Reaberto o caso RG/PSG: realidade ou ficção?

Desde junho de 2011 os atos de Joseph Blatter na presidência da Fifa, que ele assumiu em 1998, estão sob averiguação da comissão de ética da entidade.

TODOS os atos. Inclusive aquele em que o PSG tirou Ronaldinho de graça do Grêmio, em 2001, contando com a cumplicidade da família Assis Moreira.

Aos fatos. Enquanto jurava amor eterno ao Grêmio, Ronaldinho, sob orientação de seu irmão, Assis, assinou um pré-contrato com o clube francês. Ao mesmo tempo, protelava a renovação de contrato com o Grêmio.

Terminado o contrato, em fevereiro de 2001, ele se transferiu de mala e cuia para Paris. A maior revelação do futebol mundial naquele momento deixava o clube em que se criou de graça.

O Grêmio protestou. A torcida enlouqueceu. O guri que engatinhou e cresceu no Olímpico virava as costas ao Grêmio. Acompanhei tudo de perto como repórter do Correio do Povo.

O Grêmio ingressou com recurso na Fifa cobrando indenização de 27 milhões de dólares do PSG. Também entrou com ação na Justiça do Trabalho. Ronaldinho foi impedido de jogar por uns seis meses.

Detalhe, o presidente do PSG era Laurent Perpère, que anos depois foi condenado pela justiça francesa a um ano de prisão por fraude fiscal em sua gestão.

A Fifa fixou, em novembro de 2001, a indenização em apenas 5,8 milhões de dólares. O PSG não deu bola pra Fifa, não pagou nada. E a Fifa, presidida pelo Blatter, silenciou.

É exatamente aí que a comissão de ética parou, aguçou seu olhar investigativo.

Meses depois, o Grêmio fechou um acordo com o PSG, que pagou menos de 5 milhões de dólares ao Grêmio.

O caso foi reaberto. No final de dezembro passado (há menos de um mês), a Fifa decidiu que o PSG deve indenizar o Grêmio de forma mais justa.

O assunto foi tratado de maneira extremamente sigilosa, e só agora está vazando.

O valor estipulado da indenização complementar é de 6,5 milhões de euros.

Desde então, os dois clubes negociam para chegar a um acordo sobre a forma de pagamento.

O Grêmio quer Lugano, além de mais uma quantia.

O PSG aceita liberar o zagueiro uruguaio, e até já está em busca de um substituto, conforme divulga a imprensa francesa.

Só falta definir quanto irá pagar ao Grêmio para atenuar o monumental dano causado ao clube gaúcho em 2001.

Portanto, o anúncio de Lugano, 31 anos, como reforço do Grêmio parece ser só uma questão de tempo, pouco tempo.