Grêmio vence com grande atuação

O Grêmio teve uma atuação tão boa, tão alentadora, que deixou a sensação que pode eliminar o Palmeiras e seguir rumo ao título do Copa do Brasil.

O que se viu foi um time objetivo, de jogo verticalizado e que não se envergonha de dar chutões quando necessário e de insistir em cruzar a bola para a área em vez de um toque-toque cansativo e sonolento. 

Zagueiro que é zagueiro não pode sentir vergonha de dar chutão.

Começa por aí essa nova defesa, uma defesa que tem se mostrado eficiente na bola aérea, pesadelo que contribuiu para afastar o time de objetivos maiores neste ano. 

O Atlético Paranaense, rival direto por vaga na G-6, escapou de uma goleada estrondosa. Mais uma vez houve imperícia nas conclusões, mas muito se deve ao goleiro Weverton. Ele falhou no gol, mas passou o jogo sendo muito exigido e evitando outros gols.

Quero destacar que o juiz deixou de dar dois pênaltis. O primeiro aos 40 minutos, quando Pedro Rocha (autor do gol da vitória) foi empurrado por trás pelo número 33 após cruzamento de Ramiro, que, aliás, fez outra grande partida. Pedro Rocha entrava com tudo para cabecear e fazer o gol.

O outro foi sobre Luan, no segundo tempo. O mesmo número 33 empurrou Luan junto à linha de fundo após ser driblado.

Vale registrar, ainda, que o Atlético praticamente não deu susto. Caiu lutando bravamente, mas sem dar trabalho ao goleiro Bruno Grassi.

Mais um mérito do técnico Renato Portaluppi, que alguns definem como não-técnico ou anti-técnico. São uns doutos do futebol, gente que gosta de técnico de fala rebuscada, expressões pós-modernas e que gosta de posar de estudioso de futebol. 

Renato simplifica. Não inventa, faz o básico, e mobiliza seus jogadores como poucos treinadores.

Por fim, resta a esperança de que todos esses gols perdidos estejam reservados para o clássico do dia 23.

Ah, importante frisar que o árbitro do Gre-Nal será de fora. Está aí algo a ser festejado por todos os gremistas.

FOLGA

Não poderia deixar passar em branco. A folga de Renato parece ter feito bem ao time. 

Como dizia o velho Luxa, folga também pode ser treino.

Desespero à beira do abismo da Segundona

Não me cobrem – ou comemorem, se for o caso – minha falta de maior presença aqui no Boteco.

Como disse certa vez o galinho de rinha argentino, abandonei a barca.

Minha expectativa em relação a possível queda do Inter é tão grande e profunda que perco a concentração e a motivação para escrever.

Estou quase em transe, mergulhado numa meditação que só irá terminar quando alguma coisa, para o bem ou para o mal, estiver definida.

Por vezes sinto-me um zumbi. ‘Só penso naquilo’, que vem a ser o rebaixamento vermelho.

Assunto para escrever não falta, principalmente sobre esse tema que tem sido tão caro para dez entre dez gremistas – alguns disfarçam, mas também estão focados apenas no rebaixamento, o maior título que os gremistas podem almejar neste 2016. Maior até que a Copa do Brasil, até porque esse título é quase inatingível diante das limitações do time e apesar da presença mágica de ‘São Portaluppi’.

Poderia escrever mil linhas a cada rodada só abordando o desespero dos colorados da imprensa Abaixo do Mampituba.

Mas por ter pertencido durante 30 anos à crônica esportiva gaúcha sinto-me desconfortável para dizer certas coisas.

Mas estou bem representado pelo cornetadorw e outros blogueiros, e também por muitos tuiteiros.

Eles dizem o que eu gostaria de dizer.

O fato é que a presença do Inter na zona de rebaixamento está perturbando demais os colorados.

Hoje, por exemplo, é só pau na arbitragem que marcou pênalti a favor do Botafogo – quero informar que passei a ver esse jogo de ontem dois minutos antes do pênalti. Sou, portanto, pé-quente.  

O pessoal esqueceu rapidamente o pênalti cavado por Valdívia e que foi amplamente comemorado pela imprensa gaudéria pilchada de vermelho da cabeça aos pés.

Não vou citar nomes, mas eles estão todos aí nos sites e nas páginas de jornal.

Todos fardados e enlouquecidos, à beira do abismo da segundona.

BRASILEIRÃO

Ah, para quem consegue tirar o foco de entrevero no Z-4, tem jogo do Grêmio na Arena.

Em disputa, uma vaga na Libertadores/2017.

É pouco para quem sonhava com o título, mas é o que a casa oferece.

Dor de dente, a sinceridade de Valdívia e o sucesso de Giuliano

O Valdívia admitiu que se jogou ao pressentir o choque com o zagueiro Lucas Claro, o que resultou no pênalti que deu à vitória ao Inter.

Aliás, a segunda vitória seguida. Está aí uma ideia para a pauta ufanista que envolve o Inter nesses tempos de mobilização total contra o rebaixamento. ‘Inter soma seis pontos em dois jogos.’

Quero aproveitar a iniciativa até certo ponto ingênua – os árbitros agora já sabem com quem estão lidando – do meia colorado para fazer uma revelação.

Confesso que até me envergonho de ter um sentimento tão baixo, mas lá vai:

sempre que vejo a TV dando um close em William penso imediatamente em Miller Bolanos.

É uma dupla inseparável na minha cabeça. Tipo Claudinho e Buchecha, queijo com goiabada, feijão com arroz, Pelé e Coutinho, Alcindo e Joãozinho, etc

Chego a desejar, por momentos, que ele, William, sofra uma lesão que o prejudique tanto quanto a cotovelada que ele desferiu no equatoriano.

Enquanto William consegue exercer sua profissão normalmente, Bolanos sofre sequelas da contusão causada pelo lateral colorado. Foi submetido dias atrás a outra cirurgia na mandíbula.

A cotovelada de William afetou o desempenho e a trajetória de Bolanos e, de quebra, contribuiu para reduzir as chances do Grêmio nas competições, em especial na Libertadores.

Então, é isso, também tenho as minhas pequenezas, também sou humano.

Realmente, ver William jogando feliz e Bolanos afastado dos campos, provoca em mim sentimentos negativos.

Mas isso também vai passar.

GIULIANO

O RW relatou em uma de suas 300 intervenções diárias em várias mídias que o técnico Tite elogiou muito Giuliano.

Ficou claro que Giuliano foi subaproveitado no Grêmio.

No Zenit, ele é o campeão em assistências e ainda não cansa de fazer gol. Na seleção, é destaque.

O técnico Roger Machado não teria visto as qualidades do meia? Duvido.

Roger optou por colocar Douglas como centro do time – conforme destacou o titular do blog cornetadorw.

Coube a Giuliano correr por ele e por Douglas.

Giuliano carregando o piano. Douglas, o pianista.

Aliás, esse tipo de coisa ajuda a explicar a derrocada gremista, que de postulante ao título brasileiro agora corre atrás de um sexto lugar.

DOR DE DENTE

Quando a gente está com uma dor de dente daquelas nada mais interessa.

O foco é a dor de dente. Somos um dente ambulante.

Confesso que a possibilidade de rebaixamento do Inter é a minha dor de dente.

Não consigo pensar em outra coisa.

Nem nas chances do Grêmio no Brasileirão ou na Copa do Brasil.

Até as revelações da Lava-Jato ficaram em segundo plano.

Eu só penso e respiro rebaixamento.

Não apenas eu. Todos os gremistas que conheço estão vivendo hoje em função dessa dor de dente, digo, desse rebaixamento.

Agora, depois da vitória sobre o Coritiba com gol de pênalti (que não existiu), no finalzinho, declaro que o Inter não cai.

Mas a ‘dor de dente’ continua. Enquanto há vida, há esperança.

 

Gremistas e colorados no divã

Gremistas e colorados em crise existencial. Todos no divã. ‘Quem sou eu? Serei azul, ou vermelho?’.

Os gremistas são divididos hoje em três grupos: os que torcem pelo clube incondicionalmente, seja contra quem for, independente de consequências; os que ficam indiferentes na hora do jogo contra um adversário colorado na corrida rumo ao fundo do poço (Vitória, Cruzeiro, etc); e os que simplesmente querem ver o próprio clube sendo derrotado por todos os times que tentam fugir do rebaixamento, prejudicando o Inter.

O terceiro tipo é, hoje, maioria entre os gremistas. Tem gremista que troca vaga na Libertadores pelo rebaixamento colorado. Eu diria que são 100% dos gremistas que pensam assim. Uma parcela, não tão expressiva, abdica até do título da Copa do Brasil se isso significar a queda colorada.

Boa parte dos gremistas quer que o time entregue o jogo para o Vitória, por exemplo. 

Já escrevi anteriormente que essa ‘entrega’ vai ocorrer ao natural, independente da vontade tricolor. Não existe chance de o Grêmio vencer o Vitória nesta quarta-feira. O Grêmio fora de casa é um saco de pancadas.

Então, caros colorados, aceitem que dói menos e ainda se poupem do constrangimento de torcer pelo maior rival. O Vitória vai somar pelo menos um ponto contra o Grêmio. O que é ruim também para o Grêmio, que busca vaga na Libertadores 2017.

Os colorados também estão em crise. A grande maioria torce, mas sem entusiasmo, para que o Grêmio os ajude a escapar da segundona.

O custo disso é que o Grêmio, vencendo esses jogos, acaba entrando no G-6, o que para os colorados é ofensa grave.

Alguns colorados da mídia já se deram conta disso. E estão dando pau na mudança da Libertadores, que prevê mais vagas. Eles defendem que as novas vagas sejam oferecidas somente a partir do próximo ano, não agora.

Claro, hoje o Inter não tem chance alguma de G-6. Seu problema é mais embaixo.

Eles esquecem um detalhe: para levar uma das vagas em 2017 será preciso estar na série A. A série B não disponibiliza vaga à Libertadores.

Mas os colorados, é evidente, acreditam que irão escapar.

Com as calças  – e fraldão – nas mãos, mas realmente acreditam.

Para isso, contrataram uma motivadora que promete transformar os jogadores em ‘gladiadores’.

O que faz o desespero…

Grêmio: campanha fora compromete planos e sonhos

Para quem chegou a disputar a liderança, o Grêmio se encaminha para um final melancólico no Brasileirão.

É até possível que leve na bagagem uma vaga na Libertadores/2017, mas eu desconfio que nem isso.

E não é por falta de esforço, de vontade. Escrevi no comentário anterior, o Grêmio vai ajudar o Inter a cair pra segunda divisão porque seu time decididamente faz campanha de rebaixamento em jogos fora da Arena. 

E quem faz campanha com aproveitamento de 25% fora de casa não tem condições sequer de entrar no G-4, nem no G-5.

Para reverter essa tendência medíocre o Grêmio terá de vencer o Vitória, em Salvador. Jogo duro.

Pelo retrospecto, o Grêmio volta da Bahia com zero ponto. Parte da torcida vai festejar, porque o Vitória irá se afastar ainda mais da gosmenta zona de rebaixamento, onde o Inter chafurda apesar da ‘goleada’ aplicada no Figueirense.

Contra o Cruzeiro, o Grêmio se repetiu. Até deu a impressão de que dessa vez seria diferente. Teve um começo forte, atrevido.

Criou duas ou três boas chances, uma delas desperdiçada por Luan.

Aliás, Luan deve ser o atacante que mais perde os chamados gols feitos neste campeonato. Luan joga muito, mas tem errado demais nas finalizações.

Se Luan, com todo seu talento, erra, como exigir que Pedro Rocha acerte?

O Grêmio tem um ataque ruim, essa é que é a verdade. Um ataque que só funciona mesmo é na Arena. 

Douglas, maestro do time, por exemplo só joga na Arena. Fora, é uma nulidade impressionante.

Já escrevi aqui: usar Douglas só nos jogos em casa. Não entendo como ninguém toma providência a esse respeito.

Exceção: jogos da Copa do Brasil, nos quais Douglas já mostrou que se transforma e se mostra muito útil.

Contra o Atlético PR em Curitiba ele foi muito bem. 

Eleição

Bem, o final de semana não foi de todo ruim: a chamada esquerda foi banida do segundo turno na disputa pela prefeitura em Porto Alegre.