As panelinhas: do bem e do mal

Virou, mexeu, Falcão se rendeu a panelinha colorada.

Índio voltou à zaga. O veterano zagueiro, que um dia foi um ‘senhor’ zagueiro, entra no lugar de Rodrigo, que havia sido efetivado pelo sucessor de Roth.

Rodrigo se ‘lesionou’ e só por isso sai do time. Bolívar, que foi mal no último clássico, continua. Faz parte da panelinha. Parece ser o líder dela, na verdade.

Imaginem o que ele não faria se não tivesse aquela voz esganiçada, de pato resfriado.

Enfim, volta a velha dupla de área, velha no sentido amplo da palavra.

Mas não fica por aí. Nei não joga. Vejo que ele é dúvida. Afirmo: ele não joga. D’Alessandro o sacou do time com um olhar no Gre-Nal dos 3 a 2.

Talvez vcs recordem. Segundo tempo, o argentino toca a bola para o Nei, campo de ataque colorado. D’Ale corre para receber na frente. Nei mete a bola às suas costas.

D”Ale deveria correr para corrigir o erro do companheiro. Não o fez. Ficou parado, mãos na cintura, depois de um olhar fulminante para Nei.

Nei não joga, afirmo eu.

Falcão caiu nas mãos, ou garras?, do grupo.

Depois dos 3 a 2, em que se viu um Inter quase apático em boa parte do jogo, é de se esperar, ao natural, que o Inter entre a mil contra o Grêmio.

Pois vai entrar a milhão agora, porque há o fato novo de agora jogar o time da panelinha.

De panelinha eu entendo.

No velho CP, tamanho standard, início dos anos 80, eu escrevi matéria de página inteira revelando a panelinha que havia no time.

Seus integrantes: Renato, De León, Osvaldo, Paulo César e mais um ou dois que não me lembro.

Foi essa panelinha que escalou Paulo César no lugar de Casemiro no mundial de 1983, quando pela primeira vez um clube gaúcho chegou lá. O grupo sugeriu PC e Espinosa aceitou. E deu certo, felizmente.

Era uma panelinha do bem.

Esta do Inter até que tem razão. O Nei não anda jogando bem, se é que um dia jogou bem no Inter. Então, é natural que saia.

Já o Rodrigo ao menos não comprometia. Enquanto Índio saiu porque realmente estava devendo futebol há horas.

SAIDEIRA

O Gre-Nal vai ser complicado. O Inter vai correr como nunca correu. Caberá ao Grêmio manter o ritmo do jogo anterior e até acelerar mais um pouco. Eu imagino que o Inter, mesmo precisando vencer, vai começar esperando o Grêmio para explorar contra-ataques.

Falcão sabe que Renato não se contém. É ofensivista. Faz parte da sua natureza partir pra cima, desde os tempos de jogador.

Já Falcão é mais acadêmico, menos arrojado.

Acredito que o Grêmio será campeão, mas duvido que vença o jogo.

Mas Gre-Nal, é Gre-Nal, e tudo pode acontecer.

Até goleada.