O técnico que vem de Caxias

No desespero, a gente recorre ao pensamento mágico. Algo abstrato que indica caminho, aponta soluções, sem base científica.

O interessante é que as vezes dá certo. Não tenho exemplos de sucesso do tal pensamento mágico neste momento. Prefiro dedicar meu tempo a descrever rapidamente o que me ocorreu.

O último técnico realmente vitorioso no Grêmio foi Tite. Alguém pode lembrar o Mano Menezes, tudo bem. Ele entra em segundo lugar. Para mim o cara é o Tite, que armou o melhor time do Grêmio nos últimos dez anos. E sem grandes estrelas.

Mas o Mano também serve ao pensamento mágico que invadiu minha mente muito louca.

Tite e Mano vieram de Caxias do Sul. Os dois saíram de um clube menor e venceram no futebol. Quem abriu-lhes as portas para o sucesso profissional foi o Grêmio.

Mas tem mais: Felipão também teve sua primeira grande oportunidade no Grêmio.

Três dos melhores técnicos de futebol da atualidade tiveram seu batismo no Olímpico. Os três vieram da Serra gaúcha. Poderia citar ainda o Celso Roth, que queiram ou não é um profissional bem-sucedido. E tem ainda Valdir Espinosa e Ênio Andrade, que vieram para o Grêmio depois de trabalharem no Esportivo, de Bento. Mais uma vez a Serra gaúcha.

Então, meio que delirando, mas racionalizando em cima do ‘pensamento mágico’ de que técnico que vem de Caxias tem boas chances de dar certo, mas sempre passando antes pelo Grêmio, sugiro que a direção gremista comece a pensar em Antônio Picoli.

Não, ainda não enlouqueci, ao menos completamente. O que sei sobre o Picoli? Sei que é campeão da Copa Laci Ughini com o Juventude. Sei que está começando na profissão. Sei que foi um zagueiro voluntarioso, um líder em campo. Um bom zagueiro, talvez melhor do que foi Felipão.

O que eu sugiro é que a direção busque informações sobre esse técnico. Verifique se ele está preparado para enfrentar um vestiário como o do Grêmio. Depois, se não tiver nada melhor à disposição (as opções existentes não me entusiasmam), quem sabe não é o momento de apostar de novo num técnico da Serra, um gringo?

Sei que contra o meu ‘pensamento mágico’ há pelo menos um exemplo negativo: Plein, que também veio de Caxias.

O que eu não gostaria é de começar o ano com um desses nomes que têm como maior ‘mérito’ o fato de serem representados por determinado empresário, no caso o Jorge Machado. Nada contra o Jorge Machado, que faz o trabalho dele.

Tampouco gostaria que o técnico fosse contratado a partir de alguma estratégia de marketing, que contribuiu para eleger Kleber como primeiro reforço para 2012. Kleber vem não apenas por suas qualidades (que nem são muitas), mas porque é conhecido como ‘Gladiador’, o que vem a calhar no ano da ‘Arena’. Dentro desse raciocínio, o técnico para o próximo ano pode ser Leão. Se tem gladiador, tem arena, deve ter leão. É claro que não pode ser por aí.

Se fosse, o ‘Gladiador’ adentraria a Arena (que lembra o Coliseu por estar em obras) numa biga romana. Ihhh, será que dei uma ideia para os marqueteiros do Olímpico?

O MAIS ODIADO – pelos colorados

Os nomes favoritos para treinar o Grêmio, dentro da ótica da direção, são Adilson, o ‘capitão América’, e Nelsinho Batista, que anda pelo Japão. Os dois têm em comum o Jorge Machado.

Adilson tem a seu favor a identificação com o clube. Mas não acho que seja um bom treinador.

Nelsinho é melhor que o Adilson, pelo menos na minha opinião. Além disso, é um técnico odiado por todos os colorados que conheço. Tudo porque certa vez, e faz muito tempo, ele abandonou o Inter depois de alguns dias de contrato, para treinar o Corinthians.

O que os colorados esquecem é que ele foi embora porque o Inter não teria cumprido alguns itens do contrato. O caso acabou na Justiça do Trabalho.

Nelsinho Batista, afinal, pode ser um bom nome.