Inter festeja, Grêmio chora e RG ri

O Inter fazia um jogo de seis pontos contra o Flamengo. Empatou e saiu de campo comemorando. Se Guinazu não tivesse sido expulso, de maneira infantil é preciso ressaltar, o Inter talvez tivesse vencido e hoje estaria em melhores condições de brigar até pelo título. Ninguém culpou o volante argentino, até porque havia um curioso clima de euforia no Beira-Rio. Ninguém parecia preocupado em encontrar culpados.

Já o Grêmio voltou a perder, mantendo a rotina deste ano, entra treinador, sai treinador. E isso significa que o problema é o time.

Ao perder, ouvi comandantes gremistas responsabilizando o Rafael Marques. Se o zagueiro não tivesse levado cartão vermelho a poucos minutos do final o Grêmio teria garantido o que? Uma vitória? Longe disso. Um empate. Rafael Marques foi culpado, segundo ouvi das profundezas da sepultura, digo, do vestiário tricolor, por ter impedido o empate glorioso contra o estupendo time do Atlético Goianiense, cuja folha salarial é 15% da gremista.

Rafael Marques cometeu uma falta na intermediária do ataque goiano na tentativa de evitar um perigoso contra-ataque. Um falta justificável. Diferente da infração do Guinazu, que levou o segundo amarelo por simular falta dentro da área para faturar pênalti.

Ninguém culpou o argentino. Já o Rafael Marques foi condenado às labaredas do inferno.

Uma desculpa ridícula e covarde para outro fracasso gremista no campeonato. Querem ofuscar o fato de que o Grêmio, ao longo dos 90 minutos, teve apenas uma chance clara de gol. Uma metida, uma não, a única metida do Douglas no jogo, que deixou o Miralles livre para marcar. Miralles, que nunca foi goleador e nunca será, chutou desviado.

Então, em vez de se discutir o principal, que é a incompetência ofensiva do time, se prefere culpar um zagueiro. Pelo futebol do time, arrisco dizer que o Grêmio perderia mesmo se continuasse com onze em campo.

O Grêmio está mal. É preciso admitir que Celso Roth fechou a peneira defensiva. Os adversários já não criam tantas chances de gol. Mas a que preço?

A impotência ofensiva do time aumentou com a chegada do Roth. O dilema do treinador é continuar com uma defesa mais sólida, mas ainda distante da ideal, e ao mesmo tempo ser mais efetivo e criativo na frente. É um problema difícil, porque falta qualidade no ataque desde a saída de Jonas, conforme tenho repetido aqui como um disco vinil arranchado.

Se Roth não arrumar a casa, ou seja, dar mais equilibrio a esse time, o Grêmio corre mesmo o risco de cair.

INTER X RG

RG deixou o campo dizendo que sempre se deu bem no Beira-Rio, lembrando, é claro, o que fez pelo Grêmio no tempo em que era amado e idolatrado pela metade do Rio Grande do sul.

Quando RG ajeitou a bola para cobrar a falta, a TV mostrou seu rosto. Eu previ: ele vai bater no lado de fora da barreira. Não deu outra. Houve falta de um jogador do flamengo, que empurrou a barreira para a bola passar.Mas valeu o gol.

No final, Damião, sempre ele, fez um golaço e evitou a derrota colorada em pleno Beira-Rio diante de um concorrente direto pelo topo da tabela.

GRE-NAL

Roth entrou com três volantes ontem. Ele havia acenado com Marquinhos e douglas, mas, covarde, preferiu a retranca, como sempre. No Gre-Nal, deve ir com quatro volantes e dois goleiros.

Agora, falando sério, a suspensão de Adilson abre espaço para o guri Fernando, estrela da seleção sub-20 ao lado de Oscar, começar de titular.  É Fernando ao lado de FR e Gsilva. Douglas continua, claro. Roth talvez coloque mais um marcador e tire um atacante. É o Roth. Ele é assim, chegado numa retranca.