Roger não deve ouvir torcida nem vozes do passado

O melhor que o técnico Roger deve fazer para armar o time que estreia na Libertadores é seguir suas convicções. Se for para errar, erre pela sua cabeça. Afinal, mais cedo ou mais tarde, a cabeça dele é que irá rolar.

Se Roger ainda tivesse ao seu lado um dirigente com experiência e conhecimento de futebol, poderia ali encontrar um conselheiro confiável. É bom, em qualquer atividade ou situação, ter alguém próximo para trocar uma ideias, confidências, etc. Mas não pode ser qualquer um.

Não pode, por exemplo, ser alguém distante que pegue o telefone para sugerir este ou aquele esquema, este ou aquele jogador, acreditando ter alguma influência sobre o técnico. As vozes do passado no passado devem ficar.

Vale o mesmo para a torcida. É interessante que o técnico ouça e leia o que dizem os torcedores. Mas não pode guiar-se por eles. Caso contrário, terá apenas uns três ou quatro jogadores para escalar, se tanto.

Basta acompanhar as redes sociais – este boteco tem um pouco de tudo o que é dito por aí – para verificar que assim como tem gente que quer o Marcelo Oliveira longe, há outros que o consideram importante para o time. Eu me incluo no segundo grupo.

Os que não gostam de M. Oliveira têm discordância sobre quem entraria para enfrentar o Toluca. Dá de tudo. Existe até quem sugira o Fred, sem mesmo conhecer o Fred direito; outros, apontam Hermes, que até é bom jogador, mas que já mostrou dificuldade no apoio, e o time de Roger precisa de laterais que se apresentem na frente. MO já fez ótimas partidas. Contra o Zequinha, como quase todo o time, ele foi mal, o que reforçou a corneta da intolerância.

A lista de jogadores muito questionados segue com o pobre Wallace Oliveira, que recém começa a se adaptar, e com Kadu, este já recebido com justificada suspeição em relação ao seu potencial.

Até Luan tem seus corneteiros, que silenciam quando ele faz belas partidas, e que ressurgem com a maior cara-de-pau quando sua atuação não é suficiente para impedir uma derrota.

Sobra também para Marcelo Grohe, Wallace, Maicon, Éverton. Enfim, todos.

No momento, apenas Geromel é unanimidade. Este Roger pode escalar sem medo.