Gre-Nal é importante, mas Libertadores é mais

O Grêmio não queria enfrentar o São Luiz, não pelo adversário em si, mas pela viagem, que é desgastante e se cogitava até de locar um avião.

Deu algo pior: um Gre-Nal. Ou alguém acredita que é mais fácil passar pelo Inter para seguir na Copa Piratini?

Mas, apesar da pressão da mídia desde o final da rodada focando no Gre-Nal, o que é natural, o Grêmio já deixou claro que o clássico gaúcho fica pra depois.

Antes, há um clássico superior no momento por causa da importância maior da competição, o confronto decisivo contra o Fluminense.

Este sim é o clássico que realmente importa. Eu troco uma vitória sobre o Fluminense, quarta-feira, por uma derrota no Gre-Nal.

No Gauchão, sempre há chance de recuperar no returno. Já um resultado negativo no Rio praticamente afasta o sonho do tri da Libertadores.

OS JOGOS

O Grêmio voltou a ter muita dificuldade diante de um time fechado atrás, que marca firme, mas sem violência. O Veranópolis jogou bem, marcou e ainda atacou, chegando a ameaçar a vitória tricolor.

Foram bem no Grêmio: Pará, Werley, Fernando, Elano, que fez as melhores jogadas de ataque embora um tanto desligado do jogo, e Zé Roberto. O resto foi de regular pra baixo.

Acredito que contra o Fluminense, que certamente vai pra cima, haverá mais espaço para contra-ataques, aproveitando a velocidade de Vargas, por exemplo. É claro que há o risco de sofrer gol em função da qualidade ofensiva do adversário. Enfim, será um jogaço.

Assino agora um acordo por empate, porque acho difícil ajustar o time em tão pouco tempo.

Já o Inter foi um pouco melhor que o Cruzeiro, mas no final o empate por 1 a 1 não deixou de ser justo pela capacidade de reação do adversário.

Damião voltou a marcar.

LUXA FOGE DE PERGUNTA INTELIGENTE

Luxemburgo falou na entrevista pós jogo que ficou impressionado com o pau que levou por ter colocado Adriano e não Fernando. Disse que nunca tinha nada igual. Contou que viu o teipe em casa e concluiu que Adriano foi bem e que Souza, sim, é que falhou em alguns lances.

Foi aí que veio a pergunta inteligente, da qual Luxemburgo escapou porque realmente ficou encurralado.

E a pergunta foi de uma jovem repórter, cujo nome não gravei, infelizmente. No meio dos marmanjos, uma voz doce, mas incisiva, questionou se Souza não teria ido mal – avaliação do próprio Luxa – em função de ter jogado com Adriano e não Fernando, com quem está mais entrosado.

E foi além a repórter: por que Fernando jogou contra o Veranópolis se o problema pessoal que o colocou no banco, segundo explicação do treinador, contra o Patolino, permanece?

Luxemburgo, mais escorregadio que muçum ensaboado, escapuliu, não quis responder.

Questão de ordem: a repórter é Tainah Espinoza, da Band. Enfim, alguém encarando o Luxa com educação e raciocínio rápido, sem medo.

NINGUÉM PRENSA DUNGA

Só falta acontecer o mesmo nas entrevistas com o Dunga. Por exemplo, ninguém perguntou sobre o bate-boca com um torcedor em Canoas. Um comandante de grupo deve dar exemplo e não sair por aí discutindo e afrontando torcedor.

Só que esse incidente passou em branco na coletiva com Dunga. Pelo menos até onde acompanhei.