Jô e Jajá, os bois de piranha

A final do Gauchão é tão fria quanto a temperatura. O Caxias não tem a menor condição de fazer um enfrentamento capaz de proporcionar um pouco de emoção.

Mesmo jogando de salto alto, literalmente, o Inter ganha o jogo.

Duvido que a torcida colorada vá em grande número ao estádio. Os colorados mergulharam no abismo escuro da depressão profunda. Acreditaram que o Inter havia armado um grupo – considerado pela mídia vermelha o melhor do país – estava pronto e ajustado pela conquistar o tri da Libertadores.

Alguns colorados sequer lamentaram a ausência de D’Alessandro, porque acreditavam e Datolo como um substituto de alto nível. Pois Datolo fracassou nos dois jogos decisivos contra o Flu. Não tenho dúvida de que contra o Caxias fará pelo menos dois gols na goleada que irá acontecer.

Os colorados levavam também muita fé em outro reserva, o Jajá, que eu já defini como um Wolmir maçaroca sem a alegria dos dribles do velho ponta que defendeu o Grêmio nos anos 7o.

Agora, Jajá é afastado porque saiu para se divertir após o jogo no Rio. Ele e o Jô. Aqueles que querem punir apenas o centroavante, dizem que Jajá foi ‘arrastado’ pra noite, como se Jajá fosse um guri recém saído da base. Eles teriam saído e voltado ao hotel somente pela manhã.

Ora, após um jogo normalmente há uma folga. Se os outros jogadores estavam abatidos com a derrota, os reservas Jojô e Já, digo, Já e Jojô, parece dupla de pagodeiro, sairam pra festejar. Ninguém pode acusá-los de falta de profissionalismo.

A não ser que a direção, como castigo, tenha decidido punir com clausura todo o grupo. O que seria um absurdo. Nos velhos tempos, acompanhei Grêmio e Inter em viagens e era normal o pessoal mais animado sair à noite, beber, caçar. É lógico que eu também não ia dormir.

Então, desconfio que a dupla de pagodeiros tenha aprontado algo mais grave.

Ou apenas estão sendo usados como boi de piranha, pra mudar o foco do desastre do ano que foi a eliminação da Libertadores, prioridade das prioridade de Luigi e seus companheiros.

A verdade irá vazar.

Mas de uma coisa não tenho dúvida: Jô será punido severamente, até por reincidência e não ser do agrado dos torcedores, diferente do Jajá. Agora, duvido que ocorra dispensa. Como justificar uma demissão pelo fato de o jogador sair após um jogo. Pior, muito pior, foi não ter viajado com a delegação naquela outra vez.

Enquanto isso, o Grêmio se prepara para enfrentar o Bahia. Só vejo chance de passar se o Bahia ficar muito desgastado no jogo contra o Vitória, e, além disso perder uns dois ou três titulares, em especial o Souza, que costuma fazer gol no Grêmio.

Não que o Bahia tenha um time de qualidade, mas porque o Grêmio é inconfiável.

Não me preocupo com Julinho Camargo nem com Falcão. Os dois farão de tudo para vencer o Grêmio. Mas os dois juntos não dá um Luxemburgo.