Renato arma time faceiro

Confirmada a escalação com dois volantes e dois meias no meio de campo, minha previsão é de que o Grêmio vai perder outra, e talvez até de goleada.

É um meio de campo faceiro. F. Rochemback há muito tempo deixou de ser um jogador de marcação forte, de pegada, tanto que raramente suja o calção.

Gilson estreia. Foi contratado como lateral. Dizem que quebra o galho também no meio. Por que não o garoto Fernando, ou Adilson, que está voltando? Gilson poderia ser um terceiro jogador de marcação, saindo Souza ou Douglas.

Renato, porém, quer os dois meias, além de dois atacantes. É pouca gente marcando num jogo fora de casa e contra um adversário que sempre complica, ainda mais jogando em sua casa.

Então, temo o pior.

E mais: Renato imita Silas no pior que Silas fez, que é justamente insistir num time com dois meias, ainda mais meias que não sabem e, no caso de Douglas, não gostam muito de marcar.

Bem, começou o jogo. Rezemos.

FINAL DE JOGO

Renato corrigiu parcialmente seu erro no intervalo, ao colocar Adilson no lugar de Gilson. O meio-campo ganhou um volante mais combativo. Gilson em todas as bolas que recebeu para fazer jogada ofensiva foi mal. Na marcação, pouco acrescentou. O meio-campo ficou vulnerável, conforme eu previ e qualquer um podia imaginar.

Com Douglas e Souza o time jogou quase num 4-2-4, com momentos de 4-3-3, já que Souza jogou quase como um ponta direita. Jogou é modo de dizer, porque ele pouco fez.

Gostei do FR, apesar de sua falha no gol. Acho que dá para acertar o time com ele de segundo ou terceiro homem de meio campo, saindo um dos ‘articuladores’ que nada ou quase nada articulam. Deixa-se de ter um articulador precário para ganhar mais combatividade e força no meio-campo, com três volantes.

O resultado acabou sendo justo, e bom. Empatar com o Atlético na Arena não é fácil.

Agora, minha preocupação aumentou, principalmente depois que Renato, no vestiário, sinalizou que gosta de jogar com dois meias de criação. Não vejo nada mais anacrônico no futebol do que jogar com dois meias, em especial dois meias que não marcam. Mais ultrapassado só o 4-2-4. Ou dois pontas.

Em função desse conceito equivocado, por exemplo, Maylson sequer ficou no banco, perdendo lugar para Leandro. Está bem, ele acertou o cruzamento e deu alguns passes, mas é visível que se tornou um burocrata da bola, sem compromisso com o jogo, ao contrário de Maylson, que não é um virtuose, mas é aplicado, marca e ataca. E não toca a bola pro lado e pra trás.

Assim, diante do que é posto no momento pelo Renato, o Grêmio vai penar até o final. Infelizmente, Renato segue os passos de Silas e mostra sua preferência por um time com dois meias.

Renato deveria imitar, por exemplo, o Roth, que não abre mão de três volantes e ainda tem um meia articulador, D’Ale, que dá combate e se entrega para o time.