Grêmio e as boas notícias

As boas notícias são raras nesses tempos de mar de lama, foro privilegiado, impunidade, aumento galopante da inflação, estradas e ruas bloqueadas. Enfim, a lista de problemas e infortúnios é grande.Por isso, fico no futebol e me detenho no que vi de bom no Grêmio que bateu o Ipiranga em Erechim.

– o time confirmou que está evoluindo, apesar dos negativistas, pessimistas e anti-filiponistas. Vencer o Ypiranga fora sempre foi muito complicado, ainda mais agora com o perigoso Paulo Bayer e suas bolas paradas. O Grêmio soube controlar o adversário, criou boas situações de gol e, mesmo com um jogador a menos, se manteve seguro atrás.

– a confirmação de que Mathias Rodriguez é um bom marcador e que tem potencial para ser titular do time. Mérito de Felipão, que está transformando um jogador descartável em útil. Seu contrato vai até o meio do ano, mas pode ser prorrogado.

– a ‘estreia’ de Giuliano. Além de marcar o gol da vitória, Giuliano foi um jogador ativo, humilde, cumprindo funções múltiplas, como marcar, articular e entrar na área para concluir. Esse Giuliano é titular, ainda mais que só tende a crescer.

– Marcelo Hermes voltou a mostrar qualidades para continuar na equipe, titular ou revezando com Júnior. Hermes está mostrando que tem muito potencial. Levo muita fé nesse jogador. Outro acerto de Felipão.

– Marcelo Oliveira cada vez mais garantindo a titularidade.

– Luan, que meteu aquela bola milimétrica para Giuliano marcar o gol, só precisa ser mais dinâmico, mais presente. Deve entender que futebol se joga com mais doação, mais transpiração que inspiração.

– Mamute é outro que se consolida como um jogador importante, uma alternativa forte para o ataque.

– Braian Rodriguez. Estou surpreso. Agradavelmente surpreso. Eu esperava um centroavante daqueles que tropeçam na bola, que não sabem dar um passe e com pouca inteligência para jogar. Pois vi tudo ao contrário nessa estreia. Ele jogou pouco mais que 30 minutos, mas já posso dizer: “Habemus centroavante”. Se antes eu estava aliviado com a saída do Barcos, agora estou esfuziante.

– Felipão. Gostei da reação de Felipão ao cobrar a arbitragem e, depois, ao ser expulso, de chamar o árbitro pelo apelido Chico Colorado. Vi o comentarista Maurício Saraiva cobrando rigor para punir o técnico gremista. Não lembro, sinceramente, se ele foi tão duro quando Dunga atacou o tribunal de justiça desportiva do RS. Mas, como ele é um isento, deve ter sido muito duro contra Dunga, então técnico colorado. Ao menos quero crer nisso.

– César Pacheco. Excelente na crítica à arbitragem, que, se não foi decisiva, minou o time do Grêmio e distribuiu cartões com extrema facilidade. Lembro de um lance em que Hermes disputou a bola, que saiu e era lateral tricolor. O bandeira, em cima do lance, inverteu. Hermes foi pra cima e cobrou o erro. Mas foi tudo muito rápido. Mesmo assim, o juiz interpelou asperamente o jovem lateral gremista, que não se intimidou e seguiu jogando normalmente. São coisas assim que ajudam a desestabilizar uma equipe, beneficiando outra. Gostei também que César blindou Felipão.  Foi perfeito. Não mais aquele discurso sonolento do Rui Costa.

INTER

O que faz um resultado de vitória. Antes do jogo só ouvia críticas ao Diego Aguirre por variar muito de esquema e fazer testes em demasia. O que escrevi sobre as experiências de Felipão, vale para Aguirre. Se não fizer testes agora vai fazer quando?

Pois o esquema de 3 zagueiros deu relativamente certo. Mas os críticos de ontem são os ufanistas de hoje. Estes, agora já viram o time compactado, sem dar espaços ao adversário, etc.

Felizmente, o pessoal está destacando que o Aimoré não é o Emelec. Menos mal.