A Libertadores e suas estranhas arbitragens

Cheguei em casa após a meia-noite decidido a escrever sobre o jogo em si, colocando a arbitragem em segundo lugar. Mas quando vi o lance faltoso sobre Jael decidi mudar o foco. Deixando claro que saí da Arena uns dois minutos antes do final. No rádio, ouvi o pessoal falando sobre o lance. Todos apontando o erro grave do juiz chileno. Em casa, vi que foi um pênalti daqueles inquestionáveis, escandalosos, de alavancar a carreira de qualquer juiz dentro de uma confederação corrupta. Passa a figurar na galeria dos ‘confiáveis’, se é que me entendem.

Eu não tinha nenhuma dúvida de que o maior adversário do Grêmio nas finais contra o Lanús seriam as arbitragens. Antes do jogo – fiquei horas no entorno da Arena e na sede do Multicampeão, por onde passaram centenas de gremistas – a quem me perguntasse eu dizia que o Grêmio venceria até com facilidade, mas que tinha muito medo da arbitragem.

O Lanús já havia mostrado sua força fora das quatro linhas – uma força superior ao futebol que joga – contra o River e também contra a Chapecoense, conseguindo eliminar os catarinenses no tapetão. Dizem o presidente do Lanús é muito amigo do pessoal que comanda a impoluta Conmebol, uma entidade casta, repleta de vestais.

Bem, esse Julio Bascunan começou a aprontar assim que a bola rolou na Arena, diante de 55 mil torcedores. Foram pequenos erros, a começar pela conivência com a cera do goleiro na reposição de bola.

Aqui uma previsão: duvido que no jogo da volta o juiz permitirá que Grohe faça o mesmo. Vai levar o amarelo na segunda tentativa.

Bem, quem como eu acompanha futebol a tanto tempo percebe quando está diante de um juiz tendencioso, mas esperto, que sabe conduzir o jogo de modo a beneficiar um lado. Isso ficou claro pra mim nos primeiros minutos.

Só não esperava que ele fosse tão acintoso a favor do Lanús. Antes do pênalti em Jael, no último segundo de jogo – ele encerrou imediatamente talvez até para não dar chance de algum pedido do trio de juízes eletrônicos de revisão do lance – houve outro lance. Este no primeiro tempo, envolvendo se não me engano Ramiro. Não vi a reprise do lance, mas na hora me pareceu pênalti num entrevero no final. Ramiro reclamou muito.

Bem, o Grêmio poderia ter vencido por 2 a 0, e ainda poderia ser mais se o time estivesse mais inspirado para furar o forte bloqueio do Lanús. Além de inspiração, faltou qualidade. Fernandinho não jogou nada. Pensei com meus botões, ele deve ficar em campo no máximo até os 10 minutos do segundo tempo. Ficou 12.

O problema que Éverton não adiantou grande coisa. Não resolveu o problema. Outro que estava mal, parece que anda jogando no sacrifício, é o Barrios.

Quem acrescentou ao menos vontade foi Jael. Outro que contribuiu para deixar o time mais incisivo foi Cícero. E o gol aconteceu quando Edílson deu um bom e velho balão desde a linha do meio de campo. A bola alcançou Jael e Cícero concluiu para fazer explodir a Arena de emoção e alegria.

Foi um gol que ninguém mais esperava, nem o gremista mais otimista. Ou alguém como eu, que projetava uma vitória fácil, repetindo, com uma arbitragem absolutamente neutra. Algo praticamente impossível na Libertadores.

O Grêmio que trabalhe forte nos bastidores para que o jogo do dia 29 tenha arbitragem isenta.

Ah, o presidente do Lanús, bem ao estilo gardelon, disse que não comenta arbitragens, ao ser questionado sobre o que havia ocorrido na Arena. Sim, vai falar o que, estava satisfeito. Perdeu por apenas 1 a 0 e ainda leva de lambuja a ausência de Kannemann.

O prato para a final está pronto, o Grêmio que tome providências fora de campo. Essa arbitragem escandalosa talvez até contribua para que o que houve aqui não se repita.

Grohe

Duas defesas difíceis, uma delas espetacular, lembrando o goleiro Banks contra Pelé. No mais, foi um espectador.

O goleiro Andrada foi menos exigido ainda. Uma bela defesa num chute de Cortêz, e nada mais. Contra ele, duas entregadas de bola que o Grêmio não conseguiu aproveitar. É um goleiro faceiro.