Reservas deixam escapar a vitória em Recife

Confesso que fiquei surpreso quando soube que o Grêmio jogaria com time reserva, com alguns reservas de reservas.

Aqui, de uma posição de quem está distante do vestiário, achava melhor um time reserva reforçado de uns três ou quatro titulares, sem maiores prejuízos para o confronto decisivo diante do Fluminense pela Copa do Brasil – competição menos difícil de vencer que o Brasileirão.

Mas foi só o jogo começar que passei a pensar que Renato e sua comissão técnica haviam acertado mais uma vez. O Grêmio saiu na frente, marcou dois gols, o primeiro do execrado Fernandinho – que depois marcaria mais um, de pênalti – e o segundo de Thiery.

Os reservas gremistas davam a impressão de que a vitória viria ao natural. Foi só impressão, porque no segundo tempo o Sport voltou mais agressivo, alguns jogadores do Grêmio já estavam sem a força inicial para exercer uma marcação mais forte.

Quem fica muito tempo sem jogar ou apenas entra no decorrer de alguns jogos sempre sente mais a falta de ritmo, o desgaste é maior.

Isso ajuda a explicar por que a vantagem não foi mantida. O Sport virou com excelente aproveitamento de oportunidades. Quase 100%.

Muitos culpam Bressan, mas quem errou mais na zaga foi Thiery, que foi mal nos dois primeiros gols do adversário. No entanto, é um zagueiro de qualidade, um bom reserva.

Os volantes, no segundo tempo, pareciam perdidos, foram envolvidos, sobrando para a zaga e o jovem Léo. Não teve culpa nos gols – se fosse Grohe o goleiro as redes sociais estariam pegando fogo contra ele -, mas não me passou segurança.

A impressão que tenho é que Grohe não tem um reserva que passe confiança ao torcedor. Talvez por isso que a direção tenha tentado Cássio, há alguns meses.

O Grêmio poderia ter vencido, e suas chances seriam maiores com um time com um pouco mais de qualidade e experiência.

Correu o risco e o resultado acabou sendo o que se poderia esperar de um time muito reserva contra o Sport, em Recife, onde sempre tudo é muito complicado.

Os dois gols iniciais passaram a ilusão de que a vitória seria possível. 

Por isso, agora, é maior a frustração e decepção dos gremistas, inclusive eu. Sair ganhando por 2 a 0 e permitir a virada é mesmo frustrante. Mas considerando-se ainda a falta de entrosamento do time era até de se prever um resultado pior.

Bem, entre as três competições em disputa, a prioridade é a Libertadores, depois a Copa do Brasil. Sem abrir mão, claro, do Brasileiro, no qual o Grêmio está muito bem colocado.

Por fim, contribuiu para essa escalação surpreendente o fato de que são vários os jogadores que ainda não podem voltar ao time.

GURIZADA

Por outro lado, foi interessante ver em campo jogadores que dificilmente são aproveitados. Nesse aspecto, a experiência foi válida.

Gostei do Pepe, que falhou no quarto gol, mas não abaixou a cabeça, foi ao ataque e sofreu pênalti. Mostrou personalidade, e qualidade técnica.

Cabe agora ao Renato começar a escalar mais vezes, se possível, esses guris da base, que entre os titulares poderão render bem mais. 

RENATO

O treinador gremista, que num acesso de humildade afirmou que é um técnico ‘muito bom’, quando na realidade é ótimo, é acusado nas redes sociais de ter demorado a fazer substituições quando o Sport jogava no campo tricolor.

Até acho que ele demorou mesmo, mas nada grave, até porque as opções não passavam segurança para reverter o que acontecia.

MOEDOR DE TÉCNICOS

Zago teve alguns bons momentos, mas insuficientes para contentar a torcida colorada.

Além dos resultados de campo negativos e um futebol que não agradava, o técnico de ‘perfil europeu’ (não sei o que é isso), teve um comportamento condenável até pelos colorados.

A imprensa até que tentou uma agenda positiva em torno dele, mas não ajudou.

Zago, agora, fica recebendo sua remuneração mensal até o fim do ano.

É o primeiro a cair na temporada. Vamos ver quanto irá durar o próximo.

O Inter virou um moedor de técnicos.