A diferença, parte 2

O Gre-Nal confirmou o que escrevi há três dias: a diferença entre Grêmio e Inter é que o segundo tem um centroavante de carteirinha. Com tamanho de centroavante, e, além disso, com qualidade técnica.

Enquanto o pequeno -em todos o sentidos- centroavante do Grêmio se omitiu, se escondeu e depois chutou um pênalti de maneira altamente suspeita, ainda mais para quem vem de uma multa, Leandro Damião foi decisivo.

No Dia do Trabalho, Borges tirou folga.

O gol que Damião marcou é a confirmação de que é importante o camisa 9 ter boa estatura para vencer o zagueiro no corpo. Leandro Damião fez cama de gato. Foi falta, mas o gol foi validado.

Curioso que o vice de futebol colorado não tenha se referido a esse lance quando acusou o juiz de gremista e de mal-intencionado. Direcionou artilharia pesada contra Márcio Chagas da Silva, um ótimo juiz que com.o todos também erra e o lance do pênalti permite interpretações, porque os pênaltis foram cobrados perto da torcida do Grêmio.

Mas será que isso é positivo ou negativo. O resultado mostrou que foi ruim para o Grêmio, porque a pressão se tornou mais pesada.

Eu entendo a reação tresloucada do sr. Siegmann, que é um bom sujeito, mas que quando engata uma terceira ninguém segura. 

Numa situação como essa é que faz falta um sujeito como o Pelaipe, para dar uma resposta no mesmo -baixo- nível.

Mas, repito, entendo esse dirigente, novato na área do futebol propriamente dito. É que ele, como toda a torcida, esperava uma goleada, conforme destaquei no tópico anterior, escrito sábado.

O Inter dominou o jogo, foi mais time. E não podia ser de outra forma. Jogava com toda a torcida a favor, e, o principal, tinha equipe completa, com todos os titulares.

Já o Renato teve de mudar o esquema para fazer frente à essa situação. Reforçou a marcação, armou uma retranca mesmo. E eu concordo com ele. Sem um ataque confiável, o melhor é garantir atrás e especular um golzinho. Mas aí apareceu o erro do juiz.

Aliás, o próprio Damião admitiu que fez cama-de-gato ao deixar o campo no intervalo. Os observadores de arbitragem, porém, não levam em conta esse testemunho do jogador beneficiado no lance. Interessante.

No segundo tempo, surpresa!, Guiñazu expulso. Aleluia. Ele deu uma voadora no Wilson, no campo de defesa do Grêmio. Só um jogador que acredita na sua impunidade ousaria fazer isso. Lance para vermelho direito. Mas Márcio ainda puxou o amarelo antes.

O sr Siegman em vez de reclamar do juiz deveria criticar o volante argentino. Foi com a sua expulsão que o Grêmio, que estava moribundo no jogo, renasceu e passou a ameaçar. Mas, frustrado por não ver a goleada sonhada, o sr Siegman atacou o juiz.

Enquanto ele atribuir ao juiz as mazelas do seu time, que não conseguiu transformar em gols sua superioridade, ruim para o Inter. Quem sabe uma olhadinha para o seu próprio umbigo…

Mas a expulsão de Guinazu equilibrou o jogo. O Grêmio jogava até ali com um jogador a menos. Borges foi ridículo em termos de empenho. Omisso e negligente. Completou sua obra ao chutar o pênalti por cima, muito alto, tão alto que provoca desconfiança.

Com os dois time jogando com dez, o Grêmio foi melhor. Se o juiz tivesse dado os acréscimos legítimos, pelo menos mais uns dois ou três minutos, talvez o Grêmio vencesse.

No finalzinho, aquele lance sensacional do único centroavante de verdade em campo. Damião, mesmo cercado por três ou quatro, livrou-se e obrigou Marcelo a uma defesa muito difícil.

Enquanto isso, Borges era um espectador privilegiado. Mas, ao contrário dos torcedores nas arquibancadas, tanto gremistas como colorados, parecia que não estava nem aí para o jogo.

Ah, aquele pênalti jogado para as nuvens…