Minha maneira de ajudar o Grêmio

Há muito tempo eu aprendi que boa parte das pessoas leem o que elas querem ler, não o que está realmente escrito.

Quando abri este ‘boteco’, foi com o objetivo de ter um meio para expressar publicamente o que penso sobre várias coisas, especialmente sobre tudo o que envolve o Grêmio, e aí ampliando para as questões do futebol em geral.

Inclui-se aí análise da crônica esportiva gaúcha, alertando para eventuais afloramentos de torcedor que existe em cada jornalista, o que é inaceitável a quem se diz isento.

É claro que que os frequentadores do boteco são em número infinitamente inferior ao atingido pelos cronistas esportivos profissionais da grande mídia, tanto repórteres como comentaristas.

Mesmo assim, expresso minha opinião e aponto excessos de cor clubística, em especial a cor vermelha, que é maioria no meio e mais atuante, principalmente quando o Grêmio começa a se assanhar para conquistar algum título.  É o caso hoje.

A rivalidade é tão exacerbada no RS que até outras forças se erguem no momento em que o Grêmio luta para tentar o tri da Libertadores.

Nem o fato de o Grêmio ter um treinador que comete erros sobre erros e tem um comportamento deplorável como o que mostrou no Chile, ao sair de campo com um sorriso debochado no rosto causando aquela confusão, conforta e acalma as forças oponentes.

Com a classificação alcançada ainda sem jogar um futebol que indique que irá muito adiante na Libertadores – apesar de estarmos chegando ao quinto mês do ano -, é certo que aumentará o número de pedras e espinhos vermelhos no caminho gremista, como se não bastassem os problemas existentes na alma do clube.

Agora, o que me levou a escrever essas mal traçadas neste sábado ensolarado, são os comentários do texto anterior, no qual digo que o Grêmio ganhou a vaga apesar so sr Luxemburo, completando uma campanha constrangedora para o grupo de jogadores que possui.

Não resta dúvida de que o Grêmio foi valente, guerreiro, como todos nós queremos, mas o futebol do time continua insuficiente para quem entrou na competição projetando o título. O presidente Fábio Koff não investiu tanto para ser um mero figurante.

A classificação deve ser comemorada por todos os gremistas. Eu comemoro, mas lamento que o time ainda não tenha um padrão de jogo, uma estrutura definida, organização tática. Lamento também não ver no sr Luxemburgo o comandante capaz de melhorar essa situação.

Gostaria muito de escrever o contrário. Que acredito no treinador, um dos profissionais do futebol de maior sucesso no Brasil em todos os tempos, mas que há anos acumula resultados negativos à beira do campo, não em outros empreendimentos.

Mas, como frisei no início, abri este espaço para escrever o que eu sinto, mas sempre deixando abertas portas e janelas para quem quiser se manifestar contra os meus conceitos e ideias.

Só não aguento patrulha de torcedor sem senso crítico. Existe a hora de torcer; existe a hora de avaliar.

Quando escrevo aqui não estou torcendo. Estou analisando, certo ou errado, não sei, mas é o que penso, com honestidade, sem ligar para nomes – fosse o Felipão a substituir dois de uma vez, sendo que um dos que entrou é um jogador que me faz sentir saudade do Leandro, levaria pau da mesma forma.

Então, quem pensa em encontrar aqui uma opinião ufanista, oba-oba, esqueça. Tampouco vou ser omisso. Não consigo. Tenho mania de me posicionar.

Sempre fui assim, em especial como jornalista esportivo.

Quando escrevi uma coluna no Correio do Povo, muito tempo atrás, dizendo claramente que sou gremista – já não aguentava mais gente dizendo que eu havia escrito isso ou aquilo porque era gremista ou colorado – fiz questão de concluir o texto dizendo que antes de ser gremista ou sou uma pessoa que pensa e e que gosta de expressar o que pensa, e que meu maior compromisso não é com o Grêmio ou qualquer outra coisa.

É com a minha consciência.

Então, enquanto em entender que há coisas erradas no Grêmio, vou criticar. Estou convencido de que apontar falhas e enaltecer acertos é uma forma de contribuir com o meu clube. Assim como ironizar a atuação dos bombeiros na interdição da Arena.

Enterrar a cabeça num buraco como avestruz não é comigo.

Podem me acusar de tudo, menos de omisso e ufanista. Podem até me chamar de corneteiro.

Mas essa é a minha maneira de comentar futebol e ajudar o Grêmio.