Bolívar para apavorar o Rio Grande

No começo dos anos 70, o Inter contratava um técnico com vasta experiência em clubes menores.

Daltro Menezes, um gordinho simpático, bom treinador, estava no futebol catarinense. Ao cruzar a divisa entre RS e SC, já deste lado do Mampituba, qual um Napoleão diante das pirâmides, bradou:

– Eu vou apavorar o Rio Grande.

E apavorou mesmo, ganhando alguns títulos regionais com o Inter, quebrando a hegemonia gremista e iniciando os terríveis anos de chumbo para os gremistas.

Tempos depois, em 1982, foi a vez de Fábio Koff, que recém havia assumido a presidência, apavorar o Rio Grande. Tirou Batista do Inter, talvez a transação mais rumorosa do futebol gaúcho em todos os tempos. Paulo Odone e Flávio Obino eram seus diretores de futebol.

Por que relembro esses episódios:

Porque suspeito que vem outro negócio bombástico por aí, algo para abalar o Rio Grande de novo.

O Grêmio é capaz de contratar Bolívar. O Inter não quer Bolívar, a torcida colorada em sua maioria quer Bolívar longe.

Se ele for para o Grêmio não irá tão longe assim, mas…

Se esse negócio sair mesmo, depois que Bolívar acertar sua rescisão com o Inter, haverá muita polêmica. Já antevejo as emissoras de rádio, os sites, fazendo enquetes.

Gremistas a favor, gremistas contra. Colorados a favor, colorados contra.

Muita agitação. Gosto disso. E mais: sou a favor.

Escrevo sem nenhuma informação, mas conhecendo Koff, sei que ele gosta das tacadas polêmicas.

E tem mais um detalhe, a cereja do bolo: Luxemburgo, então no Flamengo, tentou contratar Bolívar.

Que, como se sabe, gosta de ganhar Libertadores. Ah, qual é mesmo a prioridade das prioridades do Grêmio neste 2013 que se aproxima?

Como dizia o insuperável Sérgio Jockyman:

Pensem nisso enquanto eu lhes digo, boa noite!

GOLAÇO DE KOFF

Quem disse que dirigente não faz gol?

Os críticos de Koff são rápidos no gatilho quando se trata de detonar o presidente  multicampeão.

Foi só ele falar a verdade sobre a Arena, talvez com algum exagero e num momento inoportuno, que já sairam com sete pedras nas mãos.

Pois agora Koff marcou um golaço. Foi ao Paraguai, com Rui Costa e Luxemburgo, e conseguiu amenizar a situação de Elano.

Com sua habilidade política, sua história, sua credibilidade, Koff vai escalar Elano na Libertadores.

Isso é que é dirigente de futebol. Os outros são esforçados.