Família Rodriguez e o gatinho manhoso

Vesti a camisa tricolor, a nova, que ganhei de presente. Convidei a titular, que de pronto aceitou, até porque ela ainda não havia visto o Grêmio na Arena. Era 17h40 quando saí de casa – cheguei em cima do laço -, trocando o conforto do jogo da TV pelo jogo ao vivo, algo que raramente faço. Primeiro, por comodismo; segundo, porque faz tempo que não acho que valha a pena pagar para sofrer com o futebol irritante do time. Mas havia três motivos para ir ao jogo: as estreias de Maicon e Cristian, e a curiosidade de conferir Braian na Arena.

Pra começar, gostei da família Rodriguez. Os três foram bem. Mathias está se afirmando como titular.

De quem gostei mesmo foi do Cristian Rodriguez. É de outra turma. Praticamente sem treinar, mal conhecendo os companheiros, Cristian mostrou que é diferenciado. Tem drible, força, garra, interesse, bom de passe e de tabela. Uma grande contratação. Valeu a pena sair de casa para ver a estreia desse uruguaio.

Já o Braian ficou com área de atuação mais restrita. Como o time já contava com muita gente armando e vindo de trás, Braian ficou ali entre os zagueiros do Cruzeiro, aliás, ótimos jogadores, mas não falam espanhol. Teve alguns bons momentos e por pouco não marcou gol de cabeça no primeiro tempo. No gol, resultado de jogada de craque do Giuliano, que estreou no jogo passado na verdade, Braian teve dois méritos: estar ali para concluir e não errar o chute para a rede.

Gol que qualquer um faria. Certo? Errado. Barcos, por exemplo, não faria porque simplesmente ele estaria armando a jogada ou esperando um rebote fora da área.

Tem ainda o Maicon. Jogador muito interessante. Boa saída de bola de trás, imposição física e muita vontade de jogar. Acho que será titular.

Por fim, entraram muito bem o Luan e o Éverton. E também o Ramiro. Luan, reafirmo, é o maior projeto de craque do clube no momento.

Douglas não pode ser titular. Ele faz o time jogar ao seu ritmo, o de que muito toquezinho pra cá e pra lá. O time ganhou em objetividade sem ele.

A respeito do jogo: o Grêmio foi sempre superior. O Cruzeiro até ameaçou no primeiro tempo e num contra-ataque no segundo. E só. Agora, é um time muito bem organizado, com um sistema defensivo excelente. Gostei muito da dupla de área.

Foi um vitória excelente. Poderia ser por 2 a 0, mas Luan errou o pênalti sofrido por Braian,  um centroavante de carteirinha.

OUTRO PÊNALTI

Antes do jogo em Pelotas previ que o Inter teria um pênalti a seu favor aos 41 minutos. Sim, pênalti a favor do Inter é comum no Gauchão. Resta saber o tempo em que será marcado. Acertei mais ou menos: cravei  41 minutos, mas do segundo tempo.

O fato é que foi marcado outro pênalti para o Inter. O juiz Francisco Neto marcou falta sobre Valdívia, um lance discutível. Não vi o jogo porque estava participando da histórica passeata contra a corrupção. Mas vi os lances do jogo. Não sei se esse pênalti, sendo na área do Inter, seria assinalado. Valdívia meio que forçou a queda ao sentir a chegada de um defensor. Não que o juiz seja desonesto. Mas é inegável que os juizes do charmosão sempre são mais inclinados a beneficiar o Inter com erros humanos, comprovando que o Inter vive mesmo uma fase de muita sorte abaixo do Mampituba.

Já o Grêmio sofre mais com as arbitragens, é só olhar as estatísticas, inclusive uma trazida pelo Rodrigo Multicampeão e que está nos comentários deste post. Sábado, Marcelo Grohe levou amarelo por fazer cera técnica depois do gol. Antes, o goleiro do Cruzeiro e outros jogadores fizeram o mesmo e não foram punidos. Questão de sorte.

Por fim, o Brasil mereceu mesmo perder para os reservas do Inter. Contra o Grêmio, historicamente, o Brasil é um leão raivoso e faminto; contra o Inter, um gatinho dengoso.

PROVA

Mato a cobra e mostro o pau, no bom sentido. Eu na passeata histórica deste 15 de março. A “Maioria Silenciosa” cansou.