Por um vestiário rachado, mas vitorioso

Barcos vai começar o jogo de sábado, na Arena, para manter o vestiário fechado e unido. Pode ser, mas ainda acho que é para seguir na vitrine, o que é positivo.

Agora, se for para manter o vestiário unido, aí não.

Cansei dessa história de lideranças positivas que contribuem para o grupo – cansei também essa entidade etérea ‘grupo’ – manter-se unido, homogêneo.

Há anos que leio e ouço essa lenga-lenga e o Grêmio só perde, acumulando decepções, desilusões e frustrações.

Entre um jogador encrenqueiro, mas resolutivo, que divide o vestiário, e um todo certinho como as fotos recentes de Anderson, com jeito de bom moço, prefiro a primeira opção.

Cansei de jogador certinho, bem comportado, que une o vestiário e não resolve jogo algum.

Tenho certeza que o torcedor colorado espera ver o Anderson moleque do Grêmio, não esse Anderson de ‘fatiota’. Não, esse é um Anderson inglês, burocrata. Esse Anderson não vale o que o Inter está pagando – 500 mil mensais e 3,5 milhões de luvas. Um aparte, a contratação de Anderson significa a saída de Alex, ou não?

Esse Anderson com cara de bom genro foi dispensado pelo Manchester United, onde ele virou um volante, esquecendo suas raízes de atacante driblador e atrevido.

O Anderson do passado cairia muito bem no Grêmio, e talvez até contribuísse para rachar o vestiário e terminar com essa história de que determinado jogador precisa jogar porque é uma liderança positiva, que aglutina o grupo.

Ora, quem tem que manter o grupo fechado é o treinador, são os dirigentes. Jogador que não se enquadrar e não estiver correspondendo em campo tem que sair.

Que vá unir grupo em outro lugar!

Quem sabe um choque de desagregação interna não ajude o Grêmio a voltar aos grandes tempos. Se vestiário unido não ganha nada, talvez um vestiário rachado  consiga dar um pouco de alegria ao torcedor gremista.

Estou exagerando, claro, mas o que é intolerável é essa conversa de escalar alguém porque ele é bom para o grupo, etc.

O jogador tem que ser bom para o time.

Ao longo de minha trajetória de repórter esportivo cansei de ver times campeões sem essa propalada união de vestiário.

Sei de estrelas do time que não se conversavam, mas dentro de campo resolviam. Separados fora, unidos dentro de campo.

É essa união que realmente importa.

Se querem manter Barcos, tudo bem, mas sem essa de escalar para manter o vestiário unido. Unido e perdedor.

Esse vestiário ‘unido’ com Barcos como liderança é um vestiário perdedor.

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