Combate ao 'anti-cristo'

O ex-presidente Paulo Odone teve contra si alguns dos principais expoentes do clube na eleição que alçou o filho do patrono Fernando Kroeff à presidência.

As maiores forças do Grêmio (Koff, Dourado,Silveira Martins, Obino, etc) se uniram para impedir que Odone continuasse no poder com seu candidato, Antonio Vicente Martins.

Salvo engano, a então oposição teve dificuldade para encontrar um candidato de peso. Teve de insistir com Duda Kroeff para que ele aceitasse.

Tudo para afastar Odone do comando do clube e da Grêmio Empreendimentos.

Foi um esforço gigantesco, que levou o sr Fábio Koff a entrar em campo como há muito não se via. Ele arregaçou as mangas, calçou as chuteiras. Enfim, foi ao pátio do Olímpico angariar votos para a oposição, chegando a prometer – há entrevistas gravadas – que estaria ao lado de Duda, inclusive no vestiário, se fosse necessário.

Tudo para impedir a continuidade de Odone e seu grupo.

Não entro no mérito da questão. Existe muita fofoca, muita intriga. É difícil discernir a verdade da mentira, da maledicência.

O fato é que ninguém aparece para fazer uma acusação explícita, sem subterfúgios ou insinuações.

Domingo, após o Gre-Nal, o sr Meira disse que seu antecessor, Paulo Pelaipe, não é uma pessoa ‘séria’. E ficou nisso. Por que ele não foi mais claro?

Então, fica assim: um adjetivo aqui, outro ali, deixando transparecer que problemas muito graves ocorreram na gestão passada.

Contra os boatos, existe a aprovação das contas pelo Conselho Deliberativo. Ou estou enganado?

Por outro lado, o ex-dirigente Eduardo Antonini divulgou dados alarmantes sobre a situação financeira do clube: folha de pagamento na ordem de R$ 4 milhões ou perto disso; déficit mensal na casa de R$ 1 milhão, e resultados pífios em campo.

Para Meira, são manifestações oportunistas, que não engrandecem o clube.

O trabalho de Meira no futebol e de Duda na administração engrandece o clube?

Em meio ao bate-boca, que promete baixar de nível nas próximas semanas, a exemplo do que vai ocorrer nas eleições para presidente e governador, temos a equipe ainda indefinida, instável, no oitavo mês do ano.

É difícil que as questões políticas não acabem agravando a situação do time.

Não é exagero, nem pessimismo, projetar que do jeito que a coisa vai o Grêmio irá fracassar na Sul-Americana, onde a direção concentra suas atenções agora pensando na vaga à Copa Libertadores, e também no Brasileiro, com o risco de cair mais uma vez para a segundona.

No final, a maior vítima do combate ao ‘anti-cristo’, da guerra de vaidades, na luta desmedida pelo poder e da lamentável ruptura interna do clube, quem sofre as conseqüências é a instituição Grêmio com toda a sua imensa torcida.

E vocês sabem quem está se divertindo com esse quadro pincelado com as cores da incompetência, omissão e da leniência…