Surge o favorito?

O Inter faz uma campanha admirável no Brasileiro. Surpreendente até para o mais fanático dos colorados.

Não se pode ignorar, contudo, a tabela de jogos que caiu sob medida – como de fosse uma encomenda – para dar confiança e encorpar a equipe.

Mais surpreendente do que a liderança isolada do campeonato, no qual o Inter vive 37 anos de seca, é a reação que percebo entre os vermelhos. Nada de euforia!

– Depois do jogo de ontem (vitória de 2 a 0 sobre o misto do Atlético) estou começando a levar fé – confidenciou-me um colega colorado, que tinha três aninhos de idade em 1979.

Uma trajetória como essa em outros tempos levaria os colorados ao delírio. As redes sociais estariam entupidas de manifestações ufanistas.

Com raras exceções, há muita discrição. A impressão que dá é que o pessoal não leva muita fé no time, em especial no treinador.

Seguidamente leio e ouço comentários críticos à atuação do time, mesmo em caso de vitórias.

Imaginei que os colorados, em especial aos da mídia, fossem se esbaldar com a vantagem do time no Brasileiro.

Mas não, o pessoal anda discreto, comedido, contido.

Percebo, inclusive, um certo constrangimento.

O técnico tão criticado, por seu trabalho de campo e suas entrevistas, está respondendo seus detratores com vitórias.

E como se sabe o que vale no futebol é o resultado.

Tudo mais é tese e especulação.

A realidade, hoje, é que o Inter de Argel começa a despontar como favorito ao título.

 

Os 15 anos 

 

Hoje, em vez de sair por aí cantando o hino vermelho, um grupo de colorados divulgou um vídeo debochado sobre os 15 anos do Grêmio sem um grande título.

Uma brincadeira saudável, sem problemas. 

Uma brincadeira que só foi ratifica a grandeza do Grêmio. Mostra o quanto o Grêmio é grande, porque ninguém mexe com os pequenos.

Já passou o tempo de um clube tão grande, tão superior, ficar sem um grande título.

Os gremistas começam agora a ter uma ideia de como foi sofrido para os colorados sobreviverem 23 anos na expectativa de conquistar um título mundial.

Foi um longo período de inveja, rancor e frustração. O Grêmio no topo do mundo.

Eu sei que doeu muito porque convivi com os colorados durante esses anos todos.

É o futebol, a paixão que ele provoca.

Uma paixão que faz o torcedor, marmanjo, perder a cabeça e trajar um vestido de debutante só pra gozar com os gremistas.

Decididamente, não há o que o futebol não consiga fazer com as pessoas.