menos o Marinho – criticam Renato e a direção do clube quando os dois entram no time. Ou seja, são colocados na vitrine pra ver se jogam o suficiente para despertar interesse de outros clubes.

Como vender uma ‘mercadoria’ se ela não é exposta?

É evidente que muitas dessas críticas tem como fundo uma resistência ao técnico multicampeão. Os quatro títulos e a recuperação da auto-estima depois de 15 anos de trevas já não significam grande coisa para essa turma. Afinal, o futebol é dinâmico, já dizia um velho dirigente.

Espero que essas linhas contribuam para que as pessoas de um modo geral busquem ampliar seu campo de visão dos fatos, sem dogmas e preconceitos, antes de opinar ou palpitar.

Enfim, os apressadinhos da crítica poderiam desacelerar um pouco. Para o bem do Grêmio.