Kleber sai e leva consigo o Gladiador da Arena

Kleber desembarcou em Porto Alegre no final de 2011 com status de grande estrela, o que ele nunca foi na verdade. Foi recebido com festa por dezenas de torcedores.

Afinal, era a chegada do Gladiador para a Arena. Na verdade, o Grêmio contratou o Gladiador, o Kleber, atacante de trajetória instável dentro e fora de campo, veio de brinde.

Se fosse apenas pelo Kleber, duvido que a direção anterior teria concordado em fechar contrato de cinco anos com um jogador de 28 anos, pagando, pelo que vazou na época, DOIS MILHÕES DE EUROS por 50% do passe, os outros 50% eram do Cruzeiro, que paga aceitar o negócio recebeu o glorioso lateral Gilson.

É bom esse Jorge Machado, o empresário que alinhavou a transação.

O custo mensal de Kleber ao Grêmio seria, conforme tem sido divulgado, de 500 mil reais.

No final dos cinco anos, Kleber custará ao Grêmio, instituição de futebol com vocação para a caridade instalada na Azenha, a bagatela de uns TRINTA MILHÕES DE REAIS de salários.

Eu, se fosse conselheiro do Grêmio, entraria com um pedido de impeachment – nem sei se um conselheiro pode fazer isso, mas deveria poder – da diretoria que ousasse fechar esse tipo de negócio. Nâo importa quem estivesse na presidência.

Chega de gente que assume sem se preocupar em aplicar o dinheiro do clube – oriundo da torcida sob todas as formas que se avalie – com parcimônia, prudência e comedimento.

Antes de fechar um negócio o dirigente responsável deve se perguntar: “Eu faria isso se esse dinheiro fosse meu, fruto do meu esforço, do meu trabalho?”.

Kleber se foi. Levou consigo o Gladiador. Foram dois anos e meio de Grêmio. Custo/benefício muito ruim, péssimo.

É preciso reconhecer que ele teve bons momentos, mas poucos. Foi prejudicado por contusões que o afastaram por longo período. Mas ao menos ele ainda jogou, ao contrário de Fábio Aurélio, que não entrou em campo um vez sequer e que custou aos cofres do clube em torno de 3 milhões de reais.

Dinheiro do torcedor jogado pela janela sem dó nem piedade.

O futebol, mais do que de profissionalismo em suas várias instâncias, precisa é de seriedade. A partir da seriedade e da honestidade de princípios pode-se erigir uma instituição sólida. Sem essa estrutura, a casa desaba, cai, afunda.

Sem organização, planejamento e, principalmente, seriedade, não há dinheiro que chegue.

Não há dinheiro suficiente para satisfazer a ganância dos lobos e abutres que vivem no meio.

É preciso uma mudança profunda. Desconfio que o presidente Fábio Koff está empenhado em limpar a área.

Depois do equívoco que foi comer pelas mãos do sr Luxemburgo, gastando o que não tinha, Koff conseguiu dobrar a poderosa empreiteira, reduzindo substancialmente os danos que o contrato firmado causava ao clube.

Agora, segue no esforço de reduzir a folha de pagamento e ao mesmo tempo qualificar a equipe. Equação difícil, mas não para alguém como Koff.

A saída de Kleber vem em boa hora. O Grêmio vai pagar uma parte do salário do atleta, que fica no Vasco até o fim do ano. Quem sabe em São Januário ele não volte a ser o Gladiador?

O negócio é excelente, nem importa se esse Felipe Bastos vai realmente acrescentar grande coisa. Pelo que conheço dele, trata-se de um volante eficiente, pode ser útil.

O futebol tem dessas coisas. Kleber que chegou com festa, saiu discretamente, quase que pela porta dos fundos. Ninguém lamentou.

No Rio, chegou em silêncio, quase invisível.

Em agosto, ele completa 31 anos. Quando seu empréstimo terminar, ainda faltarão dois anos de contrato: mais R$ 12 milhões de salários.

COPA

A Copa tem sido um sucesso. Estádios lotados. Foi bonita a festa no Beira-Rio. A falha no sistema de som não diminui em nada no espetáculo. Nem a briga de meia dúzia de gremistas e colorados, que nem num ambiente festivo consegue se desarmar.

Alemanha desponta como favorita ao título. Seguida da Holanda, mas esta sempre morre na praia.

A Argentina não vai longe. O Brasil, dono da casa e queridinho das arbitragens até quando a Copa é fora daqui, é forte candidato, claro.