O exemplo de Kleina e o pé na bunda

Fernando Prass; Maurício Ramos, Henrique e Marcelo Oliveira; Ayrton, Charles (Wendel), Márcio Araújo, Souza (Tiago Real), Wesley e Juninho; Vinícius (Caio).

Quantos dos jogadores acima poderiam ser titulares do Grêmio?

Eu escalaria o Henrique, com certeza. O restante poderia fazer parte do grupo, talvez mais um ou outro pudesse disputar posição. Quem sabe o Leandro?

O que importa é que esse time, que vai disputar a segundona nacional, conseguiu classificação para a próxima etapa da Libertadores com uma rodada de antecedência.

Sim, o esforçado time do Palmeiras está classificado, enquanto o estrelado Grêmio corre sério risco de perder sua vaga para um clube chamado Huachipato.

Se isso acontecer, terei de ouvir, calado, os colorados me perguntando quando sairá a cerveja Huachibier. Aliás, essa brincadeira sem graça já andei enfrentando sem dificuldades.  As brincadeiras bem-humoradas não me incomodam.

Bem, o fato é que o Palmeiras, considerado por todos o mais fraco representante brasileiro na Libertadores, levou a vaga antes de Grêmio e Fluminense, duas ‘potências’ na competição.

O que importa aqui é a maneira como o Palmeiras chegou lá.

Foi com muita garra, bravura e até heroísmo em cada um de seus jogos. Não se viu o Palmeiras jogando bonito, mas se faltou beleza, sobrou cara feia para enfrentar os adversários.

O Palmeiras jogou como 9,99 entre dez gremistas gostariam de ver o Grêmio jogando.

O treinador: Gilson Kleina. Quem? Quantos títulos?

Kleina, aposto, não tem jatinho, nunca pensou em ser senador e menos ainda em se tornar presidente do Flamengo.

Entre cerveja e vinho, talvez opte por uma loira gelada. Jamais, portanto, pensará em ter um site para comercializar vinhos. Quem sabe, no máximo, cerveja artesanal.

Kleina, enfim, é ‘apenas’ treinador de futebol. Um profissional interessado, que busca seu espaço, e não tem tempo para imaginar outros voos.

Cada jogo para Kleina tem um significado que, sem dúvida, foi o mesmo que um dia, já muito distante, foi sentido por Luxemburgo.

Hoje, assim à distância, Luxemburgo me parece enfadado. Isso ficou muito evidente nos jogos do Gauchão. Contra o Fluminense, o técnico até colocou um terno completo, Armani talvez. Uma tentativa, quem sabe?, de reviver os velhos tempos em que começava a construir uma trajetória que se tornaria das mais vitoriosas em todos os tempos no futebol brasileiro.

Esse Luxemburgo não existe mais. O que existe é o homem de negócios.

O futebol em si, a rotina dos treinamentos e a administração de egos na equipe, tudo isso parece parece ser um tédio para alguém inquieto que está sempre em busca de outros objetivos, qualquer coisa, desde que seja distante do vestiário.

Posso estar completamente enganado, mas Luxemburgo me passa a impressão, por seu comportamento e suas declarações tão conformadas após sucessivos fracassos, que já não se preocupa em conquistar títulos, em provar que pode voltar a ser um técnico campeão.

Luxemburgo tampouco parece se importar em ser demitido mais uma vez, fato rotineiro nesses seus últimos anos como treinador.

Uma indenização milionária ameniza a humilhação de um pé na bunda, principalmente para quem já não parece ver diferença entre vitória e derrota.

Não é o caso de Kleina, que joga a vida a cada jogo. Como faz, aliás, o seu time.

Terapia do joelhaço e outra atuação frustrante

O Grêmio jogou o que tem jogado. Um futebol meloso, grudento como chiclé que cola na sola do sapato. Um futebol sonolento como bolero no final do baile. Mais truncado que o trânsito em Porto Alegre.

A única vez no ano em que o time correspondeu plenamente foi nos 3 a 0 contra o Fluminense e nos 4 a 1 sobre o Caracas.

Se alguém tinha alguma dúvida, o Grêmio não é o que goleou o Fluminense no Rio. O Grêmio está mais para o time que perdeu para o pequeno Cruzeiro em casa e o que se mostrou impotente diante de um time misto do Fluminense em plena Arena.

Este é o Grêmio. Este é o Grêmio do sr Luxemburgo.

Este o Grêmio do zagueiro Cris, que pediu para ser expulso ao aplicar a terapia do joelhaço em Sobis numa jogada banal de meio de campo, e depois um rapa por trás absolutamente inexplicável, injustificável.

O melhor que Cris teria a fazer – e melhor ainda se fosse acompanhado de seu padrinho no Grêmio – seria pegar o rumo do aeroporto Salgado Filho e só voltar aqui como zagueiro de outro clube. Ou como turista.

A expulsão de Cris só não é pior que o discurso de Luxemburgo pós jogo. “É complicado jogar com um jogador a menos”, disse ele, que poderia acrescentar que o time só ficou com um a menos porque seu indicado, Cris, foi expulso de maneira ridícula.

Com a expulsão de Cris, o Grêmio ficou com nove. Sim, porque Marco Antônio, como até os quero-quero do Olímpico sabem, é uma nulidade. Um jogador que não marca, não arma e não ataca. Enfim, o Grêmio começou com dez.

Antes do jogo, muito antes, eu havia dito e escrito que Luxemburgo deveria resguardar o Cris, escalando o Adriano e não o MA. Com isso, ganharia o meio de campo e teria mais condições de vencer.

Fernando, o único jogador forjado na casa, foi o melhor em campo. Disparado. Barcos não entrou em campo. Disse que jogou sentindo dor. Mas então sente dor faz tempo.

Dida, no finalzinho, com uma defesa com a ponta dos dedos, evitou o gol do Fluminense, na falha de Bressan.

No final, o empate teve gosto de derrota para o Fluminense e de vitória para o Grêmio.

Embora o time não tivesse jogado bem, mais uma vez, não dá para isentar o juiz. O Fluminense cometeu muitas faltas. Edinho foi o que mais bateu. Saiu de campo sem cartão amarelo. Zé Roberto sofreu pelo menos dez faltas, em rodízio, e nenhum jogador do fluminense pagou por isso. Quando Zé Roberto acertou um, levou o amarelo. Revoltante.

No final das contas, com vitória ou empate, o Grêmio teria de garantir ao menos o empate contra o Huachipato para garantir sua classificação.

O time chileno joga mal em casa, o que é bom para o Grêmio.

A questão é se esse Grêmio ainda merece nossa confiança. Luxemburgo disse, com aquele seu jeito, que nada está perdido, blá-blá-blá.

Eu ainda confio no time, e sigo sem confiar em Luxemburgo. Cada vez mais.

Como unha encravada em sapato apertado

No meio da tarde li a notícia que na região Sul não tem pra ninguém, a maior torcida é do Grêmio, seguida pelo Inter e bem mais atrás o Corinthians. A pesquisa é da Pluri, região por região. Não vi as outras, mas imagino que só dê Flamengo e Corinthians.

http://www.lancenet.com.br/futebol/Times-Sudeste-lideram-Regiao-Sul_0_898110230.html

Quer dizer, no Sul os queridinhos da Globo foram desbancados pelo Grêmio.

Uma baita notícia, destacada pelo site lancenet e que só no final da tarde começou a repercutir. Dei várias tuitadas sobre o assunto, porque sei que essa é uma notícia que provoca ciúme e ranger de dentes em algumas pessoas.

Questionei se a mídia tradicional de Porto Alegre daria o destaque que a informação merece, e que se tivesse o Inter na ponta poderia render até um caderno especial feito na corrida.

Lá pelas tantas recebi a informação de que um conhecido apresentador de programa esportivo, cujo nome não digo porque “eu não sei”, falou sobre o assunto abrindo assim: dupla Gre-Nal tem hegemonia na região Sul.

Foi a forma que ele encontrou para não ter que dizer ‘Grêmio lidera’. Imagino que deva doer muito, talvez mais que unha encravada em sapato apertado.

Sinceramente, eu penso – e já escrevi a respeito – que o pessoal de imprensa, principalmente os que trabalham com opinião, deveriam revelar seus clubes. Seria mais honesto, mais ético.

Tenho certeza que haveria menos conflitos entre leitores e jornalistas esportivos.

AGENDA POSITIVA

Apesar dos anos de estrada, ainda me impressiono e me surpreendo com certas coisas. Um exemplo: um site informou ali pelo meio-dia que o Inter estava acabando com o time B. Obviamente para reduzir custos, porque é notório que o Inter está enxugando seu grupo que já foi dos mais inchados do país.

Mas a agenda positiva entrou em campo. Passou a informação de que a decisão era para “não barrar o crescimento dos jovens”.

Quer dizer, devo acreditar, então, que nesses anos os jovens foram barrados. Esse deve ser a explicação oficial, mas cabe ao jornalista questionar, duvidar e averiguar.

Pelo menos no meu tempo eu fazia isso.

CLEMER

Mais uma vez Clemer, que faz excelente trabalho na base colorada, é preterido em termos de promoção.

Acho que o Grêmio deveria pensar em sua contratação.

No mínimo, ele ganharia um aumento no Inter.

FLU

O Fluminense vem com desfalques importantes. Só a ausência de Fred, um matador implacável, já é um ganho enorme. Mesmo assim, é jogo difícil. No papel ficou mais fácil, mas o que vale é a bola rolando.

Mas estou otimista. Até tenho medo quando estou otimista. Mas meu otimismo é maior que o meu medo.

Vamos ganhar e vamos levar o primeiro lugar do grupo.

Marco Antônio e a 'revelação' de Luxemburgo

É coisa dos gênios, dos sábios. Com apenas uma declaração, proferida após a vitória por 1 a 0 sobre o Cerâmica, Vanderlei Luxemburgo, o Iluminado, conseguiu transformar todo o meu modo de ver e avaliar Marco Antônio.

Foi como um clarão na escuridão do meu pensamento.

Começou com uma frase curta, simples, mas absolutamente verdadeira:

– A contratação de Marco Antônio foi errada.

Eu já começava a comemorar, abrindo mais uma Mazembier, feliz porque finalmente o técnico concordava comigo, quando veio o complemento:

-Contrataram ele como meia-esquerda, ele nunca foi meia-esquerda. Cobraram dele uma coisa que ele não tem. Ele tem muita qualidade, mas não para ser o número 10.

Então, esse Marco Antônio que aqui está não é o mesmo que jogava – e bem – na meia da Portuguesa, conhecida então como ‘barcelusa’, ou outra bobagem desse nível? Seria uma fraude?

Mas se Marco Antônio não é meia e, segundo Luxemburgo, ‘tem muita qualidade’, qual seria a sua posição verdadeira?

Luxemburgo, como um bom mestre, um ser superior, não entrega tudo mastigadinho, ele provoca, instiga. Cabe a nós, pequenos mortais, descobrirmos, afinal, quais são as qualidades de MA e, principalmente, qual a sua real posição.

Brilhante o Luxemburgo.

O objetivo dele, e isso me parece claro, é tirar de MA todo o peso  que recai sobre um camisa 10, um articulador, aquele jogador que faz o time jogar, que cria, lança, dá assistências preciosas e ainda invade a área para concluir e fazer gols.

Na verdade, MA faz um pouco de tudo isso, mas um pouco realmente pouco, assim em doses homeopáticas, quase imperceptíveis.

Já que MA não é mais um meia, conforme decretou espertamente o Luxemburgo um ano depois de trabalhar com ele, qual seria mesmo a sua posição?

Simples, elementar meu caro Ilgo, é a posição em que ele jogou contra o Cerâmica e vai jogar contra o Fluminense, substituindo aquele que para mim é o principal jogador do Grêmio, Elano, o ponto de equilíbrio do time.

Marco Antônio só tem uma qualidade, a meu ver: bom passe. Ele dá andamento às jogadas, de maneira um tanto óbvia na maioria das vezes. Ele é quase incapaz de roubar bolas e de driblar. É o jogador sanguessuga. Eu explico: o Fernando se arrebenta para recuperar a bola e o MA se apresenta para receber a bola. É um chamichunga, como eu aprendi ainda criança nas barrancas do rio Taquari.

O problema é que MA faz com a bola. Normalmente o óbvio, um passe para o lado ou para trás. Ele busca abrir o jogo muitas vezes. Faz lançamento razoáveis e por vezes até acerta uma metida de bola para alguém na área. Mas raramente arrisca um drible. Sujar o calção numa disputa, nem pensar.

Então, MA, se não é meia, também não é volante, porque no máximo ele cerca o adversário, não dá o bote, carrinho então só de lomba.

Marco Antônio joga naquela zona difusa entre a linha de marcação e a de criação. Faz as duas coisas e não faz nenhuma.

Resta, agora, torcer para que no jogo contra o Fluminense Marco Antônio consiga superar um pouco seus limites e de temperamento e seja o mais próximo possível do que ele, segundo o mestre Luxemburgo, não é: um camisa 10.

Além de torcer, vou acreditar em todos aqueles que andam dizendo que nos últimos jogos – não importa o nível dos adversários – Marco Antônio, “até que jogou bem”, assim como quem dizem ‘ele está se esforçando, vamos lhe dar um voto de confiança’.

Vou acreditar também na cotação da ZH, que o considerou um dos melhores em campo na modesta atuação do time contra o Cerâmica.

Aos que irão à Arena, meu pedido: não vejam MA como um meia, não cobrem dele grandes jogadas e sejam tolerantes e pacientes. Muito tolerantes e pacientes. Vejam MA como um jogador complemento. Se não atrapalhar, já estará ótimo.

Que ele seja como um bom árbitro, aquele sobre o qual se diz depois dos 90 minutos: o juiz foi tão bem que ninguém notou a sua presença.

O INTOCÁVEL

D’Alessandro, depois do jogo em que o Inter foi batido por 1 a 0 peloVeranópolis, disse que mudou para melhor. É questionável. Foi expulso no Acre, Antes, já havia brigado no jogo contra o Esportivo. Hoje, já ia brigando de novo e foi afastado, bruscamente, pelo juiz.

E D’Ale diz que não vai mudar, isso depois de dizer que já mudou bastante.

Enquanto isso, Dunga defende o argentino, diz que ele apanha muito, que há revezamento pra bater nele. Não está longe da verdade, mas não é novo.

O que não pode é as arbitragens serem tolerantes com a violência, como acontece em todos os lugares.

Violência por violência, o Grêmio tem sido mais vítima. No ano passado, perdeu seus melhores jogadores por lances violentos, Mário Fernandes e Kleber, sem punição aos agressores.

Cabe aos juízes punirem com rigor as entradas violentas, os socos e as inaceitáveis cuspidas, estas muito reclamadas pelo Imperador do Pampa.

Agora, só não vale entrar no jogo de Dunga, que parece querer dar a impressão de que seu time tem sido caçado, tudo para influenciar as arbitragens. No jogo contra o Esportivo, na expulsão injusta de Ediglê, já apareceu o resultado da estratégia do técnico colorado.

SELEÇÃO

Final de jogo na Bolíva me liga o Ricardo Worthman, o cara do ‘cornetadorw’. Eu digo que estou diante da TV torcendo por um gol de Leandro, para que ele seja vendido e o Grêmio fature alguma coisa.

Ele riu, gol do Leandro?

Foi só ele desligar o telefone que a bola sobrou para Leandro fazer o seu gol. Hoje, ele fez o gol da vitória do Palmeiras, dominou com um pé e chutou com o outro, irreconhecível. O que não faz uma mudança de ares?

Dizem que o Tottenham vem aí, vai trocar um Leandro pelo outro, já que o Inter continua querendo mais de 20 milhões de euros pelo seu Leandro, o Damião.

Lesões no Grêmio e o Imperador do Pampa

Depois da goleada sobre o Caracas na Arena, quando o Grêmio sinalizava que alcançaria a classificação até com facilidade após o fiasco inicial, chamei a atenção aqui para dois jogadores do time venezuelano: o meia Otero, que tem um estilo parecido com o de D’Alessandro, mas é mais incisivo, e o lateral direito Caribalí.

Hoje, o jornal El Nacional, de Caracas, anuncia o interesse do Grêmio em Rómulo Otero. Tem também o Botafogo e o Vasco na jogada.

Destaco isso por dois motivos: tenho olho bom para avaliar jogadores, mesmo em situação de derrota; e porque gostaria de contar com Otero no momento em que leio nos sites que Elano torceu o joelho no treino na Arena e seguiu direto para fazer exames no hospital. Como se não bastasse, Zé Roberto sofreu uma pancada no tornozelo, obra do Bressan.

Elano já está fora do jogo contra o Fluminense, então não é problema a curto prazo. A questão é se a lesão for mais grave. E aí teremos que conviver mais tempo com o meia aquele que não ouso dizer o nome.

Agora, preocupação maior é o Zé Roberto, ao menos até sabermos o resultado do exame de Elano. Se sem Elano já não será fácil superar o Fluminense, sem os dois únicos meias de qualidade confirmada do time a vitória será praticamente impossível, embora, como todos sabem, nada é impossível para o Grêmio.

Se o Grêmio tivesse um meia, unzinho só, mais ou menos do nível dos dois titulares, o quadro não seria tão dramático.

Resta torcer e, se alguém achar por bem, rezar, para que Zé Roberto possa jogar contra o Flu e que Elano tenha condições de enfrentar essa pedra no sapato que é o Huachipato.

Além disso, esperar que Fábio Aurélio não apenas resista como jogue bem contra o Cerâmica para tornar-se uma alternativa de alto nível para substituir Elano no dia 10.

Caso isso não aconteça, o técnico do ‘fica’ vai mesmo escalar o jogador que não ouso dizer o nome no lugar de Elano.

Já não tenho mais dúvida disso.

O IMPERADOR

Não, não me refiro a Adriano, que cada vez mais é ex-jogador. Imperador do Pampa é o apelido que dei a D’Alessandro no programa do Reche depois de ouvir pela milésima vez que o argentino está demais, jogando muita bola no Gauchão e, além de tudo, comportado – apesar da quedinha que teve contra o Esportivo.

D’Alessandro no Gauchão, aqui na aldeia, em que as arbitragens são tolerantes ao seu comportamento irascível, birrento, de galo de rinha, é mesmo um imperador. No Brasileirão, disse eu no programa da Ulbra, D’Alessandro não se destaca tanto e, se vacila, é expulso.

Não é que no jogo seguinte, contra o glorioso Rio Branco, D’Alessandro foi expulso? E justamente por não resistir a provocação e à marcação severa?

D”Alessandro deixou o time na mão ainda no primeiro tempo. Dunga, no final, com os 2 a 0, inocentou o jogador, dizendo que ele apanhou demais. Se o Inter não tivesse garantido a vaga será que o técnico colorado seria tão generoso com o seu melhor jogador?

O problema é que o meia está acostumado a ser paparicado pela arbitragem gaúcha. No primeiro jogo fora, expulsão.

É claro que a partir de agora ele vai saber diferenciar: apronta à vontade aqui e se comporta fora.

Enquanto isso, o Dunga reclama da arbitragem e a condiciona, como ocorreu no jogo contra o Esportivo, em que Ediglê foi expulso injustamente, o que abriu caminho para a vitória colorada.

INTER

Parabéns ao Inter, que só é grande porque existe o Grêmio. E vice-versa. Felizes somos nós que contamos com duas grandes potências do futebol em nossa terra. Bendita essa rivalidade que faz crescer os dois clubes, mas que às vezes os complica, como agora com essas questões de parcerias com empreiteiras para construir/reformar estádios.

Espero que os dois possam se manter grandes, com equipes fortes e competitivas. O Inter nem tanto.

Que o Grêmio volte a acumular grandes títulos, e que o Inter mantenha sua história de seguir o caminho trilhado por seu inspirador, e dê uma passadinha, ao menos uma, na segunda divisão.

Mas que não demore.

ESPINHADINHA

Não percam: cornetadorw.blogspot.com.br

Leandro na Seleção. Nada mais é impossível.

Felipão se superou. A convocação de Leandro é difícil de entender. A pouco mais de um ano da Copa do Mundo, Felipão faz experiências com jogadores que realmente nada acrescentam. Na lista dos convocados para enfrentar a Bolívia há outras convocações estranhas, absurdas mesmo.

Bem, mas o que mais me impressionou foi Leandro. Uma surpresa semelhante com a que tive quando fui informado de que o Grêmio havia perdido para o Cruzeiro em plena Arena.

Já ouvi e li que Felipão está superado. Passou o tempo dele, assim como o de Luxemburgo. Dois grandes nomes que hoje vivem mais do prestígio conquistado do que propriamente de resultados.

Felipão ainda tem uma vantagem sobre seu velho rival: a conquista da Copa do Brasil de 2012 com um time que acabaria caindo para a segundona.

Luxemburgo não ganha nada há horas.

Fico pensando por que Leandro na Seleção. Leandro foi rejeitado por Luxemburgo, que preferiu ver o guri jogando no Palmeiras a continuar com ele aqui. E ninguém pode criticar Luxemburgo por isso.

Mas aí vem o Felipão e cutuca o Luxa, quase dizendo ‘tu não gosta dele, mas ele é tão bom que eu o convoco para vestir a amarelinha principal’.

É claro que Leandro nem deve entrar no jogo. São seis atacantes convocados.

Mas uma coisa é certa: Leandro ficará muito perto de seu ídolo. Quem não lembra que Leandro, logo que foi lançado e até empolgando muita gente – eu inclusive -, cortou o cabelo ao estilo de Neymar na época. E, coincidência ou não, nunca mais repetiu as atuações iniciais.

Parece que agora Leandro está mais compenetrado e até se destacando no Palmeiras. Mas nunca a ponto de merecer uma convocação.

Bom para Leandro e também para o Grêmio, que vê seu patinho feio valorizado, quase um cisne.

Graças ao Felipão.

Outro aspecto positivo é que a convocação de Leandro prova que nada é impossível no futebol, até mesmo o Luxemburgo acertar a mão de vez e o Marco Antônio driblar um marcador, entrar numa dividida e sujar o calção. Enfim, mostrar ao menos uma vez que merece vestir a camisa tricolor.

LIBERTADORES

Amanhã, Caracas x Huachipato. O que o Luxemburgo não faz comigo? Nem os colorados acreditavam que o Grêmio chegaria na penúltima rodada aflito, fazendo contas e torcendo por um empate entre dois times descartáveis.

A classificação estaria hoje praticamente garantida se o Grêmio tivesse competência para vencer o glorioso Huachipato em casa na primeira rodada. Mas o Grêmio se esforçou, se esforçou muito, muito, e perdeu.

E aí complicou tudo. Depois, outra derrota inaceitável para o Caracas na terra do beisebol.

Agora, resta a obrigação de vencer o Fluminense. Se der empate amanhã, um empate no dia 10 não será péssimo, ‘apenas’ ruim. Se um dos dois coadjuvantes vencer, passará a ser protagonista.

E aí…