Os anônimos assistentes adicionais e seus erros humanos

Poucos profissionais do futebol têm vida mais tranquila em sua atividade que o ‘árbitro assistente adicional’, nome que a CBF dá para os auxiliares que ficam na linha de fundo, junto às goleiras.

Assim como o VAR, esse sujeito veio para diminuir o número de erros nas arbitragens. Mas o que se viu até agora é que mais complica que ajuda. A frase cabe também para o VAR, uma boa ideia que está sendo manipulada ao sabor de interesses nem sempre honestos.

Desconfio que nem o árbitro principal, inclusive os dois auxiliares, têm uma relação pouco amistosa com esses seres que mesmo errando seguidamente não são execrados nem tem seus nomes citados.

Sobra tudo para o coitado (neste caso o adjetivo cabe) do árbitro, que acaba pagando também pelo erro do tal adicional (tem o 1 e 0 2, totalizando seis na equipe de arbitragem, o que quase lota uma kombi).

O juiz principal é que mais sofre. E ele nem ganha tão mais assim. A remuneração de um juiz Fifa é de uns 4 mil. O tal juiz de linha de fundo embolsa uns 800 reais, talvez mil, para ajudar o trio principal. Ganha bem menos, mas com a vantagem de permanecer quase anônimo.

Alguém já ouviu uma torcida xingar a mãe desse ‘auxiliar’ que mais atrapalha que auxilia?

Não, sobra sempre para o juiz, que tem nome estampado nas páginas, especialmente após uma atuação ruim.

Vou fazer um teste, coisa rápida, uma perguntinha apenas. Quem responder  certo vai ganhar uma cerveja 1903, pilsen, artesanal.

Lá vai:

-Qual o nome do assistente de fundo que marcou pênalti a favor do Inter, aos 45 do segundo tempo no jogo contra o time misto frio (informação que tem sido quase sonegada pela imprensa gaúcha) do Atlético do Paraná?

Não sabem, né. Pois trata-se do glorioso Eduardo Cordeiro Guimarães, carioca, morando atualmente em SC. Ele chegou a ser juiz no Rio, mas não se deu bem. Teve problema sério. Em 2014, num clássico Flamengo x Vasco, ele anulou um gol de Douglas (esse mesmo) numa cobrança de falta, a bola entrou e ele não validou o gol.

Na época, ele ganhou as manchetes. Hoje, nem nota de rodapé nessa função discreta de quinto ou sexto auxiliar.

Agora, o juiz que ele deveria ajudar se quebrou ao seguir sua sinalização, que acabou resultando na vitória colorada.

Hoje, o Brasil inteiro sabe o nome do pobre juiz que levou fé nessa marcação: Rodrigo Ferreira, catarinense.

Em todos os programas de TV, noticiários, etc, está lá o nome do árbitro do jogo sendo exposto amplamente. Já o do assistente se mantém em segundo plano, ignorado por aqueles que deveriam informar corretamente.

Queiram ou não, Eduardo Guimarães foi protagonista nesse jogo.

Mas este blog, modestamente, está lhe fazendo justiça.

PALMEIRAS

Nenhum clube do Brasileiro foi tão favorecido com os tais erros humanos como o Inter. Nós, aqui da aldeia, sabemos disso faz tempo.

Por isso, não nos surpreende a manifestação do presidente do Palmeiras nesse sentido, citando inclusive um levantamento da própria CBF.

Confira:

https://www.lance.com.br/palmeiras/presidente-diz-que-inter-mais-beneficiado-pela-arbitragem.html

DOUGLAS

Gol anulado pelo agora assistente de linha de fundo, Eduardo Guimarães.

A bola entrou quase um metro e nem ele nem o juiz de linha deram o gol.