É bom demais ser gremista

Orgulho de ser TRICAMPEÃO da América dando show de futebol;

Orgulho de vencer os dois jogos da etapa final da Libertadores sem abdicar nunca de atacar, mantendo ao máximo seu padrão de jogo;

Orgulho de ver o Grêmio recebendo os maiores elogios da crônica esportiva do centro do país, que utilizou adjetivos como ‘impecável’ para definir o futebol que o time praticou durante a maior parte do tempo no estádio do Lanus, onde o dono da casa é quase imbatível;

Orgulho de ver um ex-atacante do nível de Casagrande confessar que gostaria muito de jogar nesse Grêmio atual;

Orgulho de vencer quatro dos sete jogos fora de casa na Libertadores, mostrando que é possível ser vitorioso em qualquer competição sem precisar armar retrancas e ficar dependendo de uma jogada para vencer;

Orgulho de pertencer a uma torcida que muito antes de o jogo começar já lotava a Goethe, território desbravado pelo Grêmio que hoje foi retomado de maneira grandiosa;

Orgulho de ver a majestosa Arena sendo tomada por mais de 30 mil torcedores numa noite em que o time jogava em outro local, mostrando sua paixão e sua fé em Renato e seus comandados;

Orgulho de torcer por um treinador que em pouco mais de um ano fulminou com todas as desconfianças em relação ao seu potencial, armando um time forte e organizado para conquistar uma Copa do Brasil e uma Libertadores da América, tendo a humildade de manter a base herdada de Roger Machado;

Orgulho de torcer por um treinador que é o único no país a ser campeão da Libertadores tanto como técnico como na condição de jogador;

Orgulho de torcer por dirigentes que souberam estruturar e planejar o clube, em meio à críticas e questionamentos, para atingir o objetivo maior na temporada, que é a Libertadores;

Orgulho de torcer por um time formado por cidadãos, profissionais sérios, que colocaram os interesses do coletivo acima do individual, o que acabou sendo decisivo para a conquista do Tri da América;

Orgulho de torcer por jogadores considerados por alguns torcedores como insuficientes para defender o time, como aconteceu com Marcelo Grohe, Jaílson e Fernandinho, só para ficar em três nomes que se destacaram neste jogo histórico contra o Lanus;

Orgulho de torcer por um time que tem jogadores como Luan, autor de um gol antológico, e eleito o melhor da competição, e Arthur, escolhido o melhor em campo, mesmo tendo de sair mais cedo por motivo de lesão;

Enfim, são muitos os motivos para sentir orgulho nesta noite mágica, de emoção, de lágrimas e de euforia.

Mas tudo pode ser resumido numa frase:

É bom demais ser gremista.

Jogo para superar tudo e todos

Que os homens de preto podem decidir jogos com seus ‘erros humanos’, ninguém tem dúvida.

Essa é a maior preocupação que tenho em relação ao jogo desta quarta-feira, contra o Lanús, clube médio com uma equipe competente, mas que só chegou à final da Libertadores graças ao apito amigo.

Apitos à parte, o momento é de focar no futebol, jogar bola. Ser superior ao adversário e ao que mais se atravessar no caminho rumo ao título.

A direção fez a sua parte fora de campo, agindo nos bastidores. Que não se repita 2002. Confiram:

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2017/11/o-fantasma-em-buenos-aires.html

Não é fácil, mas é o caso de superar tudo e todos.

O importante é jogar sem medo de ser feliz. Compenetrado em superar o adversário, procurando deixar de lado a arbitragem, que terá sobre si os olhos do mundo depois do que aconteceu na Arena e em jogos anteriores do Lanus.

Sabemos que Kannemann vai fazer falta – não foi por nada que o juiz chileno tratou de dar um amarelo pra ele. Mas quero declarar aqui que eu confio em Bressan.

Ele não comprometeu nos últimos jogos em que foi chamado. Em alguns até foi muito bem. Não foi aquele zagueiro afoito nem atraiu a desgraça para o seu lado, como era comum acontecer. Bressan não parece ser mais um imã de atrair infortúnios durante o jogo.

E digo mais, Bressan costumava fazer gols em escanteios. Olha, o último faz mais de ano, se não me engano. Pela lei das probabilidades, está mais do que na hora de ele fazer um gol de cabeça. Acredito nisso.

Assim como acredito na estrela de Renato, hoje o melhor treinador em atividade no futebol brasileiro. Ele é perfeito? Não, mas tem feito a sua parte com brilhantismo, administrando os egos do vestiário, fazendo as melhores opções para aquilo que se propõe, treinando jogadas, armando estratégias para superar obstáculos em campo e encontrando soluções para suprir carências técnicas em função de lesões, etc.

Sobre o jogo, espero que Renato arme o time de forma a garantir pelo menos o empate no primeiro tempo. Acho que o melhor mesmo é largar com o time que começou o jogo anterior.

Bem, no segundo tempo, a pressão da necessidade de um gol para não perder o título nos 90 minutos será terrível para os argentinos. E é aí que Renato poderá tirar proveito de um desespero crescente do time rival e sua torcida, para buscar o gol no contra-ataque.

Então, a vitória virá. O TRI será uma realidade, não mais um sonho.

Bem, sempre acreditando numa arbitragem honesta, isenta.

 

 

 

Brasileirão chegando ao fim morno e sem emoção

Mais um Brasileirão de pontos corridos chegando ao fim. Aliás, com um final delineado já nas primeiras rodas, quando o campeão Corinthians começou a disparar com uma série impressionante de vitórias sucessivas.

Acumulou tanta gordura, que mesmo desabando no returno, conseguiu manter-se no topo. O único clube que realmente chegou a ameaçar esse título dos paulistas foi o Grêmio, mas este estava dedicado à Copa do Brasil e à Libertadores.

Sou contra os pontos corridos. Desde o início fui contra, e continuo contra.

O maior argumento dos defensores dessa fórmula imitada dos europeus é que o título premia a regularidade. Tudo bem, mas favorece aquele que só tem uma competição a disputar, o Brasileirão, em detrimento de outro que tem uma Libertadores. Então, ao segundo fica mais complicado manter a regularidade durante uns oito meses.

Então, o que se vê é um Corinthians comemorando o título numa situação morna e sem sal, sem pimenta, antes mesmo de o campeonato terminar.

Restaram as migalhas, disputa por vaga aqui ou ali. A grande atração nesta reta final é luta dos miseráveis para fugir do rebaixamento à Segundona, que voltará a ser chamada assim no ano que vem aqui abaixo do Mampituba porque o glorioso Inter subiu. Até há pouco era série B, e até Brasileiro. Nunca segundona.

Este é o Brasileirão que favorece, na verdade, as duas equipes mais ricas, aquelas que recebem o maior volume de verbas da televisão: Corinthians e Flamengo.

Há de chegar o dia em que o clube carioca vai se ajeitar, assim como o Corinthians, e aí teremos os dois se revezando no pódio. Eu, se fosse dirigente do Flamengo, contrataria o Tite, após o Mundial, para colocar ordem na casa, assim como ele fez no Corinthians, deixando um time pronto para seu auxiliar.

A minha fórmula, e a de muita gente que privilegia uma competição com uma avalanche de emoção na briga pelo título, é zerar tudo do primeiro para o segundo turno. O campeão do primeiro turno enfrentando o campeão do returno. Até nem pesquisei para ver quem seria o rival do Corinthians nesta hipótese. Se um clube conquistasse os dois turnos, bem, aí seria consagrado campeão.

Caso contrário, haveria uma disputa entre os dois primeiros colocados em dois jogos. O time com maior pontuação somando os turnos levaria uma vantagem, que pode ser a finalíssima em sua casa.

Simples. A fórmula valoriza a regularidade e mais ainda a emoção.

Grêmio

Com um time reserva mesclado com jogadores do terceiro escalão, o Grêmio ficou no 1 a 1 com o lanterna Atlético Goianiense. Foi a despedida da Arena nesta temporada em jogos oficiais.

Não há muito o que dizer sobre o jogo, morno e sem graça como a festa do Corinthians pelo título.

Sobre os jogadores: Thyere foi o melhor da defesa, inclusive participando do gol de empate, marcado por Poletto, um jovem promissor.

A lamentar a falha de Paulo Vitor no gol adversário. Saltou atrasado. Mas tem crédito, um crédito que alguns gremistas não dariam ao Grohe até pouco tempo atrás.

Gostei e não gostei do Kaio. Por vezes penso que ele é bom, tem futuro. Outras vezes me decepciono.

Na frente, o melhor foi Dionathã, mas também nada de especial. Foi o melhor. Gostei também do Jean Pyerre, que substituiu Patrick. Este voltou a jogar um futebol menor para o seu potencial.

Beto da Silva, que voltou de novo, até consegue alguma jogadinha, mas sem maiores consequências, sem falar que ele parece ter sobre sua cabeça uma nuvenzinha escura. Nada certo com ele.

Inter

Soube que encomendaram até caixa de som para festejar um possível título da série B. Seria o título que abonaria a frase ‘campeão de tudo’. Com o segundo lugar, até isso o Inter perdeu.

Assim como perdeu muita coisa nesses dois últimos anos, aquelas provocações comuns de mesa de bar e de rede social. Por exemplo, as caixas de som para anunciar o RG no Olímpico. Gerou muita brincadeira. Agora até isso acabou.

 

Grêmio tenta desarmar a bomba que pode detonar o TRI

A direção do Grêmio tenta por todos os meios desarmar uma bomba pronta para detonar nosso sonho de conquistar o TRI da América no dia 29, em Buenos Aires.

Foi feliz o ex-presidente Luís Carlos Silveira Martins ao afirmar que a Libertadores está direcionada para o Lanús, um clube médio, mas que tem um presidente influente e seboso, mais escorregadio que muçum ensaboado.

Em Porto Alegre, era todo sorrisos, fala melíflua e conciliadora, cordato e discreto. Foi só desembarcar em seu país para mudar totalmente. Sacou uma metradora giratória e disparou para tudo que é lado. Sobrou até para um gandula que, segundo ele, teria agredido o goleiro Andrade.

Foi um erro monumental, porque despertou a atenção do pessoal das redes sociais, que logo colocou no ar vídeos em que aparece o goleiro pulando sobre as placas de publicidade e agredindo um gandula. Então, o que houve de fato foi o goleiro batendo no gandula, não o contrário.

Se o árbitro não viu, seu auxiliar de goleira não pode deixar de ter visto. O fato é que esse goleiro merecia uma punição, nem que seja agora em função das imagens muito claras da agressão. No mínimo, Andrade merece um cartão amarelo. No mínimo. A lamentar que o gandula não registrou um BO pela agressão.

O problema é que na bomba armada para dar o título ao Lanús não está prevista a ausência do goleiro titular, figura importante no esquema dos argentinos. Para quem não sabe, ele tem dois cartões amarelos, está pendurado.

Se o goleiro for suspenso em função do que se viu, será um sinal de que o Grêmio está conseguindo neutralizar o explosivo armado lá atrás, quando o Lanús conseguiu ganhar 3 pontos da Chapecoense no tapetão. Se fosse o contrário, nunca haveria essa reversão de pontos.

O presidente Romildo Bolzan faz muito bem em protestar, em denunciar, principalmente o absurdo que foi não marcar o pênalti sobre Jael, que, aliás, cresceu no meu conceito pelo que jogou e também por ter encarado os argentinos.

O Grêmio, entre outras coisas, quer a gravação do que ocorreu na sala de vídeos – isso fica registrado, e eu não sabia. Nessa gravação pode aparecer o que se passou no lance do pênalti escandaloso, bem diante dos olhos esbugalhados do juiz chileno.

Outra reivindicação é afastar o assessor internacional, o argentino Hector Baldassi, o cara que irá observar e avaliar o trabalho dos árbitros. O regulamento impede que essa função seja exercida por alguém do mesmo país de um dos times. Isso está no regulamento, mas não se respeita.

Sobre Baldassi: concorreu a deputado pelo partido do atual presidente argentino, Maurício Macri. Tem projetos na área social. Um deles dá ênfase aos clubes de bairro, como o Lanús. Olha a coincidência: na decisão contra o Boca, em 2007, Macri era presidente do clube. Concorria a prefeito de Buenos Aires. Com o título, acabou eleito. Sua carreira política alavancou desde então. Hoje, outro político no caminho do tricolor. Se o Lanús for campeão, ele irá se dar muito bem.

O presidente Romildo Bolzan chama atenção, não para esse lado político, mas para as questões de campo, do jogo. Alerta a opinião pública para o que aconteceu e, principalmente, para o que pode acontecer no segundo jogo. É uma tentativa mais do que válida, obrigatória.

Se Romildo tiver sucesso, e o jogo for decidido sem interferência externa, a conquista do TRI pode deixar de ser um sonho.

Caso contrário, o Grêmio terá de fazer uma ‘Batalha de Lanús’, porque as forças opostas são poderosas e inescrupulosas.

CBF

O que faz a CBF nisso tudo? lava as mãos. Não era de ter alguém da cúpula da entidade com o presidente Romildo?

Parabéns ao presidente da Federação Paulista, Reinaldo Bastos, que está ao lado do Grêmio nessa luta desigual.

A Libertadores e suas estranhas arbitragens

Cheguei em casa após a meia-noite decidido a escrever sobre o jogo em si, colocando a arbitragem em segundo lugar. Mas quando vi o lance faltoso sobre Jael decidi mudar o foco. Deixando claro que saí da Arena uns dois minutos antes do final. No rádio, ouvi o pessoal falando sobre o lance. Todos apontando o erro grave do juiz chileno. Em casa, vi que foi um pênalti daqueles inquestionáveis, escandalosos, de alavancar a carreira de qualquer juiz dentro de uma confederação corrupta. Passa a figurar na galeria dos ‘confiáveis’, se é que me entendem.

Eu não tinha nenhuma dúvida de que o maior adversário do Grêmio nas finais contra o Lanús seriam as arbitragens. Antes do jogo – fiquei horas no entorno da Arena e na sede do Multicampeão, por onde passaram centenas de gremistas – a quem me perguntasse eu dizia que o Grêmio venceria até com facilidade, mas que tinha muito medo da arbitragem.

O Lanús já havia mostrado sua força fora das quatro linhas – uma força superior ao futebol que joga – contra o River e também contra a Chapecoense, conseguindo eliminar os catarinenses no tapetão. Dizem o presidente do Lanús é muito amigo do pessoal que comanda a impoluta Conmebol, uma entidade casta, repleta de vestais.

Bem, esse Julio Bascunan começou a aprontar assim que a bola rolou na Arena, diante de 55 mil torcedores. Foram pequenos erros, a começar pela conivência com a cera do goleiro na reposição de bola.

Aqui uma previsão: duvido que no jogo da volta o juiz permitirá que Grohe faça o mesmo. Vai levar o amarelo na segunda tentativa.

Bem, quem como eu acompanha futebol a tanto tempo percebe quando está diante de um juiz tendencioso, mas esperto, que sabe conduzir o jogo de modo a beneficiar um lado. Isso ficou claro pra mim nos primeiros minutos.

Só não esperava que ele fosse tão acintoso a favor do Lanús. Antes do pênalti em Jael, no último segundo de jogo – ele encerrou imediatamente talvez até para não dar chance de algum pedido do trio de juízes eletrônicos de revisão do lance – houve outro lance. Este no primeiro tempo, envolvendo se não me engano Ramiro. Não vi a reprise do lance, mas na hora me pareceu pênalti num entrevero no final. Ramiro reclamou muito.

Bem, o Grêmio poderia ter vencido por 2 a 0, e ainda poderia ser mais se o time estivesse mais inspirado para furar o forte bloqueio do Lanús. Além de inspiração, faltou qualidade. Fernandinho não jogou nada. Pensei com meus botões, ele deve ficar em campo no máximo até os 10 minutos do segundo tempo. Ficou 12.

O problema que Éverton não adiantou grande coisa. Não resolveu o problema. Outro que estava mal, parece que anda jogando no sacrifício, é o Barrios.

Quem acrescentou ao menos vontade foi Jael. Outro que contribuiu para deixar o time mais incisivo foi Cícero. E o gol aconteceu quando Edílson deu um bom e velho balão desde a linha do meio de campo. A bola alcançou Jael e Cícero concluiu para fazer explodir a Arena de emoção e alegria.

Foi um gol que ninguém mais esperava, nem o gremista mais otimista. Ou alguém como eu, que projetava uma vitória fácil, repetindo, com uma arbitragem absolutamente neutra. Algo praticamente impossível na Libertadores.

O Grêmio que trabalhe forte nos bastidores para que o jogo do dia 29 tenha arbitragem isenta.

Ah, o presidente do Lanús, bem ao estilo gardelon, disse que não comenta arbitragens, ao ser questionado sobre o que havia ocorrido na Arena. Sim, vai falar o que, estava satisfeito. Perdeu por apenas 1 a 0 e ainda leva de lambuja a ausência de Kannemann.

O prato para a final está pronto, o Grêmio que tome providências fora de campo. Essa arbitragem escandalosa talvez até contribua para que o que houve aqui não se repita.

Grohe

Duas defesas difíceis, uma delas espetacular, lembrando o goleiro Banks contra Pelé. No mais, foi um espectador.

O goleiro Andrada foi menos exigido ainda. Uma bela defesa num chute de Cortêz, e nada mais. Contra ele, duas entregadas de bola que o Grêmio não conseguiu aproveitar. É um goleiro faceiro.

O drone: começaram as notícias para tumultuar

Estou preparado para enfrentar o ‘fogo amigo’ até a decisão no dia 29. Aguardo notícias sobre jogador do Grêmio que será vendido; jogador que já está negociado e vai embora em seguida; titular que não terá seu contrato renovado; jogador ‘bichado’ para a estreia.

Não vai faltar muita gente falando, repetindo, falando e repetindo que o Grêmio é favorito, que o Lanús não tem camisa, não tem tradição. Tudo para motivar ainda mais o forte time argentino.

O que não estava escrito no meu roteiro de ‘agenda negativa’ é essa história do drone espião, que estaria a serviço do Grêmio.

Não estou acostumado com essas modernidades.

E vou dizer: não acredito nisso. Primeiro, porque não consigo ver algum efeito prático de uma câmera filmando do alto ter realmente alguma utilidade. E se tem, não seria um expediente a ser aplicado em função de seu custo/benefício.

O custo é exatamente esse: a publicidade, a exposição negativa do clube. Se é coisa das internas do Grêmio, logicamente com autorização do técnico Renato, foi um grande erro.

Justamente por ser uma bobagem tão grande que não posso acreditar na veracidade da notícia.

Até assisti uma entrevista da repórter Gabriela Moreira, na ESPN. Ela é autora da reportagem. Uma jornalista de histórico polêmico. Na entrevista, ela garante que tem como provar que o espião foi contratado pelo Grêmio. Provas que ela promete revelar se for o caso.

Continuo não acreditando. Por outro lado, não posso acreditar que a jornalista fosse inventar isso tudo.

O fato é que havia alguém ‘filmando ou fotografando’ o treino do Lanús por intermédio de um drone.

O jornal argentino Ole, que gosta de provocar os brasileiros, já divulgou essa ‘descoberta’ da ESPN.

Vamos aguardar os esclarecimentos e as próximas notícias que possam deixar mal o representante na final da Libertadores.

Não ficarei surpreso se o tal espião não for alguém contratado justamente para atingir o Grêmio.

 

Uma análise dos reservas que deram susto no Santos

Gostei do time B/C (formado por reservas e jovens da casa) que enfrentou o Santos titular em plena Vila Belmiro e acabou batido, injustamente, por 1 a 0. Portanto, não estou entre aqueles que não conseguem ver nada de bom nessa equipe emergencial, que lembra muito aquela que foi derrotada pelo Sport, em Recife, nas primeiras rodadas, e que virou símbolo dos críticos da decisão da diretoria de focar na Copa do Brasil e Libertadores.

Vi qualidades e defeitos em todos os jogadores, mas a média geral foi boa. O setor defensivo, com Bressan e Thiery na zaga, deu conta do recado. O Santos poucas vezes levou perigo, isso que tem Ricardo Oliveira de centroavante, jogador que era objeto de desejo de nove entre dez gremistas nem faz muito tempo.

Não sei se é o espírito de finalista da Libertadores, mas consegui ver qualidade até no lateral Leonardo, que teve alguns bons lances entre outros menos felizes. Claro, não é jogador para o Grêmio. Assim como esse Conrado, que tem boa técnica. É possível que com mais experiência ele evolua, é possível, mas não levo fé.

O goleiro Paulo Vitor mais uma vez teve atuação segura, provando que é mesmo um reforço, um ótimo reserva para o Grohe.

O paizão do time foi o veterano Cristian. A maioria das bolas passava por ele. Os jovens meias do time não assumiram a responsabilidade da criação. Com isso, restou o toque de bola improdutivo no meio e a bola longa passando sobre o meio de campo.

O jovem Batista, ao menos para mim, continua sendo uma incógnita. Vejo nele potencial, embora tenha feito de novo uma partida irregular, com altos e baixos. Mostrou que bate bem na bola.

Patrick, de quem espero muito como a maioria dos gremistas, meio de que se escondeu. Teve um grande lance ao livrar-se de forte marcação na risca da pequena área e chutar para grande defesa do Vanderlei. Foi a melhor chance do Grêmio, que teve uma bola na trave, num chute colocado do Dionathã, outro com bom potencial.

Mais na frente, Jael. Muita luta, muito esforço e pouco resultado. De novo teve alguns bons lances. Recebeu dois cruzamentos na medida para fazer de cabeça e não aproveitou. Mas é centroavante, fica sempre perto da goleira inimiga. Quem sabe, como diria o Baltazar, Deus não está guardando algo melhor pra ele? Quem sabe?

A lamentar um pênalti no final, quando Jael foi puxado dentro da área numa cobrança de escanteio. Meia dúzia de árbitros trabalhando e nenhum viu lance tão escandaloso? Ou esse pessoal tem olhar seletivo?

 

O Inter e a generosidade do Poder Público

Realmente, não é fácil ser colorado nesses dias, mas a mídia, de um modo geral, busca tornar esse período mais ameno. E não é de agora, vem desde o rebaixamento à segundona, que aqui no pampa passou a ser chamada de série B e até de Brasileirão, que soa menos humilhante e mais ‘fofo’.

A notícia da agenda positiva do dia vem da coluna No Ataque, em ZH desta sexta, na qual o jornalista Diogo Olivier informa que o Inter está fechando parceria com um grupo português para investir na área do CT de Guaíba (parte dela ou toda era destinada a Ford).

O suposto grupo se compromete a fazer as obras, que incluem prédios e campos de futebol, etc, numa área de 88,7 hectares, tudo entregue ao clube de mão beijada, e por tempo indeterminado. O Inter ser agraciado com mimos desse porte já faz parte da rotina, a começar pelo terreno onde está o estádio e todo o seu entorno.

Essa ‘doação’, oficialmente uma permissão de uso em caráter oneroso (o clube tem compromisso de pagar R$ 35,6 mil mensais) foi assinada em evento no Palácio Piratini, dia 3 de outubro de 2014, pelo então presidente do Inter, Giovani Luigi, o prefeito de Guaíba Henrique Tavares, e o governador em exercício, o desembargador José Aquino Flores de Camargo, velho companheiro de debate na TV, grande colorado.

Pois o sr. Aquino, agora do outro lado do balcão, é quem comanda todo esse processo como dirigente colorado, em especial o negócio em que o tal grupo português se compromete a investir no terreno em Guaíba em troca de autorização para erguer espigões à beira do Guaíba.

Espero que os órgãos ambientalistas estejam atentos.

Antes de concluir, uma dica aos repórteres:

o Inter está pagando a mensalidade?

Outra, no contrato firmado três anos atrás foi estabelecido o prazo de dois anos, a partir da assinatura do acordo, para inauguração das obras, que, por sua vez, deveriam ter iniciado em 2015.

O descumprimento do prazo não gera nenhuma punição?

Por fim, essa história é parecida com a que resultou em outro mimo ao Inter, conforme a Lei 10.400, de 4 de abril de 2008. O Inter é contemplado com a área do Beira-Rio, uns 43 hectares, a título oneroso e por tempo indeterminado (como o terreno de Guaíba). Em troca, o Inter deve promover algumas ações de cunho social (o que deve ocorrer também na outra área) e pagar R$ 25 mil por mês.

Vou ficar por aqui porque a lista de favorecimentos é grande.

 

Quem foi à Arena viu o time da estreia contra o Lanús

Na rodada em que o Corinthians confirmou a conquista do título do Brasileiro/2017 – com uma mãozinha do Grêmio que optou por focar na Copa do Brasil e Libertadores e cedo colocou a competição em segundo plano – o técnico Renato Portaluppi comandou um treino de luxo na Arena.

Um “treino” importante para o Grêmio, que buscava garantir sua presença na Libertadores/2018 com uma vitória e, principalmente, ajustar ainda mais a equipe para os jogos contra o Lanús.

O Grêmio venceu por 1 a 0, gol do Kannemann – casualmente o único tricolor que escalei no meu time no Cartola, coisa de quem conhece. Antes de seguir, vale a pena lembrar o gol, consequência de uma jogada que o Grêmio não cansa de repetir: alguém recebe a bola enfiada no fundo, dentro da área, e o cruzamento sai rasteiro em diagonal para trás ou mesmo para dentro da pequena área. No caso, Edílson recuado enfiou para Geromel, que cruzou rasteiro. O zagueiraço argentino, que parece gremista de nascença, disputou com a zaga e o goleiro, e a bola acabou entrando.

Conforme observou o Seu Algoz, com quem assisti ao jogo na Arena, Geromel tem se posicionado pelo lado direito do ataque, dentro da área, nas cobranças de falta e escanteio. Isso aconteceu umas quatro ou cinco vezes nesse jogo, culminando com o gol da melhor dupla de área do país.

Foi um jogo morno no primeiro tempo, quase em ritmo de treino mesmo. O São Paulo não querendo se expor muito para garantir o empate, e o Grêmio sem forçar demais. No segundo, o SP aos poucos foi se soltando mais para buscar ao menos um gol. Aí, apareceu de novo Marcelo Grohe.

Mas o Grêmio também atacou. O goleiro adversário fez duas defesas seguidas num lance que teve chutes de Edilson e Ramiro; depois, numa conclusão muito perigosa de Éverton.

Bem, pra mim ficou claro que o time que irá enfrentar o Lanús no primeiro jogo, dia 22, é o mesmo que começou contra o SP. Jailson será titular, assim como Fernandinho.

Em princípio, eu gostaria de começar com Michel, mas Jailson voltou a viver uma grande fase. Não sei como realmente está Michel. Com Jailson o time ganha um cara alto nas duas áreas, a defensiva e a ofensiva. É um detalhe que pode decidir o título.

Fernandinho, que não foi bem nos últimos jogos, mas também não foi a ferida que muitos viram, teve atuação muito boa. Prestei muita atenção na movimentação dele. Realmente, é um jogador muito importante taticamente, e que ainda tem drible e força para superar a marcação e atacar. Éverton não possui a mesma disciplina tática, embora tenha a seu favor mais qualidade ofensiva. Pedro Rocha seria uma junção dos dois.

O “treino” serviu também para Luan ter uma prévia do que o espera. Apanhou muito e em rodízio. Se a arbitragem não coibir a violência com rigor, Luan vai penar.

Por fim, ficou a satisfação de ver o time todo ter uma atuação boa, segura. E tudo isso em ritmo de treino.

 

Imprensa comprometida mais atrapalha do que ajuda

Por melhores que sejam suas intenções, a crônica esportiva gaúcha só tem atrapalhado o Inter. Os jornalistas colorados – assumidos ou não -, que formam o que o blog cornetadorw chama de IVI, expressão já consagrada até nacionalmente, estão prestando um desserviço ao clube do coração.

Suas indicações para treinador normalmente não dão certo. É só prestar atenção. Às vezes não chegam a ser sugestões explícitas, mas no momento em que especulam nomes de certa forma estão tentando contribuir na busca de um técnico.

É natural que os repórteres saiam atrás e tentem descobrir ou adivinhar quem será o sucessor, no caso do Guto Ferreira – demitido, aliás, com poderosa participação de boa parte da mídia, que não reconheceu no técnico – mais um criado no clube – um trabalho convincente.

Foi assim, a propósito, com outros treinadores. Argel chegou a fazer boa campanha, com sequência de resultados positivo no Inter no Brasileirão passado. Até nesse momento ele teve apoio, nem da crônica esportiva rubra, em especial, nem da torcida.

Esses dois segmentos queriam ver o Inter jogando um futebol vistoso. Não admitiam isso publicamente, mas queriam ver o Inter vencendo e jogando bonito como o Grêmio.

Nessa comparação, outros profissionais naufragaram no mar de lágrimas formado pelo choro e pela inconformidade. O mais recente é Guto, alvo de tiroteio da mídia e da torcida, ambos sempre olhando a grama vistosa do vizinho, o Grêmio.

Nessas situações, sempre sobra para o treinador. Nunca para o time. No caso do Guto, houve quem dissesse que o Inter estava contratando melhor que o Grêmio. Depois, com alguns resultados positivos na segundona, não faltou colorado para dizer que o Inter tinha, ou tem, um elenco de série A, da divisão de elite. Os mesmos hoje silenciam, porque, à luz da razão e não da emoção, viram que o time é “bem mais ou menos”, sendo generoso.

Bem, se o time é “tão bom”, liderados pelo ídolo D’Alessandro – um ídolo que chama torcedor pra briga – e as atuações decepcionam tanto quanto os resultados, não pode sobrar para o grupo de jogadores. E sim para o pobre do treinador, que nunca vendeu essa ideia e sempre se mostrou cauteloso e realista em meio ao ufanismo de alguns integrantes do lado vermelho da imprensa gaúcha, que é, diga-se de passagem, expressiva maioria.

Sem contar os gremistas seduzidos e convertidos ao coloradismo, que por vezes se comportam como se vermelhos fossem, até mais realistas que o rei.

Claro, sobrou para o Guto, assim como aconteceu com Diego Aguirre – hoje os mesmos que o jogaram na fogueira mostram arrependimento -, Lisca, Argel, Falcão e o eterno Celso Roth, entre outros nomes que não me ocorrem neste momento. A lista é enorme.

Agora, segue a busca de um novo treinador. Roger apareceu com força, mas muito mais como balão de ensaio. O nome assanha os colorados, que acreditam que Roger possa repetir no Grêmio aquela sua fase vitoriosa – antes dos 4 a 0 diante do Coritiba, claro.

É óbvio que Roger não é louco de aceitar. Nem vou me dar ao trabalho de enumerar as razões, porque todos sabem que o Inter vive um período muito turbulento, sem sinais de calmaria no horizonte, pelo contrário.

Mas aí aparece também com força o Carpegiani, que faz ótimo trabalho no Bahia. É outro nome elogiado pelos integrantes da tal IVI criada pelo Ricardo Wortmann, um grupo inquieto e sempre disposto a buscar soluções ao clube do coração. Mas, como tentei demonstrar, não tem alcançado muito sucesso.

São os vitoriosos sempre. Como dizia o argentino César Menotti, são “los invictos”. Ajudam a contratar e ajudam a derrubar. Mas nunca é nada com eles. Sei muito bem disso, porque já ajudei a contratar e a derrubar. Faz parte desse jogo por vezes cruel e até, por que não?, irresponsável.