Mano, o reabilitador de Dunga

A cada jogo da Seleção, melhora a imagem de Dunga. Mais um pouco e Dunga subirá ao patamar dos grandes treinadores. Vão chover convites com propostas milionárias, e tudo graças ao festejado Mano Menezes.

Aquelas vozes que detonaram Dunga depois da eliminação na Copa do Mundo, hoje defendem Mano sem pudor. Argumentam que o futebol brasileiro vive uma transição, que existem poucos grandes jogadores.

Mas isso já era visível no ano passado. Só agora esses especialistas perceberam a transição?

Se Dunga errou na convocação foi no excesso de volantes e na qualidade duvidosa de alguns deles. Está confirmado que a lateral-esquerda continua sendo um grave problema. A carência técnica também em outras posições.

E por que Dunga conseguiu melhores resultados que o Mano? Porque Dunga, ao contrário de Mano, armou o time de acordo com suas convicções, valorizando o aspecto defensivo, enquanto Mano faz o contrário.

Quem conhece o Mano sabe que ele costuma armar suas equipes a partir da defesa. Na seleção, pra agradar paulistas e cariocas, ele entra com três atacantes, desguarnecendo o meio, fragilizando o sistema defensivo, enquanto seus atacantes não resolvem na frente.

Mano vai dançar logo, logo.

Muricy, mais esperto do que parece, rejeitou o convite pra treinar a Seleção após a queda de Dunga. Percebeu que era uma canoa furada. Mas não tenho dúvida de que ele não entraria nessa de armar um time faceiro. E aí desagradaria interesses.

E assim vão os treinadores brasileiros. Quanto mais perdem, mais se valorizam.

COMO NOS VELHOS TEMPOS

O Inter vai acabar ficando com Dorival Jr, outro que ainda precisa provar que vale o quanto cobra. Mas como há quem pague mesmo sem que ele prove sua competência, vai levando, engordando sua conta bancária, a sua e de uns e outros que tiram fatia desses salários que soam como um deboche aos verdadeiros trabalhadores, gente que durante toda uma existência não vão ganhar o que ganham esses privilegiados em poucos meses.

Para sorte do Inter, os árabes não querem liberar Paulo Autuori. Quando ele veio para o Grêmio foi a mesma lenga lenga. No final, ele veio, infelizmente. Mas agora parece que ele não vem mesmo, infelizmente.

Agora, o Inter está me lembrando aquele Inter pré-Fernando Carvalho. Aquele clube que amontoava treinadores e perdia quase tudo.

Começou a temporada com Roth, seguiu com Falcão e agora está com m jovem promissor. Em seguida, terá outro, provavelmente com remuneração milionária para que todos fiquem felizes. Será, portanto, o quarto técnico em nove meses.

A continuar nesse ritmo, não será o último. Por favor, anotem esta frase e me cobrem.

O problema do Inter não é o treinador. O time tem velhos demais em campo. Jogadores que vão sair da equipe diretamente para o museu do Beira-Rio.

Se Leandro Damião for negociado, o time vai desandar e tudo pode acontecer.

DIFERENÇA É O GOLEADOR

A principal diferença entre Grêmio e Inter é que um deles tem centroavante, tem um goleador. Já escrevi isso lá por fevereiro e março. Renato foi vitimado muito em função dessa carência.

Paulo Pelaipe percebeu isso e trouxe Brandão. Se Brandão não corresponder, Roth também irá dançar. Nenhum treinador sobrevive sem um goleador.

Pelaipe percebeu mais. Percebeu,aliás, aquilo que escrevi várias vezes (será que ele anda me lendo?) e repeti após o jogo contra o Palmeiras. Lúcio malimal quebra um galho na meia esquerda; e na lateral simplesmente não funciona. Seu reserva Escudero aciona uma usina nuclear para dar um passe certo. Bruno Colaço é apenas razoável. Por isso, Pelaipe busca dois jogadores para essas posições. Pelaipe conhece. O problema é o mercado. Pelaipe chegou tarde para corrigir as mancadas de seus antecessores.

A principal delas: acreditar que se pode vencer no futebol sem um goleador.

SAIDEIRA

Essa de o Grêmio contratar um sujeito de fora para comandar as categorias de base é de lascar. E não deve ser baratinho, não. Se ainda fosse um profissional com histórico de sucesso, que realmente justificasse o gasto. Mas não parece ser este o caso.

Duvido que se o dinheiro saísse do bolso desses dirigentes eles cometeriam tais desatinos.