A dança dos microfones no rádio gaúcho

Desde a saída de Luís Carlos Reche da Rádio Guaíba, onde vi o ‘Salsicha’ engatinhando como repórter setorista do Inter, que o mercado do rádio esportivo vive um período de mudanças.

Desde 2014 que a emissora tem um novo chefe no esporte: Nando Gross, que andava insatisfeito na Gaúcha – teria quebrado os pratos com o chefão Pedro Ernesto, também conhecido como Pedro Legado, segundo leio por aí nas redes sociais, em especial no blog cornetadorw.

Pois o Nando, dentro do seu direito e até dever, tratou de formar uma nova equipe esportiva. Assim, aos poucos velhos nomes foram ‘desligados’. Por exemplo, Flávio Dal Pizzol e Rogério Bölke.

O último (ou mais recente até o momento) a ser afastado foi o narrador Marco Antônio Pereira, um nome capaz de levar consigo um grande número de ouvintes. Realmente, difícil de entender.

Por outro lado, dias atrás foi acertada a volta de José Aldo (que iniciou com Marcão na Guaíba no século passado).

O time de Nando foi reforçado também por alguns jovens e, especialmente, por Carlos Guimarães  -este há mais tempo -, um analista de respeito e credibilidade. Coisa rara nesses tempos em que alguns jornalistas/radialistas não conseguem disfarçar suas preferências clubísticas, comprometendo o seu trabalho e atropelando a ética.

Mas aí já estamos falando de um mercado que entrou em ebulição mesmo em fevereiro, a partir, de novo, do Reche, que foi desligado (antigamente a gente dizia demitido) da Rádio Band. Foi uma surpresa, porque o Reche além de incrementar a programação ainda trazia anunciantes.

A dança das cadeiras, ou dos microfones, entrou em ritmo mais acelerado. Desde então muita gente trocou de estúdio. Pedro Ernesto apostou em nomes novos para narração de jogos (Marco Antônio saiu ou foi ‘saído’), de modo que hoje não sei quem é o narrador número 2 da Gaúcha.

Outro grande fato no meio foi a demissão de Wianey Carlet, traído por um microfone que estava aberto quando deveria estar fechado. WC falou demais e o que não convinha para o momento. Muitos ouvintes pediram a cabeça do comentarista.

Nesta semana, WC estreou na Band (com ele o Alex Bagé, que conquistou uma legião de fãs na Grenal), que está montando uma equipe forte para competir e até brigar pela liderança. Tem até um programa novo, que vai das 12h30 até as 14h. Briga direta com o Sala de Redação, que não é mais aquele, está renovado, mas parece ter perdido sua alma, sua essência.

Não é por nada que o ‘Santaninha’, personagem do Duda Garbi, repete seguidamente o mantra: “Saudade do antigo Sala”. Os mais veteranos, imagino, devem concordar.

O fato é que a Rádio Grenal, que cresce de audiência e de qualidade com a incorporação do Dal Pizzol, Rogério e, por último, Marco Antônio Pereira, também entrou na briga contra o Sala.

Já a Guaíba se abstém nessa disputa. Segue com um programa que dá espaço justamente para aqueles que a população em geral mais detesta: os políticos. Sem contar o viés ‘esquerdista’ do programa.

Devo ter esquecido alguns nomes. É que é muita mudança nessa dança dos microfones. Ah, hoje a Band anunciou a demissão do João Batista Filho, um repórter agitador da nova geração.

Para encerrar, dos grandes nomes só quem ainda está sem microfone no rádio esportivo gaúcho é o Reche. Não duvido que ele e seu velho rival, Mortadela, passem a dividir o microfone.

É difícil, mas nada é impossível nesta agitada dança dos microfones.