Mistério: a omissão da direção gremista

Eu não tenho a pretensão de entender de futebol mais do que o presidente Paulo Odone, ou do que o vice Antônio Vicente Martins.

Mas como é que eu percebi, e já faz tempo, que o time não iria longe na Libertadores apenas com Borges de atacante, e Odone e Martins não?

Eu não estou sozinho. A grande maioria da torcida sabia da fragilidade do time, mas, por paixão, se mantinha acreditando no título, acreditando num milagre, na tal imortalidade.

Muitos que escrevem aqui já haviam percebido que o Grêmio não iria longe na Libertadores.

Então, por que Odone e Martins, só para ficar nesses dois, não se tocaram? Será que todos nós entendemos mais de futebol do que eles?

Claro que não. Então, por que eles nada fizeram para repor alguém do nível de Jonas quando o goleador saiu? Por que não trouxeram um centroavante com porte de centroavante quando André Lima se lesionou?

São questões que ficam martelando minha cabeça mais do que as dores que eu sentia nas minhas ressacas dos velhos tempos da juventude.

É lamentável que dois dirigentes tão experientes não tenham movido uma palha para suprir as ausências de Jonas e André Lima, a dupla que levou o clube a sair da zona de rebaixamento no Brasileiro até alcançar uma vaga na Libertadores.

Quer dizer, sairam os dois melhores atacantes. E quem veio? Ninguém.

Ninguém veio. O Grêmio teve tempo de inscrever outro atacante. Ficou com Lins.

Tempos atrás lembrei uma frase do Enio Andrade: “Quem tem três centroavantes, tem dois; quem tem dois, tem um; quem tem um, acaba ficando sem nada”.

É o caso do Grêmio agora.

Por que Odone e seu diretor de futebol nada fizeram? Ficaram assim, contemplativos, diante do desastre anunciado.

Por que não deram a Renato os reforços necessários?

Alguém acredita mesmo que eles pensavam realmente em conquistar a Libertadores com esse time? Por que se omitiram se realmente tinham como objetivo o tri?

Perguntas, muitas perguntas.

Um mistério.

SAIDEIRA

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