Alàn Ruiz, vestígios de ser um articulador

O melhor da vitória sobre o Figueirense, além dos 3 pontos, claro, foi a atuação do Alan Ruiz.

Antes que me joguem tomates podres, me apresso a explicar. Esse argentino está começando a desabrochar.

O desempenho dele foi bom, regular ao longo do jogo, Nota 7,5. Um pouco abaixo do melhor do time, Giuliano, autor do gol e de algumas boas jogadas e muita aplicação tática. Muitas vezes quase um volante.

O que eu gostei mesmo Alán Ruiz é que ele mostrou nesse jogo em Floripa vestígios, traços, sinais de ser um articulador.

Sim, um articulador. Figura que o Grêmio não tem faz algum tempo. Mas não um articulador preguiçoso como o Douglas, porque este, a meu ver, não tem mais lugar no futebol moderno.

O articulador moderno precisa dar velocidade às jogadas e ele próprio ser rápido. Articulador tipo pensador ficou na poeira do tempo.

Respeito quem pense o contrário.

É cedo ainda para se entusiasmar, mas Alán Ruiz dá sinais muito claros, ao menos pra mim, de que pode ser o cérebro do time, coadjuvado nesse sentido pelo Giuliano, outro que talvez tenha condições de assumir essa função.

Em relação ao jogo, outra droga intragável. Um desafio à paciência de qualquer um.

O gol foi uma jogada de Alán Ruiz, que foi ao fundo e cruzou rasteiro, depois de olhar como convém, para Giuliano, que bateu cruzado, de primeira. Categoria.

Também não gostei da atuação de Luan. Culpo o sr Enderson, que manda o guri recuar demais, até a zona da grande área.

Ele não joga com os odiados – por uns – três volantes, mas compensa isso mandando todo mundo marcar no campo de defesa. Na frente mesmo, só o Barcos, que também volta para cumprir o seu melhor papel: o de cabeceador nos escanteios do adversário, porque nos escanteios a favor do Grêmio ele NUNCA consegue vencer uma disputa pelo alto.

Alguém sabe informar quantos gols de escanteio o Grêmio fez este ano? Alguém vê alguma jogada ensaiada para bola parada? Tempo para isso não faltou ao sr Enderson.

Se eu fosse diretor de futebol do Grêmio, com plenos poderes, claro, eu aproveitaria e demitiria o sr Enderson agora, para ele sair por cima, com o time bem posicionado, ficando com a imagem de injustiçado.

De pronto, anunciaria Tite ou Felipão. Ou ainda Dunga, se ele não acertar com a CBF.

SELEÇÃO

Uma palavra que eu há tempo venho utilizando quando falo em Seleção brasileira tem sido repetida à exaustão pelo Gilmar Rinaldi: humildade. A Seleção precisa ter humildade, reconhecer que a ‘amarelinha’ já não assusta ninguém.

Por falar nisso, alguns neófitos metidos a entendedores diziam que seria muito bom pegar a Alemanha porque os alemães têm medo do Brasil. Eu vi. Imaginem se não tivessem.

Estariam fazendo gol até agora.

INTER

Goleada colorada na homenagem a Fernandão. Foi um momento comovente.

Depois, no jogo, contra um Flamengo muito desfalcado e com a auto-estima rastejando, o Inter se impôs e chegou aos 4 a 0.

Agora, assim como o Grêmio, ficou claro que precisa melhorar muito se quiser disputar o título.

Até porque o Cruzeiro já livrou seis pontos de vantagem em relação à dupla.