Paixão, Mano e Felipão

São cada vez mais fortes os indícios de que Paulo Paixão irá trocar o Grêmio pelo Inter.

Paixão é o Celso Roth da preparação física. Sai do Grêmio para o Inter, e vice-versa. Com uma diferença: ele é um vitorioso. Por onde passa, coloca faixas.

Sei que muita gente imagina que é mais uma manobra da imprensa para criar tensão no Olímpico e favorecer o Inter.

Mas não é nada disso.

O que existe é um fato concreto: o contrato de Paixão termina dia 31 de janeiro de 2013.

Outro fato: ele não foi procurado para renovar.

Outro: o Inter quer um novo e grande preparador físico depois de ter perdido o excelente Fábio Marseredian (algo assim).

Dito isso, passo ao dado mais importante, fruto da minha intuição e experiência no ramo:

Paixão deve estar se sentindo incomodado no Grêmio.

Eu no lugar dele estaria louco para ir embora. Sei, tem o desafio da Libertadores.

Mas há um componente que pesa mais: Paixão divide função e responsabilidade na preparação física com o parceiro do técnico Luxemburgo, o Antônio Mello, outro profissional vencedor.

Ora, um profissional do porte de Paixão não se sujeita a uma situação como essa por muito tempo. Foi o que aconteceu com o Fábio no Inter, que ficou em segundo plano quando Dorival Jr foi contratado e trouxe seu fiel preparador físico, cujo nome nem lembro.

Outra coisa: alguém lembra de alguma vez o Paixão ter usado a expressão ‘pijama training’?

Será que ele concordou com essa estratégia de preparação física? Será que foi consultado? Nem discuto se é certa ou errada, mas um profissional do porte de Paixão não trabalha apenas pensando no dinheiro.

Ele quer satisfação pessoal, quer reconhecimento, quer ser importante dentro do seu grupo de trabalho. Quer ser um protagonista, não um coadjuvante.

Como Luxemburgo não vai abrir mão de seu preparador físico de todas as horas e de tantos anos, Paixão deve mesmo estar pensando em deixar o clube.

Talvez nem vá para o Inter, mas acho difícil que fique no Grêmio.

MANO

Mano caiu. Até que resistiu muito tempo.

Com isso, passou a ser a bola da vez para treinar o Inter. Desconfio que o pessoal do Inter tivesse alguma informação privilegiada ou que apenas estivesse ‘secando’ o Mano.

Claro, Dunga é o mais fácil. Mas se ele fosse o primeiro nome – e não era -, talvez até já estivesse de contrato assinado depois que Luxemburgo assinou com o Grêmio.

É possível que Dunga até seja anunciado hoje, é possível.

Mas pouco provável.

O Inter quer mesmo um treinador de ponta, não uma aposta.

Mano é o que resta no mercado. Mano, que é colorado e que já trabalhou na base do Inter.

Só não sei se ele também não tem um preparador físico para trazer a tira-colo.

Aí, sobra para o Paixão.

Se Mano for contratado, teremos aqui o duelo de dois treinadores que fracassaram na Seleção.

FELIPÃO

Felipão é o cara para assumir a Seleção. Este não fracassou com a amarelinha. Pelo contrário.

Falta pouco tempo para a Copa.

Não dá mais pra fazer experiências. É Felipão na cabeça, para desespero de uns e outros.