Grêmio: crescimento na hora certa

O que é o preconceito, hein? Quando Luxemburgo foi contratado eu escrevi que era uma calamidade. Puro preconceito.

Hoje, depois da convincente atuação contra o Atlético Goianiense, no Serra Dourada, na estreia do Helio dos Anjos – três elementos que sempre foram um tormento para o Grêmio -, e a vitória por 1 a 0, o Grêmio mostrou consistência, personalidade e consolidou um padrão de jogo que se desenhava há alguns jogos.

E tudo isso apesar de algumas individualidades apenas esforçadas, mas que a partir de um esquema bem estruturado, conseguem render o suficiente para ajudarem a vencer adversários desse porte.

Então, não há como negar que aí tem a mão do treinador.

O jogo estava no 0 a 0, e se encaminhava para um empate frustrante, porque o Atlético estava pedindo para perder, mas por falta de qualidade ofensiva o gol não saía, e não aconteceria se Luxemburgo não colocasse em campo Rondinelly e Kleber.

Os dois entraram e deram mais velocidade e movimentação na frente, confundindo a marcação.

Aí, o volante Souza, criticado por alguns afoitos, cruzou na medida para Miralles. O argentino que já havia desperdiçado duas boas chances, limpou a jogada e mandou para a rede.

Saúdo a entrada de Rondinelly, que aos poucos vai ganhar a posição, e, principalmente, de Kleber, que voltou jogando com naturalidade, sem fugir do confronto, do corpo a corpo. Fiquei impressionado com a disposição e a valentia dele, que volta depois de uma contusão muito grave.

Com Kleber, o Grêmio fica melhor, muito melhor.

Marcelo Moreno, por sua vez, terá de jogar muito mais do que vinha jogando para ganhar a posição de Miralles. Acredito que Moreno é melhor, mas terá de mostrar isso em campo. Sem carteiraço.

Não faltarão aqueles que irão desmerecer a vitória, mas o Atlético em sua casa é sempre muito perigoso. O Grêmio mesmo não o vencia no Serra Dourada há mais de duas décadas.

O Grêmio, portanto, cresce na hora certa. Se vai ser campeão da Copa do Brasil é outra história, mas que já mostra mais futebol pra chegar lá, mostra.

INTER

A fábula da raposa e as uvas me veio à mente esta semana. Foi quando li e ouvi alguns cronistas esportivos, colorados, comentando a notícia de que D’Ale estaria indo para o futebol chinês. Diziam que ele não faria falta, que Oscar ou Datolo seriam substitutos à altura. Já se preparavam para a perda.

Contra o SP, D’Alessandro, que voltava de lesão, foi decisivo. Marcou o gol da vitória e provou que será uma perda muito grande para o Inter se realmente decidir ir embora. Oscar e Datolo não são páreo para esse argentino.

Ao final dos jogos desta quarta-feira, tivemos, portanto, dois argentinos decidindo para Grêmio e Inter.

Será um prenúncio do que pode acontecer entre as seleções do Brasil e da Argentina? Ou seja, os argentinos fazendo a festa?

De minha parte, vejo a seleção argentina melhor que a do Brasil.